quarta-feira , 20 novembro , 2024

‘Roar’ – Conheça o Filme de Terror Mais Insano e PERIGOSO de Hollywood

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Os fãs de cinema, entusiastas, aficionados e cinéfilos de plantão adoram saber sobre uma boa história de bastidores no mundo da sétima arte. Afinal, a produção de um filme é parte essencial do que vemos em tela como resultado. É praticamente impossível trabalhar com jornalismo de entretenimento e não estar a par do que acontece na confecção de uma obra, ou num set de filmagem. Mudanças de atores e diretores, problemas com locações, brigas, excentricidades de astros e todo tipo de imprevisto pode ocorrer, afinal estamos falando de muitas pessoas envolvidas trabalhando para um mesmo fim, e muito dinheiro gasto visando ser recuperado – ou duplicado, triplicado e quadruplicado.

Assim, ao longo da história da sétima arte o que todos esperam é uma produção tranquila de um filme. Bem, isso às vezes pode ser muito chato. E nem sempre é o que acontece. Quando falamos em Hollywood, espera-se um ambiente contido onde tudo funcione de forma minuciosa e cronometrada como um relógio. Nem sempre é assim também. Aqui iremos abordar uma das produções mais desastrosas do cinema de todos os tempos – que de tão catastrófica conseguiu se manter quase escondida nas sombras durante quatro décadas. Em seu quadragésimo ano de aniversário, diversos especialistas começam a jogar luz nela. E é o que iremos fazer aqui também, apresentando o malfadado Roar para você abaixo. Confira.



Roar é um filme de suspense, aventura e terror sobre uma família colocada em perigo na África, ao ficar à mercê de inúmeros leões, tigres e todo tipo de felino de grande porte. O longa ganhou novos ares de popularidade graças à Netflix e ao seu seriado documental A Máfia dos Tigres lançado em 2020, sobre um tratador de grandes felinos exótico e seu zoológico “clandestino”. Perto do que vemos em Roar, o apresentado em A Máfia dos Tigres (Tiger King) se mostra fichinha, no entanto.

A ideia para o filme nasceu de um projeto apaixonado do produtor Noel Marshall, que possui no currículo como obra mais famosa a produção de O Exorcista (1973), clássico atemporal da sétima arte e um dos melhores filmes de terror de todos os tempos. Marshall era casado com a estrela de Hollywood Tippi Hedren, mais conhecida por ser a musa de Alfred Hitchcock no sucesso Os Pássaros (1963) e no menos badalado Marnie – Confissões de uma Ladra (1964), no qual fez par com Sean Connery. De fato, o que veríamos em tela em Roar é muito semelhante à Os Pássaros, trocando as pequenas criaturas aladas por um bando de felinos sanguinários gigantescos.

Marshall e Hedren se tornaram amantes da natureza e do meio ambiente. Defensores dos animais, o casal adorava sair em safari explorando o habitat de seres exóticos. Numa destas muitas aventuras, o produtor bolou uma história para seu novo filme: uma família de naturalistas e defensores dos animais se tornando alvo dos próprios bichos que visam defender. A proposta era mostrar o quão nocivo pode ser para um animal deste porte viver confinado ou em ambientes não propícios. Uma das fontes de inspiração foi o clássico A História de Elsa (Born Free), de 1966, sobre um casal de ecologistas criando um filhote de leoa após ela ter perdido os pais para caçadores.

O curioso em tudo isso, é que o casal Marshall e Hedren fizeram na vida real exatamente o que seu filme visava criticar. Com a estrela e esposa embarcando na onda do marido, iniciava-se a epopeia de Roar. O casal levou a proposta para diversos estúdios e todos prontamente apontaram o quão insana era ideia, já que seria necessário filmar com muitos animais de verdade, numa época em que nem se sonhava ter efeitos de computadores. O risco era simplesmente grande demais para todos. Assim, sem ninguém embarcar em sua loucura, o casal investiu do próprio bolso seu dinheiro e muito tempo foi gasto nesta produção. Como primeiro passo, a dupla construiu um zoológico miniatura em sua casa, recriando o ambiente da África e numa manobra fora da lei e incorreta, criaram no local diversos bebês de leões, tigres e felinos para que estes se acostumassem com eles desde a infância.

