Já imaginou como seriam os clássicos do terror que todos nós amamos, se eles tivessem outros títulos? A verdade é que no fim das contas continuaríamos os amando, afinal o que é a capa de um livro em comparação ao seu conteúdo? Ou seja, se o filme em si fosse o mesmo, tenho certeza que não seria o título que nos faria gostar menos deles. De qualquer forma seria estranho chamar o atemporal Halloween – A Noite do Terror (1978) de “Os Assassinatos das Babás”, por exemplo, não é mesmo? O fato é, muitos títulos de clássicos queridos são tão certeiros que não imaginaríamos eles sendo chamados de qualquer outra coisa. Pegando este gancho, decidi por uma nova matéria em que revelaremos para você, querido leitor, quais seriam os títulos de alguns dos filmes de terror mais populares da história do cinema. Confira abaixo e diga se o título final não acabou sendo melhor do que o originalmente planejado.
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Noite dos Comedores de Carne
Por este título já dá para imaginar de qual filmes estamos falando aqui, não é? O clássico absoluto A Noite dos Mortos-Vivos, de 1968, não é apenas uma das obras do gênero mais influentes do cinema, como também é uma das produções mais importantes para a mitologia das criaturas hoje conhecidas como zumbis. Os monstros se tornaram os mais populares da atualidade na cultura pop, sendo assunto de tudo, desde séries, games e, claro, filmes. Mas tudo começou aqui, criado por George A. Romero. Antes de serem conhecidos como Mortos-Vivos, no entanto, Romero e sua equipe quase os chamaram de “Os Comedores de Carne (Humana)”, num título mais explícito.
O Anticristo
Esse também fica fácil de adivinhar. Trata-se de outro clássico, este de 1976, que marcou o cinema de terror. A Profecia (The Omen) surfou na onda da época de filmes sobre o diabo, demônios, o fim do mundo e crianças assustadoras, iniciada pelos sucessos de O Bebê de Rosemary (1968) e O Exorcista (1973). A Profecia foi dirigido por Richard Donner, que dois anos depois daria um passo ambicioso com Superman – O Filme. O título O Anticristo é mais direto e até mesmo mais assustador, já A Profecia é um pouco mais enigmático. Além de O Anticristo, o filme de Donner quase teve também o nome A Marca de Nascença – que não diria muito sobre o que trata o filme.
Os Assassinatos das Babás
Como dito no início, aqui temos outro grande clássico do terror, saído da década de 1970, que é fácil detectar pelo título que quase teve. É só juntar um mais um. Pense num assassino, e pense em suas vítimas, jovens trabalhando como babás. Só faltou mesmo dizer em que data o filme se passa. Sabemos que é no dia das bruxas. Halloween – A Noite do Terror, de John Carpenter, deu início a uma franquia que dura até hoje, sendo um dos mais duradouros exemplares do gênero terror. É dito também que o filme com o maníaco Michael Myers foi o primeiro do subgênero slasher – que ao menos cimentou as regras do jogo e gerou todo tipo de imitador. Antes do mais direto e inesquecível título Halloween, Carpenter pensou no mais mundano “Os Assassinatos das Babás”. O que você acha?
Longa Noite no Acampamento Sangrento
Por falar em imitadores de Halloween, o primeiro e mais famoso a chegar atende pelo título Sexta-Feira 13, é claro. Não é segredo para ninguém, e até mesmo o criador do primeiro filme, o cineasta Sean S. Cunningham não esconde, já tendo revelado em diversas entrevistas que o objetivo de criar seu filme de terror era capitalizar em cima do sucesso do longa de John Carpenter, que havia se tornado um fenômeno. E deu certo, já que Sexta-Feira 13 rendeu ainda mais dinheiro, e igualmente se tornou uma franquia – ainda mais famosa. E assim como o colega, que antes teria outro título, o primeiro filme do maníaco Jason (que não aparece no original) teria um título mais descritivo de sua trama, se chamando Longa Noite no Acampamento Sangrento – antes de optar por uma data associada ao azar.
