quarta-feira , 20 novembro , 2024

Tudo por um Furo

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O Todo Poderoso Ron Burgundy está de volta em sua tão esperada sequência

O Âncora, comédia de 2004, é o que podemos definir como obra Cult. Seu significado serve para explicar esta palavra muito usada, mas pouco compreendida. Embora não tenha sido um estrondo em seu lançamento nos cinemas americanos em julho de 2004, o filme viveu para se tornar um sucesso no mercado de vídeo/ DVD e ser descoberto por mais um bocado de gente. Tudo em relação ao filme passou a ser sensação, desde os diálogos e frases repetidas a exaustão, até as cenas nonsense recriadas.

O Âncora, veículo para o comediante Will Ferrell (saído do humorístico Saturday Night Live), é o típico filme de meio noite – uma comédia imprópria e politicamente incorreta, mas muito bem trabalhada e competente em sua proposta. E foi justamente desta maneira que descobri o filme, de forma despretensiosa sendo exibido em um canal da TV a cabo em meados de 2005. Passado na década de 1970, a produção introduz um dos personagens mais originais e, de forma geral, hilário do cinema, o jornalista Ron Burgundy (Ferrell). O sujeito egocêntrico e extramente machista é a caricatura inteligente criada pelo próprio Ferrell e o diretor Adam McKay para apontar e denunciar personalidades assim.



CinePop 3

O Âncora é também um filme feminista, pois apresenta a personagem Veronica Corningstone (Christina Applegate), uma mulher independente e capaz, que chega para revolucionar um mercado de trabalho então dominado por homens arrogantes. A personagem de Applegate tem um longo caminho pela frente e sua estrada não será das mais tranquilas. Ron e seus amigos, acostumados a tratar as mulheres como meros objetos de suas conquistas, simplesmente não sabem o que fazer com a situação apresentada diante deles. A mudança chega e esses sujeitos retrógrados são obrigados a aceitá-las, embora se comportem como macacos sem entender o fogo.

Apesar da grande mensagem embutida, que deixa no chinelo filmes pretensiosos e mais sérios (alguns inclusive presentes em premiações), O Âncora também faz uso de muito material sujo, cenas desconexas e simplesmente joga tudo o que tem em matéria de humor na tela de uma vez só. Por anos o filme foi celebrado como uma das melhores comédias de todos os tempos e uma continuação era exigida por sua grande base de fãs. Assim como outras comédias Cult, como Os Caça-Fantasmas e Beetlejuice, realizar a sequência de uma obra adorada por ser uma jogada perigosa. Ferrell e McKay sabiam disso e por anos a continuação das aventuras da lenda Ron Burgundy vinha sendo trabalhada.

CinePop 1

Quase dez anos depois, chega O Âncora 2 – A Lenda Continua. Ou, como o filme é chamado aqui no Brasil, Tudo por um Furo. Por que, você pergunta? A resposta é que o primeiro não é tão conhecido do grande público e dessa forma a Paramount tenta uma segunda vez começar do zero e atrair o público não familiarizado com o filme original. Obviamente esta é uma experiência muito mais satisfatória para os escolados na primeira aventura do jornalista pretensioso. Encontramos Ron e sua esposa Veronica ainda casados, jornalistas e pais do pequeno Walter (Judah Nelson). Ainda escrito por Ferrell e McKay (que volta também na direção), o roteiro reúne Ron a sua velha equipe jornalística para mais uma olhada caricatural no que foi o telejornal (desta vez nos anos 1980).

Após Ron ser demitido por seu patrão e ídolo Mack Tannen (Harrison Ford), o sujeito cai em desgraça e perde a esposa. Logo, ele é resgatado pelo produtor Freddie Shap (Dylan Baker), para em Nova York fazer parte do primeiro canal jornalístico com transmissão de 24 horas por dia. Esta é a sátira de qualidade típica de Ferrell e McKay, que conseguem incluir fatos interessantes e verídicos em suas comédias escrachadas. O que termina sendo muito mais relevante do que as dezenas de Transformers e Crepúsculo que infestam os multiplex sem nenhum valor qualitativo para os jovens.

CinePop

Assim, Ron sai em busca dos outros ex-integrantes do canal 4 e encontra Champ Kind (David Koechner) como dono de um restaurante que serve um tipo de frango bem inusitado aos seus clientes (cujos trocadilhos com frangos virarão bordões); Brian Fantana (Paul Rudd) como fotógrafo estrela de gatinhas (literalmente) e Brick Tamland (Steve Carell) ressurgido da morte. Juntos, os quatro prometem tirar dos eixos o jornalismo nova yorkino, ao mesmo tempo em que revolucionam o telejornal (com direito a Ron criando os links ao vivo de perseguições de carro) da madrugada – horário ao que são renegados.

Com direito a desavenças profissionais (em especial com o personagem de James Marsden), uma chefe negra (Meagan Good, ótima), o novo namorado de Veronica (Greg Kinnear), um romance para Brick (na forma de uma alma gêmea vivida por Kristen Wiig) e mais participações especiais que podemos contar nas duas mãos participando de uma cena recriada no original, O Âncora 2 ou Tudo por um Furo tem tudo para emanar igualmente como obra Cult. Se não emplacar nos cinemas, podemos esperar um novo sucesso no mercado de home vídeo.

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O Âncora, comédia de 2004, é o que podemos definir como obra Cult. Seu significado serve para explicar esta palavra muito usada, mas pouco compreendida. Embora não tenha sido um estrondo em seu lançamento nos cinemas americanos em julho de 2004, o filme viveu para se tornar um sucesso no mercado de vídeo/ DVD e ser descoberto por mais um bocado de gente. Tudo em relação ao filme passou a ser sensação, desde os diálogos e frases repetidas a exaustão, até as cenas nonsense recriadas.

O Âncora, veículo para o comediante Will Ferrell (saído do humorístico Saturday Night Live), é o típico filme de meio noite – uma comédia imprópria e politicamente incorreta, mas muito bem trabalhada e competente em sua proposta. E foi justamente desta maneira que descobri o filme, de forma despretensiosa sendo exibido em um canal da TV a cabo em meados de 2005. Passado na década de 1970, a produção introduz um dos personagens mais originais e, de forma geral, hilário do cinema, o jornalista Ron Burgundy (Ferrell). O sujeito egocêntrico e extramente machista é a caricatura inteligente criada pelo próprio Ferrell e o diretor Adam McKay para apontar e denunciar personalidades assim.

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O Âncora é também um filme feminista, pois apresenta a personagem Veronica Corningstone (Christina Applegate), uma mulher independente e capaz, que chega para revolucionar um mercado de trabalho então dominado por homens arrogantes. A personagem de Applegate tem um longo caminho pela frente e sua estrada não será das mais tranquilas. Ron e seus amigos, acostumados a tratar as mulheres como meros objetos de suas conquistas, simplesmente não sabem o que fazer com a situação apresentada diante deles. A mudança chega e esses sujeitos retrógrados são obrigados a aceitá-las, embora se comportem como macacos sem entender o fogo.

Apesar da grande mensagem embutida, que deixa no chinelo filmes pretensiosos e mais sérios (alguns inclusive presentes em premiações), O Âncora também faz uso de muito material sujo, cenas desconexas e simplesmente joga tudo o que tem em matéria de humor na tela de uma vez só. Por anos o filme foi celebrado como uma das melhores comédias de todos os tempos e uma continuação era exigida por sua grande base de fãs. Assim como outras comédias Cult, como Os Caça-Fantasmas e Beetlejuice, realizar a sequência de uma obra adorada por ser uma jogada perigosa. Ferrell e McKay sabiam disso e por anos a continuação das aventuras da lenda Ron Burgundy vinha sendo trabalhada.

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Quase dez anos depois, chega O Âncora 2 – A Lenda Continua. Ou, como o filme é chamado aqui no Brasil, Tudo por um Furo. Por que, você pergunta? A resposta é que o primeiro não é tão conhecido do grande público e dessa forma a Paramount tenta uma segunda vez começar do zero e atrair o público não familiarizado com o filme original. Obviamente esta é uma experiência muito mais satisfatória para os escolados na primeira aventura do jornalista pretensioso. Encontramos Ron e sua esposa Veronica ainda casados, jornalistas e pais do pequeno Walter (Judah Nelson). Ainda escrito por Ferrell e McKay (que volta também na direção), o roteiro reúne Ron a sua velha equipe jornalística para mais uma olhada caricatural no que foi o telejornal (desta vez nos anos 1980).

Após Ron ser demitido por seu patrão e ídolo Mack Tannen (Harrison Ford), o sujeito cai em desgraça e perde a esposa. Logo, ele é resgatado pelo produtor Freddie Shap (Dylan Baker), para em Nova York fazer parte do primeiro canal jornalístico com transmissão de 24 horas por dia. Esta é a sátira de qualidade típica de Ferrell e McKay, que conseguem incluir fatos interessantes e verídicos em suas comédias escrachadas. O que termina sendo muito mais relevante do que as dezenas de Transformers e Crepúsculo que infestam os multiplex sem nenhum valor qualitativo para os jovens.

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Assim, Ron sai em busca dos outros ex-integrantes do canal 4 e encontra Champ Kind (David Koechner) como dono de um restaurante que serve um tipo de frango bem inusitado aos seus clientes (cujos trocadilhos com frangos virarão bordões); Brian Fantana (Paul Rudd) como fotógrafo estrela de gatinhas (literalmente) e Brick Tamland (Steve Carell) ressurgido da morte. Juntos, os quatro prometem tirar dos eixos o jornalismo nova yorkino, ao mesmo tempo em que revolucionam o telejornal (com direito a Ron criando os links ao vivo de perseguições de carro) da madrugada – horário ao que são renegados.

Com direito a desavenças profissionais (em especial com o personagem de James Marsden), uma chefe negra (Meagan Good, ótima), o novo namorado de Veronica (Greg Kinnear), um romance para Brick (na forma de uma alma gêmea vivida por Kristen Wiig) e mais participações especiais que podemos contar nas duas mãos participando de uma cena recriada no original, O Âncora 2 ou Tudo por um Furo tem tudo para emanar igualmente como obra Cult. Se não emplacar nos cinemas, podemos esperar um novo sucesso no mercado de home vídeo.

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