Na empreitada, para conseguirem o dinheiro da produção, venderam quatro de suas casas e até mesmo itens raros, como o casaco de Tippi Hedren usado por ela em Os Pássaros e dado de presente pelo diretor Alfred Hitchcock. Foram anos gastos apenas na pré-produção do longa. Você já imaginou construir um zoológico na sua casa para abrigar filhotes, espera-los crescer para assim usa-los em seu filme? Das duas uma, ou era muita paixão do casal acreditando que este seria a obra definitiva sobre animais no cinema, ou eles estavam simplesmente muito loucos.

Marshall e Hedren enfim conseguiram levantar US$17 milhões para o orçamento da produção, o que era uma verdadeira fortuna para a época. É preciso levar em conta que isso era 1981, há quarenta anos. A trama não é das mais complexas, mas a proposta era por filmar tudo com um ar bem de documentário mesmo. Meta atingida pelo produtor. A sensação que dá ao assistirmos Roar é a de estar vendo as infames fitas Faces da Morte, onde sentimos que a qualquer momento algo sairá muito errado e possivelmente veremos a morte de um ator capturada pelas câmeras. Felizmente, mas por muito pouco, nenhum ator ou qualquer membro da equipe perdeu sua vida. Mas muitos ficaram severamente feridos, vislumbrando de perto a morte. De fato, em inúmeras entrevistas mais recentes, a estrela do filme, Tippi Hedren, confessa não saber como alguém não terminou a produção morto. Dá para sentir o drama né?

Maluco de plantão! Produtor, diretor e protagonista, Noel Marshall dá um “beijinho” num grande felino.

Noel Marshall pulava da produção para a direção no comando da obra. Afinal, esse filme não poderia ser mais seu. Além de produzir e dirigir, Marshall também estrelava na pele do defensor dos animais Hank, já que nenhum outro ator seria louco o suficiente de querer protagonizar aqui. Seu personagem é um sujeito dedicado a cuidar de grandes leões e tigres em sua propriedade rural na África. Com a chegada de sua família no local, é que as coisas saem verdadeiramente dos trilhos. Na frente e atrás das câmeras. Para começar, Marshall utilizou sua verdadeira família como atores desta história. Assim, seus filhos de um casamento prévio, Jerry e John Marshall concordaram em aparecer como coadjuvantes em Roar, nos papeis de seus filhos Jerry e John.

Mas o chamariz da prole do casal em tela era Melanie Griffith, atriz veterana indicada ao Oscar (Uma Secretária de Futuro), então uma menina de 19 aninhos em início de carreira. Melanie, é claro, é filha de Tippi Hedren na vida real com o também ator Peter Griffith e enteada então de Noel Marshall. No filme ela vive… você adivinhou, Melanie, a filha do casal.

“Mãe, tira esse leão de cima de mim!”. Tippi Hedren acode a filha Melanie Griffith tirando um leão real de cima da moça.

O que aconteceu em Roar foi basicamente o seguinte: se a descrição dos bastidores até agora no texto soa caótico, com atores arriscando suas vidas na companhia de dezenas de grandes felinos de centenas de quilos, bem, essa previsão de caos realmente se concretizou. As filmagens do longa demoraram nada menos do que cinco anos para serem realizadas. Isso deve ser alguma espécie de recorde. Tudo porque vira e mexe algum membro do elenco ou da produção era atacado ou ferido por um dos animais selvagens no set durante as gravações. O fotógrafo Jan de Bont – que depois partiria para se tornar um diretor conhecido no ramo ao comandar obras como Velocidade Máxima (1994) e Twister (1996) – teve seu couro cabeludo removido por um dos leões após uma patada na cabeça, precisando de mais de 200 pontos para recolocar seu “escalpo” no lugar. Marshall sofria severos ferimentos na mão e braço e quase correu o risco de amputá-lo. E por fim, Melanie teve o rosto ferido precisando de uma rápida cirurgia plástica para a reconstrução facial. É de se admirar que a produção – criada quase em estilo mambembe – não tenha sido interditada por autoridades.

A imagem dos ferimentos eram usadas para a divulgação do filme. Aqui, Jan de Bont quase “perde a cabeça”.

