quinta-feira , 21 novembro , 2024

Primeiras Impressões | As Garotas do Ônibus: Jornalistas de Campanha é uma divertida aposta para os fãs de séries políticas

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Quando o idealismo e a realidade colidem, as sequelas são sempre as mais diversas. Em As Garotas do Ônibus: Jornalistas de Campanha, o amor pela política e o fascínio pelos políticos formam uma já esperada combinação bélica. E onde há rumores de guerra, há também a sede por sangue, suor e lágrimas. E a nova série original da MAX decide tomar para si todas essas alegorias tão dramáticas e tensas da política apenas para desconstruí-las diante da audiência. Das tensões de bastidores aos assessores de candidatos ardilosos, passando pelos obstinados membros da imprensa, todos os meandros da corrida eleitoral norte-americana ganham uma roupagem menos House of Cards e mais inclinada para Veep…mas com muitas e muitas ressalvas e distinções.



Não se propondo a ser perspicaz em seu humor, tão pouco ácida e afiada como a aclamada série da HBO estrelada por Julia Louis-Dreyfus e optando por ser menos catastrófica que a amada clássica da Netflix, As Garotas do Ônibus é uma mistura de comédias femininas com um toque de maturidade social. Aqui, a política assume um viés canônico, ajudando a alicerçar uma narrativa que prioriza mais a relação de amizade entre mulheres e todas as adversidades que suas protagonistas enfrentam ao longo de suas respectivas caminhadas. Com o cenário eleitoral sendo o fio condutor que conecta todos os arcos, inclusive dos coadjuvantes, a nova produção de Julie Plec (The Vanmpire Diaries) não se leva a sério e é uma suave e divertida aposta para os fãs do gênero.

Com Melissa Benoist assumindo uma versão mais caricata da clássica jornalista idealista, a comédia dramática opta por reciclar os tropos hollywoodianos, ainda que vez outra os critique e condene. Trazendo um humor feminino que talvez acabe segregando e limitando sua audiência, As Garotas do Ônibus funciona mais para mulheres do que para homens e embora não inove em seu formato e nem traga uma diferente perspectiva em relação à tantas outras séries políticas, sabe cativar sua audiência. Leve, despretensiosa e com um humor que mais acerta do que erra, a original MAX tá longe de ser ideal, mas ainda assim é um prazeroso entretenimento para um fim de domingo.

Com Benoist e Carla Gugino carregando a trama nas costas, As Garotas do Ônibus peca mesmo é na escalação de Natasha Behnam e Christina Elmore. Com personagens que aparentam ter características bidimensionais, ambas patinam na tela com versões apelativas e forçadas de duas mulheres que representam momentos bem distintos: uma tiktoker da geração Z e uma negra que está tentando provar seu valor em uma emissora desonesta. Incapazes de encontrar as nuances de suas personagens, algo que Benoist e Gugino habilmente conseguem, elas são como telas incompletas, pinturas inacabadas. Nunca sabemos se as detestamos ou estamos exaustos demais para nos importar com seus reclames.

Em contrapartida, Griffin Dunne dá vida a um inspirador e sábio mentor, um editor de jornal que entende as peculiaridades e miudezas de uma área sagaz e muitas vezes perversa com o jornalista. Atuando majoritariamente ao telefone, o veterano encara sua persona com precisão e se molda como um mosaico de alguns dos jornalistas americanos mais icônicos, como Bob Woodward e Carl Bernstein. Scott Foley e Brandon Scott completam o elenco masculino com exatidão, protagonizando personagens mais complexos, que estão sempre à margem da retidão e corrupção moral. Correndo o risco de caírem no desgosto do público, ambos os atores reiteram seu talento, equilibrando as incoerências de suas personas com agilidade e carisma.

E assim, imperfeita, mas divertida o bastante para se tornar um prazer culposo para os fãs de séries mais sérias, a nova proposta do streaming MAX exige pouco de sua audiência – ainda que espere um mínimo de apreço pela política. Inspirada nos livros “The Boys on The Bus”, de Timothy Crouse, e “Chasing Hillary”, de Amy Chozick (que também coassina a criação), a produção explora os altos e baixos de um jornalista de campanha, mesclando as tão perversas maquinações do meio aos dissabores relacionais de mulheres à flor da pele.

