domingo , 22 dezembro , 2024

Quem foi mais importante nos cinemas: ‘X-Men’ ou ‘Homem-Aranha’?

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Quando se fala de super-heróis nos cinemas, é impossível não lembrar de alguns filmes, como Superman: O Filme, X-Men: O Filme e Homem Aranha. Cada um tem sua particularidade e importância, mas parece haver uma discussão eterna entre os fãs da Marvel sobre qual filme foi mais importante para que a empresa se firmasse nos cinemas: X-Men (2000) ou Homem-Aranha (2002).

Os X-Men foram os primeiros heróis “humanizados” nos cinemas.

É sempre bom lembrar que antes de X-Men: O Filme, a Marvel vivia uma maré de azar terrível. Praticamente falida, a Casa das Ideias teve que vender os direitos de adaptação de alguns de seus personagens mais famosos para que a empresa não fechasse de vez. Assim, o Hulk foi para a Universal, o Homem-Aranha foi para a Sony, os X-Men e o Quarteto Fantástico foram para a Fox e por aí vai. Essa divisão fez com que cada personagem ganhasse uma abordagem própria e cada filme lançado se mostrava superior às atrocidades que a Marvel tentara fazer nos cinemas durante os anos 1980 e 1990. Com o sucesso dos X-Men de Bryan Singer, a empresa pôde dar uma respirada e continuar produzindo suas histórias em quadrinhos, inclusive inaugurando a linha Ultimate, que trazia os heróis dos anos 1960 com uma abordagem típica dos anos 2000.



 

O Hulk foi um dos heróis que a Marvel teve que vender para conseguir escapar da falência.

O filme dos X-Men foi precursor dos heróis deixando de ser deuses nos cinemas. Foi a primeira vez que os poderes deixaram de ser bençãos e foram tratados como maldição. Fora das telas, o uso da computação gráfica começava a ganhar força e esse filme ajudou na consolidação dessa ferramenta. Mas ele ainda sofria um problema. Na tentativa de agradar a adultos e crianças, os mutantes acabaram perdendo algumas características dos quadrinhos, como os uniformes coloridos e a profundidade de seus problemas humanos, como o preconceito. Ou seja, era personagens muito interessantes, mas extremamente caricatos e tratados de forma mais superficial.

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Os heróis passaram a ter problemas humanos, mas não foram tão aprofundados quanto em “Homem-Aranha”.

Mesmo assim, o longa foi um sucesso e ajudou a empurrar a nova aposta da Sony para o ano de 2002: o Homem-Aranha de Sam Raimi. Vendo o que deu certo e o que deu errado no filme dos mutantes, o diretor soube balancear melhor os elementos no filme do cabeça de teia. Indo contra a ideia de ter superastros estrelando o filme, Raimi trouxe Tobey Maguire, um desconhecido no mundo do cinema, para ser o jovem Peter Parker. Além disso, o diretor fez uma adaptação praticamente perfeita da versão Ultimate dos quadrinhos do Homem-Aranha. Tendo esse material base já adaptado à realidade do século XXI, toda a relação do herói com a Nova York da época ficou extremamente mais orgânica. No entanto, seguindo o exemplo de Singer, Raimi fez suas adaptações para o cinema. O Duende Verde, por exemplo, passou a usar uma armadura. Peter não precisou criar lançadores de teias porque ganhou o poder de lançar teias orgânicas nas telonas.

 

Um embate entre a fidelidade às HQs e as mudanças para o cinema.

Outro ponto que Homem-Aranha se beneficiou foi a reação do público aos heróis mais humanizados. Vendo a reação positiva em X-Men: O Filme, Raimi se aprofundou ainda mais na humanização do Aranha, mostrando ele como um adolescente cheio de seus problemas de adolescente, da típica marra adolescente e deu prioridade aos efeitos que a responsabilidade – ou falta dela – teria na vida e comportamento do herói. Essa abordagem extremamente humana elevou o nível de identificação do público já conseguida em X-Men a outro nível. Assim como os efeitos especiais, que não precisavam mais ser “disfarçados” em cenas escuras, permitindo que o Cabeça de Teia se balançasse por Nova York, escalasse paredes e lançasse teias nos inimigos de forma mais crível. Saía o herói que só agia no escuro, entrava o herói disponível 24h por dia.

 

Os efeitos especiais de Homem-Aranha já estavam mais avançados e permitiram um melhor uso dos poderes.

Daí para frente, a tecnologia só evoluiu e os X-Men e o Homem-Aranha travaram belas brigas por bilheteria nos cinemas, cada um com suas respectivas qualidades. É complicado dizer qual foi o mais importante para fazer dos filmes de heróis o que eles são hoje. Enquanto a estrutura narrativa, a humanização e a fidelidade dos uniformes seguem bem mais o padrão de Homem-Aranha, é injusto não citar X-Men: O Filme, do qual o próprio Sam Raimi pôde analisar antes de realizar seus filmes. O correto é dizer que os X-Men caminharam para que o Homem-Aranha pudesse correr. O resultado dessa maratona é a indústria bilionária de heróis nos cinemas que temos hoje.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Quando se fala de super-heróis nos cinemas, é impossível não lembrar de alguns filmes, como Superman: O Filme, X-Men: O Filme e Homem Aranha. Cada um tem sua particularidade e importância, mas parece haver uma discussão eterna entre os fãs da Marvel sobre qual filme foi mais importante para que a empresa se firmasse nos cinemas: X-Men (2000) ou Homem-Aranha (2002).

