Top Gun: Maverick já é um sucesso! Desde sua estreia no prestigiado Festival de Cannes no dia 18 de maio deste ano, com direito a ovações de pé por cinco minutos para o astro Tom Cruise (que ainda recebeu um prêmio especial raro pelo seu conjunte de obra), a mais nova superprodução do ator vem apenas aumentando a expectativa dos fãs. Os que já puderam conferir o filme dizem que valeu a espera de quase 40 anos por esta sequência. Top Gun: Maverick vem arrancando elogios da imprensa especializada e dos críticos pelo mundo todo. No agregador Rotten Tomatoes, já se tornou o filme mais bem avaliado da carreira de Cruise. Ou seja, é impossível para qualquer um não embarcar nesse trem de hype.
Aqui, motivados pelo lançamento de Top Gun: Maverick – que estreou no Brasil nesta quinta-feira -, resolvemos criar uma nova matéria que é pura nostalgia. Iremos relembrar com você nada menos que 16 superproduções recentes que são na verdade continuações tardias de clássicos muito adorados dos anos 80. O que inclui o novo Top Gun, é claro. Confira abaixo.
Top Gun: Maverick
O primeiro Top Gun: Ases Indomáveis foi lançado lá em 1986 e serviu como divisor de águas na carreira de um então jovem ator chamado Tom Cruise, o transformando em astro do primeiro time de Hollywood. No filme, ele vivia um intrépido piloto da marinha americana, que deixava se levar muito pela emoção e pouco pela razão. Além de ser um filme de ação, Top Gun era também uma história de amor. O filme se mantinha como um dos poucos clássicos daquela década sem continuação – mas ela finalmente viria 36 anos depois, com Maverick desta vez no papel de um instrutor veterano de jovens ousados e inconsequentes.
Ghostbusters: Mais Além
Outro clássico absoluto dos anos 80, querido por todos que cresceram na década, Os Caça-Fantasmas (1984) foi um dos filmes responsáveis por cimentar o cinemão blockbuster como o conhecemos hoje. Um fenômeno de bilheteria e crítica, que misturava de forma eficiente os gêneros da ação, da comédia e do terror, o filme virava uma verdadeira febre na época, inclusive gerando uma série animada de bastante sucesso – isso antes de sua primeira (e por muito tempo única) continuação em 1989. Depois desse segundo filme, o “garoto enxaqueca” Bill Murray jurou que nunca mais voltaria ao papel. E realmente demoraria nada menos que 32 anos até que Murray, Dan Aykroyd, Ernie Hudson (e por que não, Harold Ramis?) vestissem novamente os trajes dos Caça-Fantasmas para uma emotiva passagem de bastão para uma nova geração.
Um Príncipe em Nova York 2
Assim como Top Gun, o clássico cômico do astro Eddie Murphy, Um Príncipe em Nova York, se manteve por décadas como uma das produções mais queridas dos anos 80 a nunca ter gerado uma continuação. Mas isso mudaria ano passado, quando após um hiato de 33 anos, o príncipe Akeem da nação africana de Zamunda, retornaria à América. Devidamente casado com o amor de sua vida, ele necessita de um herdeiro homem para assumir o trono – e o descobre de uma relação rasteira ocorrida em sua primeira viagem aos EUA.
Bill e Ted: Encare a Música
Outra comédia cult que, assim como Os Caça-Fantasmas, emplacou tanto no gosto das crianças da época, que terminou rendendo um desenho animado antes mesmo de uma continuação para o seu filme. Bill & Ted: Uma Aventura Fantástica foi lançado em 1989 e trazia Keanu Reeves e Alex Winter como dois adolescentes amalucados e fanáticos por rock n roll, que com o uso de uma máquina do tempo na forma de uma cabine telefônica conhecem figuras histórias do mundo. Logo no ano seguinte a dupla ganhava uma série animada com as vozes dos próprios, e a sequência do filme vinha ainda no ano seguinte disso, em 1991. Assim, foram 29 anos até encontrarmos novamente a dupla, desde vez na meia idade, tendo a ajuda de suas filhas em suas aventuras.
Doutor Sono
Quem disse que clássicos irretocáveis do cinema não merecem continuação? Destratado em sua época de lançamento, em 1980, o terror O Iluminado, dirigido pelo gênio Stanley Kubrick, descobriu seus fãs com o passar dos anos, ao ponto de hoje ser um dos filmes do gênero mais reverenciados, homenageados e estudados pelos críticos, especialistas e o grande público. Ninguém pensaria em fazer a continuação de uma obra assim, certo? Bem, a não ser que esse alguém fosse o próprio criador do material original, o escritor Stephen King – outra sumidade quando o assunto é terror. Assim, o próprio autor tirou da cartola, na forma de um livro, a continuação de O Iluminado, com o menino Danny agora um adulto. E a Warner não perderia tempo ao levar essa nova história para as telonas – que se mostrou um novo sucesso.
