“eXtreme measures”, nome dado ao sétimo episódio de The Gifted, dirigido por Stephen Surjik (Quanto Mais Idiota Melhor 2), tem uma pegada mais lenta e menos ação do que o público está acostumado. Cada grupo de personagens está vivendo os próprios dilemas e precisando resolvê-los.
Thunderbird (Blair Redford) decide rastrear a Blink (Jamie Chung), muito mais pelo fato de que ela sabe a localização da resistência do que por preocupação (ou preocupação sim, mas ele estava apenas não demonstrando). Com isso, o telespectador pode ter um vislumbre do passado da mutante que foi criada em um lar de crianças órfãs com habilidades que não conseguem se passar por humanos. É triste ver o que os sentinelas fizeram na casa em que a mesma cresceu e quão devastada a personagem fica. Mais determinada a ficar na luta agora, pergunto-me se veremos novas camadas do poder da mesma.
E por falar em camadas e personagens, vem cá, pois precisamos conversar sobre Marcos Diaz (Sean Teale). Que ele trabalhou para o cartel já se sabia, porém, ver na expressão do mesmo o quanto ele estava gostando de colocar fogo em toda aquela carga de drogas, é aquilo que chamamos de cinza. Carmen (Michelle Veintimilla) talvez o conheça até melhor do que a própria Polaris (Emma Dumont), afinal, o que ela disse se confirmou e caiu como uma luva na personalidade do rapaz. Agora imagina os conflitos internos que poderemos ter daqui para frente e o quanto isso pode prejudicar não só a relação dele com Lorna, mas também com o próprio John e os outros membros da resistência.
Wes (Danny Ramirez) mostrou que é possível se redimir e contar a verdade. O leve conflito causado pela descoberta da ficha criminal do mesmo por Reed (Stephen Moyer) só causou mais certeza no público de que Caitlin (Amy Acker) é a base da família Strucker. A humanização, o crescimento e as mudanças de pensamentos/comportamentos pelo promotor demonstra a estabilidade do roteiro em deixar os personagens complexos o suficiente ao ponto de torná-los reais. Pois imagina como a mente de alguém que teve a vida completamente virada de cabeça para baixo, inclusive, as coisas em que acreditava, deve ficar.
Acredito que o ponto de maior destaque do episódio é a visão do Dr. Campbell (Garret Dillahunt) e o quão longe ele está disposto a ir para conseguir o que quer. Talvez este seja o verdadeiro vilão da história contada por The Gifted. Está claro que ele comanda o programa dos hound e tem a intenção de atacar os mutantes sem ao menos separar quem, para os federais, é uma ameaça e quem não é. Como um cientista, o doutor deve ter um complexo de Deus e pensa no quanto de poder ele terá em mãos cada vez que capturar mais um humano com habilidades e transformá-lo num hound – poder este que ele pode usar contra o próprio governo. Ao que tudo indica o próprio Jace Turner (Coby Bell) terá opiniões diferenciadas do cientista, o que pode provocar conflitos na relação dos dois. Acredito que o sentinela já se deu conta que fez acordo com o diabo.
O que me leva a cena final de “eXtreme measures” em que Reed Strucker afirma que o pai dele trabalhava para o laboratório, aparentemente fechado há anos, do Dr. Campbell. Parece que a linhagem dos Strucker está mais interligada com toda a história da caça aos mutantes do que prevíamos. Se o pai dele trabalhou para eles, então, não é errado presumir que deve ter muito mais na história dessa família para ser desvelado ao longo dos próximos episódios. Espero que o telespectador possa conhecer em breve o vovô Strucker.