Jason
Essa daqui também é moleza. Como dito, no Sexta-Feira 13 original, o assassino não é Jason. Isso porque em tal filme, o personagem mais associado a esta franquia era apenas um menino quando se afogou nas águas do lago no acampamento de verão, devido à negligência dos monitores. Isso foi o que motivou a vingança de sua mãe, a matadora do filme original. Como o dinheiro sempre fala mais alto, os produtores decidiram continuar a história, desta vez com Jason saindo do lago nas formas de um adulto (vai entender) para se vingar da morte de sua mãe. Os criadores originais não quiseram saber desta continuação, mas ela fez novamente muito sucesso – e seu título original, para marcar a estreia do maior psicopata dos filmes slasher, seria Jason.
É noite
Por falar em títulos ambíguos, um dos mais misteriosos seria deste clássico de 1982, produzido por Steven Spielberg e dirigido por Tobe Hooper. Depois do sucesso de O Massacre da Serra Elétrica, o gênio do cinema Spielberg escalou Hooper para dirigir seu filme de terror. Acontece que muitos afirmam que Spielberg não deixou o sujeito brincar direito com seu brinquedo, tendo ele mesmo dirigido o filme, dizem muitos relatos. Seja como for, Poltergeist se tornou um sucesso absoluto e podemos notar os dedos de ambos os cineastas na produção. O título original do filme seria “É Noite” (It’s Night Time) – um título que não diz muito sobre a trama ou ao que veio. Sorte de todos nós que os realizadores decidiram mudar para o impactante Poltergeist – que se refere a eventos sobrenaturais associados a assombrações.
Cristal Japão
Continuando pela franquia Sexta-Feira 13, se tornou um costume dos realizadores esconder que estavam produzindo mais um filme da franquia. Assim, sempre trabalhavam com um título “enganoso”, a fim de despistar os curiosos, os fãs e também os detratores. Foi o caso com as filmagens do terceiro longa, de 1982, que teve seu título de trabalho como Cristal Japão, ou Crystal Japan, fazendo referência a um álbum do eterno David Bowie e ao mesmo tempo ao nome do famoso lago que adorna os filmes de terror desta série, o Crystal Lake.
Sadomasoquismo Além-túmulo
Essa parece até título de filme de comédia – e caso os realizadores seguissem com a ideia deste nome, certamente o filme seria confundido com alguma paródia. O título é tão exótico que nos faz pensar que, assim como o item acima, este era apenas o nome de trabalho durante as gravações do longa e que nunca foi de fato planejado para ser o produto final. Aqui, falamos de Hellraiser – Renascido do Inferno, de 1987, clássico do terror visceral e sanguinolento. O filme é a adaptação do conto Hellbound Heart (Algo como “Coração Ligado ao Inferno”) do autor Clive Barker. De fato, Barker resolveu adaptar seu livro para as telonas e dirigiu a produção.
Amigo Sangrento
É engraçado, mas muita gente confunde o título da franquia de terror do boneco mais amado do gênero: o pequeno Chucky. Acontece que o primeiro filme, assim como suas duas continuações diretas, se chama Brinquedo Assassino (Child’s Play) aqui no Brasil – apesar de muitos o chamarem erroneamente de Boneco Assassino. Esse erro poderia não acometer grande parte do público se os realizadores optassem pelo título original do filme, que seria Amigo Sangrento – referência também à amizade entre o menino Andy (Alex Vincent) e seu brinquedo com alma de serial killer, Chucky.
Filme Assustador
Terminando a lista com um novo clássico da década de 1990. É verdade que muitos podem saber desta curiosidade, bastante divulgada entre os fãs e os cinéfilos. Pânico (1996) serviu para revitalizar os filmes de terror slasher adolescentes, injetando nova energia no gênero. Um dos diferenciais foi o uso do humor autorreferente constante durante a projeção – fato que quase fez o filme se chamar Scary Movie, ou Filme Assustador, um gracejo logo no título. Mas Pânico só tem esse nome no Brasil, já que seu título original é Scream – que seria Grite ou Grito. É aí que entram duas apropriações de nomes. A primeira, ocorreu com a comédia dos irmãos Wayans, Todo Mundo em Pânico, que no original “surrupiou” o título prévio de Pânico, Scary Movie. E depois, aqui no Brasil, os responsáveis acharam por bem “surrupiar” o tal Grito, que seria de Pânico, e utiliza-lo em The Grudge, remake do famoso terror japonês que significa “O Rancor”.