O cineasta James Wan promete entregar um terror bem subversivo para os fãs do gênero, com o seu vindouro filme ‘Maligno‘. Segundo ele, o longa é bem “punk” e surpreenderá os cinéfilos, com uma trama original que vai “contra o sistema”. A informação foi revelada em primeira mão ao editor-chefe do CinePOP, Renato Marafon, durante uma entrevista.
Na ocasião, Wan ainda refletiu sobre as diferenças entre dirigir um filme original e um baseado em uma história real – como é o caso da franquia ‘Invocação do Mal‘.
“As diferenças são óbvias. Com ‘Invocação do Mal’, quando você baseia a sua história em pessoas que ainda estão aqui – como era o caso quando fiz o primeiro filme -, você precisa ser bem respeitoso, principalmente se você está fazendo um longa que é apresentado pela perspectiva dessas pessoas. Seria diferente se eu estivesse fazendo um documentário, em que eu poderia ser bem mais objetivo. Mas neste caso, estamos diante de uma trama que é subjetiva e contada pela experiência de vida dos protagonistas verdadeiros. Já quando você faz um filme em que é o dono dessa história, você possui uma liberdade maior de poder levar esses personagens por qualquer caminho que quiser. E isso é bom e ruim, porque às vezes não há limites e poder ter um certo limite é algo positivo. Mas eu senti que ‘Maligno‘ é um filme que precisava sair da zona de conforto, tinha que ser um filme punk, algo que que fosse contra o sistema”.
O cineasta foi ainda mais além e ponderou sobre como inspira suas narrativas em coisas mais inusitadas para construir o terror, sempre pensando em como explorar a criatividade e a imaginação da audiência. Para Wan, sair dos elementos aterrorizantes mais óbvios é a chave para uma intrigante história que seja envolvente e que realmente surpreenda o público com sustos genuínos.
“Eu realmente acho que é muito óbvio aquele tipo de assassino que está logo ali vindo atrás de você com uma faca, machete ou uma metralhadora. Para mim, as pequenas coisas são aquelas que eu acho que são mais assustadoras. E o que eu gosto de trazer nos meus filmes sobrenaturais e de terror são essas pequenas coisas, como o ruído de uma porta se abrindo no meio da noite, enquanto você está dormindo. Nada saindo por essa porta, nenhum monstro, nenhuma criatura, apenas aquele assustador e misterioso som de uma porta se abrindo lentamente. E eu acho que isso estimula a nossa imaginação, principalmente a minha. Meu cérebro vai para todos os lugares quando vejo coisas desse tipo e fico pensando: ‘Meu Deus, o que tem ali? Tem um monstro saindo do meu armário!'”.
Ao longo do bate-papo, o diretor ainda falou sobre como pequenos elementos que passam de maneira despercebida podem se tornar os alicerces de uma boa e horripilante história. Wan ainda revelou qual é o subgênero que mais lhe atrai na hora de desenvolver um projeto:
“Eu amo a ideia de que objetos inanimados como uma boneca podem ganhar vida e é por isso que o subgênero de ‘casa mal assombrada’ é o que mais me atrai todas vezes. Ele me permite criar um alicerce sólido para todas essas ideias. Além disso, coisas mais mundanas e rotineiras são capazes de ser mais assustadoras para mim. E no caso do Gabriel, você tem alguém ali que literalmente diz estar ouvindo vozes em sua cabeça, que podem fazer muito mal a você e àqueles que você ama”.
Assista ao trailer:
Lembrando que o filme estreia nos cinemas nacionais em 9 de setembro.
Com roteiro de Wan, Ingrid Bisu e Akela Cooper, a história gira em torno de Madison (Annabelle Wallis), uma mulher que continua tendo visões terríveis de assassinatos que estão realmente acontecendo. Mais do que isso, tudo indica que os crimes foram cometidos por seu amigo imaginário de infância.
O terror irá se afastar da temática sobrenatural e dará lugar a uma trama de investigação e suspense, aos moldes do subgênero Giallo Film, que surgiram na Itália e serviram de modelo para slashers como ‘Pânico‘ e ‘Halloween‘.
O elenco ainda conta com Maddie Hasson, Mckenna Grace, Jake Abel, George Young, Ingrid Bisu, Michole Briana White e Jacqueline McKenzie.