quarta-feira, abril 24, 2024

Por que ‘Station Eleven’ é uma das MELHORES séries disponíveis nos streamings?

Para sobrevivermos temos sempre que reaprender a viver. Em meados de dezembro de 2021 estreava sem muito alarde um seriado que usa a distopia para debater a atualidade, que usa dos sentimentos mais puros que temos para nos mostrar valores dentro de uma sociedade. Station Eleven é uma adaptação para o audiovisual de um romance homônimo lançado no ano de 2014 pela escritora canadense Emily St. John Mandel, que mostra um mundo de poucos sobreviventes, pós-apocalíptico, onde alguns personagens chaves estão ligados por uma emblemática pessoa e uma obra de poucas cópias que acaba sendo o epicentro de muitas escolhas que vamos acompanhando ao longo de 10 emocionantes e inteligentes episódios disponíveis na HBO Max.

Na trama, até certo ponto complexa, com muitos paralelos nas suas linhas temporais, conhecemos uma figura central de todos os personagens, Arthur Leander (Gael García Bernal), um ator muito famoso que está estreando uma adaptação da peça Rei Lear de William Shakespeare. Acontece que ele sofre um infarto e morre no meio da peça. Sabendo dessa informação, alguns personagens, ou que estavam presentes nesse dia ou que faziam parte da vida de Arthur, vão precisar fazer escolhas e lutar pela sobrevivência 20 anos depois quando uma gripe terrível e mortal matou mais de 90% da população mundial. Mas será que seus destinos vão se cruzar?

Sobreviver não é o suficiente! Colocando conceitos sobre sociologia a todo instante em nossa frente, vamos acompanhando o surgimento de novas maneiras de viver mas sem esquecer os traumas de um passado ainda recente, ou até mesmo a desconstrução de como se vivia antes para as descobertas de um novo mundo presente. Nesse ponto podemos identificar como importante a trupe itinerante teatral que vive fazendo espetáculos em diversas comunidades que lhes chamam. Só o fato de um frescor da arte para nos reconectar é uma menção sublime implícita em cada explicações sobre eles. Uma das personagens mais importantes da trama está nesse grupo, Kirsten (Mackenzie Davis), uma jovem que era uma criança na época que Arthur morreu e estava no elenco da peça Rei Lear protagonizada por ele. Durante o início do surto gripal, Kirsten foi salva por Jeevan (Himesh Patel), um enfermeiro que estava na plateia no dia do espetáculo teatral.

Para os que acreditam ainda que é preciso lembrar sobre a vida passada, somos apresentados a um aeroporto que virou um ponto de refúgio de algumas pessoas e onde se encontra um humilde lugar chamado de ‘Museu da Civilização’ que consiste em itens tecnológicos e analógicos que caíram em desuso por conta do cenário que se encontram (sem eletricidade, por exemplo). Nesse lugar, um homem importante na vida de Arthur acaba sendo o líder do local e conta com a ajuda de uma mulher muito próxima ao personagem epicentro. O disfarce metalinguístico para criar a analogia de reflexões podem ser vistos pelos personagens Tyler (Daniel Zovatto) e Miranda (Danielle Deadwyler). Quantas boas reflexões surgem quando entendemos os conceitos de criação e traumas!

Você pode acompanhar Station Eleven como se estivesse em um tabuleiro de RPG. Isso mesmo! Aqueles famosos jogos nos quais os jogadores assumem o papel de personagens imaginários, em um mundo fictício. Analisando sob essa ótica, tudo fica menos confuso e você embarca com mais facilidade sobre a narrativa que vai de acordo com o que você faria numa situação tão extrema como a que os personagens vivem 20 anos depois da quase extinção da raça humana. Mesmo assim, há surpresas pelo caminho e a interseção que acontece é a grande sacada criada por Emily St. John Mandel, deveras emocionante em muitos momentos.

Mais notícias...

Siga-nos!

2,000,000FãsCurtir
370,000SeguidoresSeguir
1,500,000SeguidoresSeguir
183,000SeguidoresSeguir
158,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS