quarta-feira , 20 novembro , 2024

‘Super’ – O protótipo de James Gunn com quadrinhos

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Obra representou a primeira colaboração do diretor com grandes nomes

Com sucessos consolidados no gênero de super-heróis, o cineasta James Gunn já provou que entende o elemento primordial desse tipo de história e tem em sua assinatura artística uma semelhança natural com esse fator: o exagero. Afinal, tudo relacionado a quadrinhos é exagerado por natureza, muito pelo tom das histórias mas também por detalhes técnicos como a coloração chamativa de painéis em certos títulos (A Piada Mortal, por exemplo).



Dessa forma, Gunn não hesita abraçar esse fator ao adaptar uma obra; seja com uso de cores bastante vivas em algumas cenas ou figurinos que são carnavalescos por justamente estarem em sintonia com o material fonte e não terem passado por uma adaptação (como foi o caso dos X-men a partir dos anos 2000).

Ainda assim, ele não é um artista totalmente preso a esse nicho desde seu primeiro projeto. Sua origem no campo dos longa metragens remonta ao terror Seres Rastejantes, de 2006, em que é apresentada uma infestação de vermes alienígenas à uma cidade; aqueles que são expostos desenvolvem mutações em criaturas selvagens. Mesmo sendo um terror sem maiores ambições, ele foi importante para o diretor iniciar o próximo projeto.

O exagero dos figurinos foi um sopro de ar fresco durante a era dos trajes de couro.

Super foi e ainda é o projeto menos custoso da carreira de James Gunn, com um orçamento total de US$ 2,9 milhões. Lançado em 2011 (porém, teve exibições no ano anterior no Festival de Toronto), o filme conta a história de Frank (interpretado por Rainn Wilson) que é um sujeito bastante insatisfeito com a própria vida e que se orgulha de apenas dois momentos em particular de tudo o que já viveu. 

A partir do momento que sua esposa o abandona, ele fica sem rumo e passa a acreditar que Deus se comunicou com ele para se tornar um super-herói. O enredo, assinado também pelo diretor, não abre brechas para vantagens sobrenaturais que Frank possa ter sobre os inimigos, muito pelo contrário, a comédia é desenvolvida ao redor do quão inviável é uma vida de vigilantismo ao estilo de quadrinhos no mundo real.

Nesse sentido a obra possui várias semelhanças com Kick-Ass, lançado no mesmo período; ainda assim, até o filme de Matthew Vaughn lança mão de atributos fantasiosos de quadrinhos para desenvolver a comédia. Não é o caso de Super, que repousa inteiramente sobre o faro cômico de seu protagonista.

A vida de um vigilante não é fácil.

Rainn Wilson é mais conhecido por sua participação em The Office e não por menos soube do projeto por meio de sua então colega de elenco Jenna Fischer (ex-esposa de James Gunn). A forma como seu personagem é construído ressoa muito parecida com o que ele teve no seriado, o que funciona para criar um senso de aceitação com quem já conhece seu trabalho prévio.

Junto a ele ainda à presença de Elliot Page dando vida à uma versão de sidekick totalmente descontrolado e com alta tendência à violência. O que se tem é uma obra que já traduzia o estilo de seu diretor anos antes dele alcançar a fama; ainda que em um tom “cru” mas que é importante para mostrar a crescente do mesmo ao longo da última década.

Desde a escolha de músicas alternativas e trilhas autorais até o figurino bastante colorido, a visão de Gunn sobre quadrinhos sempre foi uma: um exagero divertido que, não só dialoga com a forma como ele faz cinema, como também põe em discussão temas reais como a já mencionada violência (e sua suavização); relacionamentos interpessoais e indivíduos socialmente desajustados que encontram algum tipo de conforto uns nos outros. 

 

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Dessa forma, Gunn não hesita abraçar esse fator ao adaptar uma obra; seja com uso de cores bastante vivas em algumas cenas ou figurinos que são carnavalescos por justamente estarem em sintonia com o material fonte e não terem passado por uma adaptação (como foi o caso dos X-men a partir dos anos 2000).

Ainda assim, ele não é um artista totalmente preso a esse nicho desde seu primeiro projeto. Sua origem no campo dos longa metragens remonta ao terror Seres Rastejantes, de 2006, em que é apresentada uma infestação de vermes alienígenas à uma cidade; aqueles que são expostos desenvolvem mutações em criaturas selvagens. Mesmo sendo um terror sem maiores ambições, ele foi importante para o diretor iniciar o próximo projeto.

O exagero dos figurinos foi um sopro de ar fresco durante a era dos trajes de couro.

Super foi e ainda é o projeto menos custoso da carreira de James Gunn, com um orçamento total de US$ 2,9 milhões. Lançado em 2011 (porém, teve exibições no ano anterior no Festival de Toronto), o filme conta a história de Frank (interpretado por Rainn Wilson) que é um sujeito bastante insatisfeito com a própria vida e que se orgulha de apenas dois momentos em particular de tudo o que já viveu. 

A partir do momento que sua esposa o abandona, ele fica sem rumo e passa a acreditar que Deus se comunicou com ele para se tornar um super-herói. O enredo, assinado também pelo diretor, não abre brechas para vantagens sobrenaturais que Frank possa ter sobre os inimigos, muito pelo contrário, a comédia é desenvolvida ao redor do quão inviável é uma vida de vigilantismo ao estilo de quadrinhos no mundo real.

Nesse sentido a obra possui várias semelhanças com Kick-Ass, lançado no mesmo período; ainda assim, até o filme de Matthew Vaughn lança mão de atributos fantasiosos de quadrinhos para desenvolver a comédia. Não é o caso de Super, que repousa inteiramente sobre o faro cômico de seu protagonista.

A vida de um vigilante não é fácil.

Rainn Wilson é mais conhecido por sua participação em The Office e não por menos soube do projeto por meio de sua então colega de elenco Jenna Fischer (ex-esposa de James Gunn). A forma como seu personagem é construído ressoa muito parecida com o que ele teve no seriado, o que funciona para criar um senso de aceitação com quem já conhece seu trabalho prévio.

Junto a ele ainda à presença de Elliot Page dando vida à uma versão de sidekick totalmente descontrolado e com alta tendência à violência. O que se tem é uma obra que já traduzia o estilo de seu diretor anos antes dele alcançar a fama; ainda que em um tom “cru” mas que é importante para mostrar a crescente do mesmo ao longo da última década.

Desde a escolha de músicas alternativas e trilhas autorais até o figurino bastante colorido, a visão de Gunn sobre quadrinhos sempre foi uma: um exagero divertido que, não só dialoga com a forma como ele faz cinema, como também põe em discussão temas reais como a já mencionada violência (e sua suavização); relacionamentos interpessoais e indivíduos socialmente desajustados que encontram algum tipo de conforto uns nos outros. 

 

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