Tentando explorar assuntos já cansados como o feminismo, libertação sexual e empoderamento, As Garotas do Ônibus é até aprovada pelos fiscais socioculturais de plantão, mas também carrega em si um revés positivo, ao não se furtar de expor o óbvio quando se trata das particularidades da feminilidade. Com seus primeiros episódios bons o bastante para nos manter atentos e curiosos para o restante da trama, a nova série é uma validação do talento de Benoist para além de Supergirl e uma aposta positiva do streaming. Pode melhorar, mas é divertida o suficiente para quem ama um toque extra no subgênero “chick flicks” tão popular na TV e nos cinemas.

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Não se propondo a ser perspicaz em seu humor, tão pouco ácida e afiada como a aclamada série da HBO estrelada por Julia Louis-Dreyfus e optando por ser menos catastrófica que a amada clássica da Netflix, As Garotas do Ônibus é uma mistura de comédias femininas com um toque de maturidade social. Aqui, a política assume um viés canônico, ajudando a alicerçar uma narrativa que prioriza mais a relação de amizade entre mulheres e todas as adversidades que suas protagonistas enfrentam ao longo de suas respectivas caminhadas. Com o cenário eleitoral sendo o fio condutor que conecta todos os arcos, inclusive dos coadjuvantes, a nova produção de Julie Plec (The Vanmpire Diaries) não se leva a sério e é uma suave e divertida aposta para os fãs do gênero.

Com Melissa Benoist assumindo uma versão mais caricata da clássica jornalista idealista, a comédia dramática opta por reciclar os tropos hollywoodianos, ainda que vez outra os critique e condene. Trazendo um humor feminino que talvez acabe segregando e limitando sua audiência, As Garotas do Ônibus funciona mais para mulheres do que para homens e embora não inove em seu formato e nem traga uma diferente perspectiva em relação à tantas outras séries políticas, sabe cativar sua audiência. Leve, despretensiosa e com um humor que mais acerta do que erra, a original MAX tá longe de ser ideal, mas ainda assim é um prazeroso entretenimento para um fim de domingo.

Com Benoist e Carla Gugino carregando a trama nas costas, As Garotas do Ônibus peca mesmo é na escalação de Natasha Behnam e Christina Elmore. Com personagens que aparentam ter características bidimensionais, ambas patinam na tela com versões apelativas e forçadas de duas mulheres que representam momentos bem distintos: uma tiktoker da geração Z e uma negra que está tentando provar seu valor em uma emissora desonesta. Incapazes de encontrar as nuances de suas personagens, algo que Benoist e Gugino habilmente conseguem, elas são como telas incompletas, pinturas inacabadas. Nunca sabemos se as detestamos ou estamos exaustos demais para nos importar com seus reclames.

Em contrapartida, Griffin Dunne dá vida a um inspirador e sábio mentor, um editor de jornal que entende as peculiaridades e miudezas de uma área sagaz e muitas vezes perversa com o jornalista. Atuando majoritariamente ao telefone, o veterano encara sua persona com precisão e se molda como um mosaico de alguns dos jornalistas americanos mais icônicos, como Bob Woodward e Carl Bernstein. Scott Foley e Brandon Scott completam o elenco masculino com exatidão, protagonizando personagens mais complexos, que estão sempre à margem da retidão e corrupção moral. Correndo o risco de caírem no desgosto do público, ambos os atores reiteram seu talento, equilibrando as incoerências de suas personas com agilidade e carisma.

E assim, imperfeita, mas divertida o bastante para se tornar um prazer culposo para os fãs de séries mais sérias, a nova proposta do streaming MAX exige pouco de sua audiência – ainda que espere um mínimo de apreço pela política. Inspirada nos livros “The Boys on The Bus”, de Timothy Crouse, e “Chasing Hillary”, de Amy Chozick (que também coassina a criação), a produção explora os altos e baixos de um jornalista de campanha, mesclando as tão perversas maquinações do meio aos dissabores relacionais de mulheres à flor da pele.

Tentando explorar assuntos já cansados como o feminismo, libertação sexual e empoderamento, As Garotas do Ônibus é até aprovada pelos fiscais socioculturais de plantão, mas também carrega em si um revés positivo, ao não se furtar de expor o óbvio quando se trata das particularidades da feminilidade. Com seus primeiros episódios bons o bastante para nos manter atentos e curiosos para o restante da trama, a nova série é uma validação do talento de Benoist para além de Supergirl e uma aposta positiva do streaming. Pode melhorar, mas é divertida o suficiente para quem ama um toque extra no subgênero “chick flicks” tão popular na TV e nos cinemas.

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