Rambo: Até o Fim
Nos anos 1980 e 1990, o astro Sylvester Stallone era um dos grandes campeões de bilheteria, emplacando seus filmes de ação ano após ano no topo dos mais vistos do cinema. Mas um de seus personagens mais queridos e celebrados está completando 40 anos de estreia em 2022. Trata-se do veterano da guerra do Vietnã, John Rambo, que daria as caras pela primeira vez em Rambo: Programado para Matar (1982). Três anos depois e o personagem retornaria ainda “mais bombado” para uma aventura maior e que foi o filme mais rentável daquele ano, com Rambo II: A Missão (1985). A conclusão da “trilogia” ocorreria em 1988, com Rambo III. E por anos o personagem existiria somente nos anos 80, estacionado por lá. Até que o astro Stallone, 20 anos depois, o tiraria da aposentadoria com Rambo IV (2008). Seriam mais 11 anos até este Rambo: Até o Fim, a anunciada última aventura do combatente. Mas será mesmo?
O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio
Se Sylvester Stallone foi um dos astros que comandou os anos 80 e 90, é seguro dizer que ele teve um oponente à altura: Arnold Schwarzenegger. O austríaco fisioculturista transformado em ator teve seu primeiro grande papel de destaque com um robô assassino em O Exterminador do Futuro (1984), no qual interpretava o vilão do filme. Na continuação, lançada 7 anos depois, ele se transformava no herói, combatendo um ser ainda mais mortal. A franquia ainda renderia nada menos que mais três continuações até 2015 – mas o que nenhuma delas trouxe foi o retorno da heroína Linda Hamilton, a Sarah Connor definitiva. Isso só ocorreria neste Destino Sombrio, de 2019. E de fato, o filme é o retorno não do personagem de Arnold, mas sim de Hamilton, 28 anos depois de sua última aparição.
Cobra Kai
A série Cobra Kai merece ser para sempre enaltecida por sua proposta única e inovadora. Na história do entretenimento, tivemos muitas séries que são adaptações de filmes do cinema para as telinhas. Mas é possível que Cobra Kai seja o primeiro programa a servir de continuação direta para uma produção cinematográfica, ou melhor, uma franquia de filmes do cinema. Trata-se, é claro, de Karatê Kid: A Hora da Verdade (1984), filme adolescente que fala sobre a superação do bullying. O filme ganharia duas sequências ainda na década de 80 (em 1986 e 1989), um desenho animado, uma linha de brinquedos, uma nova continuação derivada em 1994 e por fim um remake em 2010. Mas não seria tudo. A sacada mais interessante foi mesmo este revival lançado em 2018 na forma de um programa televisivo, que resgata os personagens lá do original, agora todos na meia idade (assim como os das sequências) e já dura 4 temporadas, indo para a quinta em setembro deste ano.
Blade Runner 2049
Um dos aspectos mais interessantes deste novo subgênero que começa a ganhar força, das continuações tardias de clássicos, é nos surpreender com sequências que não esperávamos de filmes que não necessariamente as pediam. Foi assim com o clássico cult absoluto Blade Runner: O Caçador de Androides, que completa 40 anos em 2022. Cult por excelência, o filme de Ridley Scott é contido em si mesmo, com início, meio e fim satisfatórios, sem que a trama precise ser continuada. Mas eis que os realizadores decidiram contar mais uma aventura dentro deste universo, impulsionando ele além, e abordando temas interessantes e impensados anteriormente – como a humanização dos chamados replicantes (os tais androides do título em português), capazes agora inclusive de gerar vida dentro de si. O novo Blade Runner surgiu 35 anos após o original, chamando atenção.
Mad Max: Estrada da Fúria
Por falar em produções cult de ficção científica que marcaram os anos 80, tão adorada quanto Blade Runner é a trilogia original de Mad Max – ou quem sabe pelo menos os dois primeiros longas. Tendo iniciado em 1979 como uma produção bem pequena e australiana, foi só com a continuação de 1981 (e graças às reprises na TV aberta e antes disso as locadoras de vídeo) que tais filmes atingiriam um novo patamar em seu status. Ainda considerado um dos melhores filmes de ação de todos os tempos, o frenético Mad Max 2 geraria uma continuação Hollywoodiana 4 anos depois – que com mais dinheiro em sua produção, terminou se tornando o menos querido dos três. Assim, seriam nada menos que 30 anos até o herói ex-policial de uma realidade apocalíptica e desértica retornar no quarto filme em 2015. Intitulado Estrada da Fúria, esse foi o primeiro filme da franquia sem o protagonismo do astro Mel Gibson, substituído pelo mais jovem Tom Hardy.