Além do risco de vida constante dos membros da produção, os animais também sofreram, com alguns precisando ser abatidos. Atualmente, instituições como a PETA jamais deixariam uma obra como esta correr solta desta forma. Fora isso, o destino não ajudou, providenciando enchentes e incêndios nos cenários, que só contribuíram para o adiamento constante do filme. No fim das contas, quando Roar finalmente pôde ser lançado, aconteceu o que muitos podem imaginar, o longa foi solenemente ignorado. A verdade é que Roar sequer foi lançado nos EUA, segundo a atriz Tippi Hedren devido a executivos gananciosos que queriam ficar com parte dos lucros, dinheiro que o casal visava reverter para instituições que cuidam deste tipo de animais selvagens.

Roar foi lançado em países como a Austrália, a Alemanha, Espanha, Dinamarca, Holanda e outros países da Europa, mas viveu para se tornar um dos maiores fracassos da história do cinema, recuperando em seu orçamento de US$17 milhões, apenas US$2 milhões em sua estadia nas telonas. Ou seja, todo o esforço, o tempo e dinheiro num “projeto dos sonhos” audacioso haviam sido em vão. Hedren e Marshall se separaram logo no ano seguinte do lançamento, em 1982. E Melanie Griffith afirma nunca ter se dado bem com o padrasto, ficando sem falar com ele por 23 anos.

Verdade ou ficção? Melanie Griffith exibe o rosto ensanguentado no cartaz de ‘Roar’.

E assim Roar permaneceu, escondido nas sombras durante todos esses anos como uma espécie de lenda urbana do cinema. Isso até o Alamo Drafthouse, uma das mais tradicionais redes de cinemas norte-americanas, finalmente se prontificar a exibir Roar pela primeira vez nas telonas dos EUA, em abril de 2015 – que marcaria a estreia da produção em solo americano. Isso gerou um burburinho que fez Roar ressurgir como obra cult e por incrível que possa parecer, ter começado a cair no gosto dos críticos na atualidade. No agregador Rotten Tomatoes, por exemplo, o filme marca 71% de aprovação da imprensa especializada, garantindo uma nota favorável ao filme.

Noel Marshall, obviamente, nunca mais dirigiu um filme. O realizador viria a falecer em 2010 aos 79 anos. Tippi Hedren, ainda viva, é uma das grandes estrelas da era de ouro ainda por aqui em nosso plano. Um filme como Roar talvez nunca mais seja feito, porém, com o surgimento de documentários como A Máfia dos Tigres, seu realismo e coragem começam a ser mais apreciados.

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Assim, ao longo da história da sétima arte o que todos esperam é uma produção tranquila de um filme. Bem, isso às vezes pode ser muito chato. E nem sempre é o que acontece. Quando falamos em Hollywood, espera-se um ambiente contido onde tudo funcione de forma minuciosa e cronometrada como um relógio. Nem sempre é assim também. Aqui iremos abordar uma das produções mais desastrosas do cinema de todos os tempos – que de tão catastrófica conseguiu se manter quase escondida nas sombras durante quatro décadas. Em seu quadragésimo ano de aniversário, diversos especialistas começam a jogar luz nela. E é o que iremos fazer aqui também, apresentando o malfadado Roar para você abaixo. Confira.

Roar é um filme de suspense, aventura e terror sobre uma família colocada em perigo na África, ao ficar à mercê de inúmeros leões, tigres e todo tipo de felino de grande porte. O longa ganhou novos ares de popularidade graças à Netflix e ao seu seriado documental A Máfia dos Tigres lançado em 2020, sobre um tratador de grandes felinos exótico e seu zoológico “clandestino”. Perto do que vemos em Roar, o apresentado em A Máfia dos Tigres (Tiger King) se mostra fichinha, no entanto.

A ideia para o filme nasceu de um projeto apaixonado do produtor Noel Marshall, que possui no currículo como obra mais famosa a produção de O Exorcista (1973), clássico atemporal da sétima arte e um dos melhores filmes de terror de todos os tempos. Marshall era casado com a estrela de Hollywood Tippi Hedren, mais conhecida por ser a musa de Alfred Hitchcock no sucesso Os Pássaros (1963) e no menos badalado Marnie – Confissões de uma Ladra (1964), no qual fez par com Sean Connery. De fato, o que veríamos em tela em Roar é muito semelhante à Os Pássaros, trocando as pequenas criaturas aladas por um bando de felinos sanguinários gigantescos.