Os X-Men foram os primeiros heróis “humanizados” nos cinemas.

É sempre bom lembrar que antes de X-Men: O Filme, a Marvel vivia uma maré de azar terrível. Praticamente falida, a Casa das Ideias teve que vender os direitos de adaptação de alguns de seus personagens mais famosos para que a empresa não fechasse de vez. Assim, o Hulk foi para a Universal, o Homem-Aranha foi para a Sony, os X-Men e o Quarteto Fantástico foram para a Fox e por aí vai. Essa divisão fez com que cada personagem ganhasse uma abordagem própria e cada filme lançado se mostrava superior às atrocidades que a Marvel tentara fazer nos cinemas durante os anos 1980 e 1990. Com o sucesso dos X-Men de Bryan Singer, a empresa pôde dar uma respirada e continuar produzindo suas histórias em quadrinhos, inclusive inaugurando a linha Ultimate, que trazia os heróis dos anos 1960 com uma abordagem típica dos anos 2000.

 

O Hulk foi um dos heróis que a Marvel teve que vender para conseguir escapar da falência.

O filme dos X-Men foi precursor dos heróis deixando de ser deuses nos cinemas. Foi a primeira vez que os poderes deixaram de ser bençãos e foram tratados como maldição. Fora das telas, o uso da computação gráfica começava a ganhar força e esse filme ajudou na consolidação dessa ferramenta. Mas ele ainda sofria um problema. Na tentativa de agradar a adultos e crianças, os mutantes acabaram perdendo algumas características dos quadrinhos, como os uniformes coloridos e a profundidade de seus problemas humanos, como o preconceito. Ou seja, era personagens muito interessantes, mas extremamente caricatos e tratados de forma mais superficial.

 

Os heróis passaram a ter problemas humanos, mas não foram tão aprofundados quanto em “Homem-Aranha”.

Mesmo assim, o longa foi um sucesso e ajudou a empurrar a nova aposta da Sony para o ano de 2002: o Homem-Aranha de Sam Raimi. Vendo o que deu certo e o que deu errado no filme dos mutantes, o diretor soube balancear melhor os elementos no filme do cabeça de teia. Indo contra a ideia de ter superastros estrelando o filme, Raimi trouxe Tobey Maguire, um desconhecido no mundo do cinema, para ser o jovem Peter Parker. Além disso, o diretor fez uma adaptação praticamente perfeita da versão Ultimate dos quadrinhos do Homem-Aranha. Tendo esse material base já adaptado à realidade do século XXI, toda a relação do herói com a Nova York da época ficou extremamente mais orgânica. No entanto, seguindo o exemplo de Singer, Raimi fez suas adaptações para o cinema. O Duende Verde, por exemplo, passou a usar uma armadura. Peter não precisou criar lançadores de teias porque ganhou o poder de lançar teias orgânicas nas telonas.

 

Um embate entre a fidelidade às HQs e as mudanças para o cinema.

Outro ponto que Homem-Aranha se beneficiou foi a reação do público aos heróis mais humanizados. Vendo a reação positiva em X-Men: O Filme, Raimi se aprofundou ainda mais na humanização do Aranha, mostrando ele como um adolescente cheio de seus problemas de adolescente, da típica marra adolescente e deu prioridade aos efeitos que a responsabilidade – ou falta dela – teria na vida e comportamento do herói. Essa abordagem extremamente humana elevou o nível de identificação do público já conseguida em X-Men a outro nível. Assim como os efeitos especiais, que não precisavam mais ser “disfarçados” em cenas escuras, permitindo que o Cabeça de Teia se balançasse por Nova York, escalasse paredes e lançasse teias nos inimigos de forma mais crível. Saía o herói que só agia no escuro, entrava o herói disponível 24h por dia.

 

Os efeitos especiais de Homem-Aranha já estavam mais avançados e permitiram um melhor uso dos poderes.

Daí para frente, a tecnologia só evoluiu e os X-Men e o Homem-Aranha travaram belas brigas por bilheteria nos cinemas, cada um com suas respectivas qualidades. É complicado dizer qual foi o mais importante para fazer dos filmes de heróis o que eles são hoje. Enquanto a estrutura narrativa, a humanização e a fidelidade dos uniformes seguem bem mais o padrão de Homem-Aranha, é injusto não citar X-Men: O Filme, do qual o próprio Sam Raimi pôde analisar antes de realizar seus filmes. O correto é dizer que os X-Men caminharam para que o Homem-Aranha pudesse correr. O resultado dessa maratona é a indústria bilionária de heróis nos cinemas que temos hoje.

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