‘O Poço‘ tornou-se um dos filmes mais discutidos dos últimos anos por sua visceral narrativa e, em pouco tempo, se consagrou como um dos maiores sucessos da Netflix.
Durante o Festival de Cinema Fantástico de Porto Alegre 2023 (Fantaspoa 2023), o roteirista Pedro Rivero comentou sobre a produção e aproveitou para confirmar que uma sequência está em desenvolvimento ativo – ainda que detalhes não tenham sido revelados.
“Não posso falar muito, apenas que está em desenvolvimento e que espero não demorar muito para estrear”, ele disse em entrevista ao Correio do Povo. “Quando terminamos o roteiro do primeiro filme, nunca pensamos seriamente em uma sequência, mas depois do sucesso que teve o primeiro nos Festivais de Toronto, no Canadá, e de Sitges, na Espanha, e quando chegou à Netflix, percebemos que tínhamos que valorizar a produção, especialmente após ver a expectativa que havia causado e a quantidade de perguntas que o filme havia deixado abertas e que os espectadores sentiam a necessidade de serem respondidas”.
Ele continua: “uma vez que se confirmou o interesse da Netflix nem fazer a sequência, tanto David como o diretor [Galder Gaztelu-Urrutia], começamos a pensar como deveríamos abordar a sequência, o que devíamos contar e o que não. E creio que o resultado será surpreendente”.
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Anteriormente, em entrevista ao iHorror, Gaztelu-Urrutia explicou sobre as metáforas e simbolismos no filme.
“O roteiro foi originalmente escrito para ser uma peça de teatro, que, no final das contas, nunca aconteceu. Quando eu li o roteiro, eu percebi que havia um grande potencial. Também sabia que o roteiro precisava de muitas alterações para transformá-lo em um filme, mas havia uma boa base para se trabalhar.Você consegue ver as metáforas e a simbologia do filme ao ler o roteiro, então sabia que o conceito era muito bom.”
Sobre o simbolismo do filme, o diretor afirma: “Se você assiste ao filme, percebe que existem vários níveis; existem pessoas ricas nos níveis superiores e pobres nos níveis inferiores. A metáfora é sobre essas diferentes classes sociais, norte e sul. Também há outro nível de simbologia: se você assistir ao filme novamente, descobrirá mais sobre ele. O filme não é sobre mudar o mundo, mas de entender e colocar o espectador em um dos níveis e ver como eles se comportariam dependendo do nível em que estão. As pessoas são muito parecidas entre si. É muito importante onde você nasceu – em que país e qual família -, mas somos todos muito parecidos. Então, o filme está colocando o espectador na situação para enfrentar os limites de sua própria solidariedade. É fácil ter solidariedade se você estiver no nível 6; se você tem muito, pode desistir de parte disso. Mas você será solidário se não tiver o suficiente para si mesmo? Essa é a questão.”
O elenco conta com Iván Massagué, Antonia San Juan, Zorion Eguileor, Alexandra Masangkay e Emilio Buale.
Dentro de um sistema prisional vertical, os detentos são destinados a um andar em específico e forçado a racionar comida de uma plataforma que se move pelos diferentes níveis. O filme é uma alegoria social sobre a raça humana em seu momento de maior desespero: a fome.