Marshall e Hedren se tornaram amantes da natureza e do meio ambiente. Defensores dos animais, o casal adorava sair em safari explorando o habitat de seres exóticos. Numa destas muitas aventuras, o produtor bolou uma história para seu novo filme: uma família de naturalistas e defensores dos animais se tornando alvo dos próprios bichos que visam defender. A proposta era mostrar o quão nocivo pode ser para um animal deste porte viver confinado ou em ambientes não propícios. Uma das fontes de inspiração foi o clássico A História de Elsa (Born Free), de 1966, sobre um casal de ecologistas criando um filhote de leoa após ela ter perdido os pais para caçadores.

O curioso em tudo isso, é que o casal Marshall e Hedren fizeram na vida real exatamente o que seu filme visava criticar. Com a estrela e esposa embarcando na onda do marido, iniciava-se a epopeia de Roar. O casal levou a proposta para diversos estúdios e todos prontamente apontaram o quão insana era ideia, já que seria necessário filmar com muitos animais de verdade, numa época em que nem se sonhava ter efeitos de computadores. O risco era simplesmente grande demais para todos. Assim, sem ninguém embarcar em sua loucura, o casal investiu do próprio bolso seu dinheiro e muito tempo foi gasto nesta produção. Como primeiro passo, a dupla construiu um zoológico miniatura em sua casa, recriando o ambiente da África e numa manobra fora da lei e incorreta, criaram no local diversos bebês de leões, tigres e felinos para que estes se acostumassem com eles desde a infância.

Na empreitada, para conseguirem o dinheiro da produção, venderam quatro de suas casas e até mesmo itens raros, como o casaco de Tippi Hedren usado por ela em Os Pássaros e dado de presente pelo diretor Alfred Hitchcock. Foram anos gastos apenas na pré-produção do longa. Você já imaginou construir um zoológico na sua casa para abrigar filhotes, espera-los crescer para assim usa-los em seu filme? Das duas uma, ou era muita paixão do casal acreditando que este seria a obra definitiva sobre animais no cinema, ou eles estavam simplesmente muito loucos.

Marshall e Hedren enfim conseguiram levantar US$17 milhões para o orçamento da produção, o que era uma verdadeira fortuna para a época. É preciso levar em conta que isso era 1981, há quarenta anos. A trama não é das mais complexas, mas a proposta era por filmar tudo com um ar bem de documentário mesmo. Meta atingida pelo produtor. A sensação que dá ao assistirmos Roar é a de estar vendo as infames fitas Faces da Morte, onde sentimos que a qualquer momento algo sairá muito errado e possivelmente veremos a morte de um ator capturada pelas câmeras. Felizmente, mas por muito pouco, nenhum ator ou qualquer membro da equipe perdeu sua vida. Mas muitos ficaram severamente feridos, vislumbrando de perto a morte. De fato, em inúmeras entrevistas mais recentes, a estrela do filme, Tippi Hedren, confessa não saber como alguém não terminou a produção morto. Dá para sentir o drama né?

Maluco de plantão! Produtor, diretor e protagonista, Noel Marshall dá um “beijinho” num grande felino.

Noel Marshall pulava da produção para a direção no comando da obra. Afinal, esse filme não poderia ser mais seu. Além de produzir e dirigir, Marshall também estrelava na pele do defensor dos animais Hank, já que nenhum outro ator seria louco o suficiente de querer protagonizar aqui. Seu personagem é um sujeito dedicado a cuidar de grandes leões e tigres em sua propriedade rural na África. Com a chegada de sua família no local, é que as coisas saem verdadeiramente dos trilhos. Na frente e atrás das câmeras. Para começar, Marshall utilizou sua verdadeira família como atores desta história. Assim, seus filhos de um casamento prévio, Jerry e John Marshall concordaram em aparecer como coadjuvantes em Roar, nos papeis de seus filhos Jerry e John.

