A sétima arte é marcada por inúmeros gêneros narrativos – e, sem sombra de dúvida, as produções de terror têm um apreço especial pelo público por uma série de razões. Seja pela sensação angustiante causada pelos longas, seja por materializar os nossos medos mais profundos, filmes desse tipo dominam o cenário audiovisual desde sempre e passam constantemente por transformações estruturais que culminam em obras-primas como ‘Nosferatu’, ‘A Bruxa’ e ‘Invocação do Mal’, por exemplo.
Agora, os cinéfilos têm a chance de acompanhar a história e a evolução do terror com uma recém-estreada exposição intitulada ‘Terror no Cinema’, no Museu de Imagem e Som – MIS, em São Paulo.
A curadoria, que teve início no último dia 31 de outubro em uma exibição especial e que se estenderá até o próximo dia 04 de novembro, conta com um acervo gigantesco de figurinos, pôsteres e objetos que pertenceram a clássicos do gênero – como, por exemplo, as vestimentas utilizadas por Johnny Depp e Helena Bonham Carter no aclamado musical ‘Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet’, ou o incrível cartaz de ‘The Rocky Horror Picture Show’, ou até mesmo a máscara original de Ghostface na franquia slasher ‘Pânico’. E isso não é tudo: ao longo de catorze salas tematizadas, o público é convidado a uma experiência imersiva que nos transporta por diversas eras e que é garantia de nos causar arrepios atração a atração.
Como já poderíamos imaginar, a exposição se inicia com a apresentação do primeiro longa-metragem de terror da história: ‘O Gabinete do Doutor Caligari’. Um dos representantes máximos do expressionismo alemão, o longa-metragem foi transportado com maestria para a primeira ala da curadoria, incluindo os ângulos exagerados, o jogo de luz e sombra e o apreço pelo macabro, fornecendo a ambientação necessárias para as salas seguintes – que, no geral, foram pensadas com cautela e arquitetadas de maneira e apresentar a história do terror e do horror através de uma jornada quase fora do espaço-tempo, como se reiterasse sua confluência constante há mais de um século.
É claro que não poderíamos deixar de saborear uma celebração dos ícones da sétima arte – e, por tal motivo, somos assombrados pela presença metafísica de eternos serial killers como o já mencionado Ghostface, Freddy Krueger, Jason Voorhees, Chucky, Leatherface e tantos outros, bem como pelo pesadelo found-footage de títulos como ‘A Bruxa de Blair’, ‘[REC]’, ‘Atividade Paranormal’ e ‘Quarentena’. A principal ideia por trás de André Sturm, diretor-geral do MIS e responsável pela coordenação da exibição, foi separar os subgêneros do terror em pequenos complexos recheados de vida (e muito sangue) para nos relembrar de que tais obras merecem maior reconhecimento do que têm e merecem ser abraçadas como produções artísticas tão valiosas quanto dramas, comédias ou aventuras.
“Muito feliz em apresentar essa exposição. Retornei para o MIS em março [e] essa é a primeira exposição que podemos chamar de ‘grande exposição’”, Sturm comentou em uma conversa anterior à visitação. “O cinema de terror dispensa apresentações […] e tivemos tido cada vez mais filmes de terror fazendo bilheterias astronômicas – e não só isso, mas gerando conversas entre as pessoas. Achamos, então, que faria sentido montar uma exposição grandiosa sobre o cinema de terror. A exposição começa com ‘O Gabinete do Dr. Caligari’, que é o primeiro filme de longa-metragem de terror da história [e] é extremamente imersiva que reúne um acervo bastante interessante – centenas de peças que foram reunidas”.
Lembrando que a exposição se estende até o próximo dia 04 de novembro, das 10h às 20h. Os valores de ingresso variam entre quinze e vinte reais. Para mais informações, clique aqui!