Creed: Nascido para Lutar
Assim como o item acima, o ano de 2015 reservou também o retorno de outro grande personagem saído da década de 1970. Trata-se do pugilista Rocky Balboa, que após o drama Rocky: Um Lutador (1976), se tornaria uma celebridade mundial e astro de filmes como Rocky III (1982) e principalmente Rocky IV (1985). Com o desfecho (até então) insatisfatório em Rocky V (1990), o próprio Stallone tiraria o boxeador da aposentadoria 16 anos depois para o retorno em Rocky Balboa (2006). Mas essa não seria a última vez que veríamos o garanhão italiano. Ele voltaria como coadjuvante neste Creed (uma decisão acertadíssima da narrativa) depois de mais 9 anos de diferença entre os filmes.
Férias Frustradas
Chevy Chase é um dos comediantes mais emblemáticos da década de 80, embora muitos fãs de cinema mais jovens não o conheçam muito bem. De seu repertório, sem dúvidas o maior sucesso se encontra na franquia humorística da Warner, Férias Frustradas (Vacation no original). Tudo começou em 1983 numa viagem de família que deveria ser inofensiva até um parque de diversões muito famoso (sátira da Disneylândia). Depois, em 1985, a família Griswold viaja até a Europa em novas férias – e assim seguiram férias de natal (1989) e em Las Vegas (1997). Em 2015, foi a hora de outra passagem de bastão com o filho Rusty (nas formas de Ed Helms) reproduzindo a viagem clássica até o parque do original.
Star Wars: O Despertar da Força
Você pode até afirmar que depois da trilogia clássica dos anos 80, Star Wars ganhou uma nova trinca de filmes no início até meados dos anos 2000. Mas a verdade é que estes novos três filmes se tratavam de uma pré-sequência que mostrava entre outras coisas como o pequeno Anakin se tornava o vilão das galáxias Darth Vader. O que O Despertar da Força propôs foi a continuação direta para as aventuras de Luke, Leia e Han Solo após o triunfo em O Retorno de Jedi (1983). Assim, sem ver os personagens queridos por 32 anos, o público pôde finalmente se reencontrar com todos eles, e mais alguns, vividos pelos mesmos atores.
Tron: O Legado
O original Tron: Uma Odisseia Eletrônica guarda muitas semelhanças como colega Blade Runner: O Caçador de Androides. Ambos foram lançados em 1982 e completam 40 anos em 2022 – além de possuírem tramas futurísticas que falam sobre a relação do homem com a artificialidade, seja seres criados à nossa semelhança ou o interior de uma máquina eletrônica. Ambos também se tornaram filmes cult devido às videolocadoras e ganharam uma sequência tardia. No caso de Tron, um pouco menos tardia, com 28 anos de separação. O segundo Tron se beneficia de uma tecnologia mais avançada em seus efeitos, e tem uma terceira parte anunciada, com Jared Leto vinculado para estrelar.
Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme
No mesmo ano do segundo Tron estreava também esse segundo Wall Street. O primeiro é um longa de 1987, que aproveitava para dar seu recado sobre a geração dos yuppies com a visão única do cineasta Oliver Stone. O mote para o segundo, lançado 23 anos depois, foi a bolha que gerou uma das crises financeiras mais assustadoras dos EUA – provinda do mercado imobiliário. Fora isso, o veterano Michael Douglas retornava ao seu papel vencedor do Oscar, passando de coadjuvante ao centro da trama no segundo – parte central do drama familiar envolvendo sua filha e o namorado dela.
Indiana Jones
Assim como alguns itens dessa lista, a franquia Indiana Jones fez muito sucesso e durante muito tempo existiu apenas nos anos 80 – de onde grande parte do público nunca imaginou que sairia. Mas numa era de revisionismos e investidas em marcas pré-estabelecidas, o velho Indy, ainda nas formas de Harrison Ford, já se considerava antigo em 2008, ao participar de sua quarta aventura com O Reino da Caveira de Cristal – filme que visava passar a tocha para o filho do personagem, papel de Shia LaBeouf. Com o quarto filme, o arqueólogo mais famoso da sétima arte, retornava à ativa depois de 19 anos desaparecido. Mas isso não é tudo, porque agora, aos 80 anos, o aventureiro retorna novamente para um quinto filme – que será lançado em 2023.