Mas o chamariz da prole do casal em tela era Melanie Griffith, atriz veterana indicada ao Oscar (Uma Secretária de Futuro), então uma menina de 19 aninhos em início de carreira. Melanie, é claro, é filha de Tippi Hedren na vida real com o também ator Peter Griffith e enteada então de Noel Marshall. No filme ela vive… você adivinhou, Melanie, a filha do casal.

“Mãe, tira esse leão de cima de mim!”. Tippi Hedren acode a filha Melanie Griffith tirando um leão real de cima da moça.

O que aconteceu em Roar foi basicamente o seguinte: se a descrição dos bastidores até agora no texto soa caótico, com atores arriscando suas vidas na companhia de dezenas de grandes felinos de centenas de quilos, bem, essa previsão de caos realmente se concretizou. As filmagens do longa demoraram nada menos do que cinco anos para serem realizadas. Isso deve ser alguma espécie de recorde. Tudo porque vira e mexe algum membro do elenco ou da produção era atacado ou ferido por um dos animais selvagens no set durante as gravações. O fotógrafo Jan de Bont – que depois partiria para se tornar um diretor conhecido no ramo ao comandar obras como Velocidade Máxima (1994) e Twister (1996) – teve seu couro cabeludo removido por um dos leões após uma patada na cabeça, precisando de mais de 200 pontos para recolocar seu “escalpo” no lugar. Marshall sofria severos ferimentos na mão e braço e quase correu o risco de amputá-lo. E por fim, Melanie teve o rosto ferido precisando de uma rápida cirurgia plástica para a reconstrução facial. É de se admirar que a produção – criada quase em estilo mambembe – não tenha sido interditada por autoridades.

A imagem dos ferimentos eram usadas para a divulgação do filme. Aqui, Jan de Bont quase “perde a cabeça”.

Além do risco de vida constante dos membros da produção, os animais também sofreram, com alguns precisando ser abatidos. Atualmente, instituições como a PETA jamais deixariam uma obra como esta correr solta desta forma. Fora isso, o destino não ajudou, providenciando enchentes e incêndios nos cenários, que só contribuíram para o adiamento constante do filme. No fim das contas, quando Roar finalmente pôde ser lançado, aconteceu o que muitos podem imaginar, o longa foi solenemente ignorado. A verdade é que Roar sequer foi lançado nos EUA, segundo a atriz Tippi Hedren devido a executivos gananciosos que queriam ficar com parte dos lucros, dinheiro que o casal visava reverter para instituições que cuidam deste tipo de animais selvagens.

Roar foi lançado em países como a Austrália, a Alemanha, Espanha, Dinamarca, Holanda e outros países da Europa, mas viveu para se tornar um dos maiores fracassos da história do cinema, recuperando em seu orçamento de US$17 milhões, apenas US$2 milhões em sua estadia nas telonas. Ou seja, todo o esforço, o tempo e dinheiro num “projeto dos sonhos” audacioso haviam sido em vão. Hedren e Marshall se separaram logo no ano seguinte do lançamento, em 1982. E Melanie Griffith afirma nunca ter se dado bem com o padrasto, ficando sem falar com ele por 23 anos.

Verdade ou ficção? Melanie Griffith exibe o rosto ensanguentado no cartaz de ‘Roar’.

E assim Roar permaneceu, escondido nas sombras durante todos esses anos como uma espécie de lenda urbana do cinema. Isso até o Alamo Drafthouse, uma das mais tradicionais redes de cinemas norte-americanas, finalmente se prontificar a exibir Roar pela primeira vez nas telonas dos EUA, em abril de 2015 – que marcaria a estreia da produção em solo americano. Isso gerou um burburinho que fez Roar ressurgir como obra cult e por incrível que possa parecer, ter começado a cair no gosto dos críticos na atualidade. No agregador Rotten Tomatoes, por exemplo, o filme marca 71% de aprovação da imprensa especializada, garantindo uma nota favorável ao filme.

Noel Marshall, obviamente, nunca mais dirigiu um filme. O realizador viria a falecer em 2010 aos 79 anos. Tippi Hedren, ainda viva, é uma das grandes estrelas da era de ouro ainda por aqui em nosso plano. Um filme como Roar talvez nunca mais seja feito, porém, com o surgimento de documentários como A Máfia dos Tigres, seu realismo e coragem começam a ser mais apreciados.

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