Você ainda está com ressaca do Oscar? Não passou nem uma semana ainda da noite que os cinéfilos esperam o ano todo. Sim, Green Book foi o melhor filme. E Rami Malek ganhou seu careca de ouro por interpretar Freddie Mercury no tributo Bohemian Rhapsody. Mas também tivemos Regina King, Mahershala Ali, Olivia Colman, Spike Lee e Lady Gaga.
Pegando ainda o hype dos prêmios da Academia (ei, não podemos virar essa página assim tão rápido), resolvemos aqui no CinePOP criar uma nova lista. Recentemente, foi ao ar os 10 deslizes no cinema dos atores indicados ao Oscar 2019 – que você pode conferir abaixo deste parágrafo. Mas como os direitos são iguais e o tratamento também, não poderíamos deixar de fora as mulheres. Então, por um mundo mais igualitário: estes são os 10 deslizes das ATRIZES indicadas ao Oscar 2019. Enjoy. =)
10 Deslizes no Cinema dos Atores Indicados ao Oscar 2019
Glenn Close (Correndo Atrás de um Pai, 2017)
Close é uma veteraníssina na indústria, que infelizmente ainda não recebeu seu reconhecimento com uma estatueta da Academia. O que não diminui seu brilho em nada. De fato, nem mesmo os filmes menos, digamos, brilhantes que tem em sua carreira conseguem apagar sua grandiosidade. Para entrar na brincadeira, aqui iremos citar o recente Correndo Atrás de um Pai (Father Figures), desastre cômico engavetado por um ano e que mudou de título pouco antes da estreia – o título original era Bastards (Bastardos). Na trama, Close vive a mãe promíscua de Ed Helms e Owen Wilson, que saem em uma missão de descobrir quem é seu verdadeiro pai.
Lady Gaga (Machete Mata, 2013)
A maioria das “mães Dináhs” de plantão tinha certeza que o Oscar de melhor atriz ficaria entre Glenn Close e Lady Gaga. Não deu nenhuma das duas, mas Gaga saiu com sua estatueta de melhor canção por Nasce uma Estrela. Voltando um pouco no tempo para bem antes de sua atuação indicada ao Oscar, tínhamos em 2013 a primeira performance da polêmica cantora no cinema. E quem foi o mago que viu talento em Gaga para atuação? Bem, o que Robert Rodriguez fez foi chamar a estrela da música para a grande brincadeira conhecida como Machete Mata, continuação do longa de 2010. Este não foi um desempenho que podemos considerar marcante na carreira da musa pop, mas sem dúvida serviu como aprendizado para seus próximos trabalhos nas telas.
Melissa McCarthy (Crimes em Happytime, 2018)
O filme mais recente da lista, Crimes em Happytime foi lançado ano passado e tinha tudo para ser um sucesso. O curioso aqui é que assim como outros grandes nomes (como Sandra Bullock, Halle Berry e Julianne Moore), no mesmo ano em que recebia a honraria máxima em sua carreira (a indicação ao Oscar pelo subestimado Poderia me Perdoar?), McCarthy também encarava o fundo do poço. O filme, criado pelo filho do responsável pelos Muppets, subverte os famosos fantoches numa trama incorreta e libertina, que mostra os bonecos de forma desbocada, violenta e extremamente “pornográfica”.
Olivia Colman (Ritmo Cubano, 2014)
Essa foi um pouco difícil. A britânica Olivia Colman surpreendeu a maioria e levou o prêmio de melhor atriz – no lugar das “favoritas”, com o perdão do trocadilho. No entanto, Colman não é uma atriz muito conhecida e tem poucos trabalhos no cinema – a maioria como coadjuvante ou em pontas. Sua carreira é bem mais extensa na TV, em séries, minisséries e telefilmes. O papel da Rainha Anne em A Favorita servirá de grande divisor de águas em sua carreira. No entanto, antes disso, Colman fez participação na comédia Ritmo Cubano (2014), que trazia seu conterrâneo Nick Frost no papel de um sujeito que recorre à dança cubana a fim de conquistar a mulher de seus sonhos, papel de Rashida Jones.
Glenn Close (O Segredo de Mary Reilly, 1996)
Calma, já explico. Você deve estar confuso ao ver o nome de Close novamente, ocupando a vaga que seria da mexicana Yalitza Aparicio – indicada ao Oscar por Roma. Mas a verdade é que Yalitza é uma “não-atriz”, cujo primeiro trabalho na carreira foi no filme de Alfonso Cuarón. Ou seja, não existe base de comparação e filmes duvidosos sendo esta a única obra na qual atuou. Por isso, em seu lugar, novamente a presença da monstra sagrada Glenn Close, que tem talento para dar e vender e aguenta mais uma esculhambaçãozinha. Aqui, porém, a escorregada é bem mais da musa Julia Roberts, em seu papel “sério” como a empregada de ninguém menos do que o médico e o monstro em pessoa: Dr. Henry Jekyll e seu alter ego Edward Hyde (papel de John Malkovich). Seja como for, no filme, Close coadjuva no papel da inconveniente Sra. Farraday, uma irlandesa de voz chata que ganha um desfecho apoteótico.
Rachel Weisz (A Casa dos Sonhos, 2011)
Recentemente, falei sobre este “terror” na matéria sobre os casais mais famosos do cinema ainda juntos até hoje. Weisz, que já tem seu Oscar em casa (por O Jardineiro Fiel, 2006), foi indicada novamente este ano como coadjuvante por A Favorita. Voltando um pouco ao passado, para um longa que tive o “desprazer” de assistir no festival do Rio, a atriz vive a matriarca de uma família nesta mistura fajuta de Amityville (1979) e O Iluminado (1980). A única coisa boa a sair desta equação foi o relacionamento com seu companheiro de tela Daniel Craig – vivendo seu marido no filme -, que dura até hoje.
Os 10 Casais Mais Famosos do Cinema – Que Ainda Estão Juntos
Emma Stone (Para Maiores, 2013)
Por falar em A Favorita, a trinca de grandes atrizes que carregam o filme chega ao fim com Emma Stone – e não por acaso as três receberam suas indicações devidamente. Antes disso, Stone já havia sido indicada por Birdman (2014) e saído vitoriosa por La La Land (2016). Mas Miss Stone não tem só grandes sucessos de crítica em seu currículo e a jovem estrela passou o pão que o diabo amassou – assim como grande parte da constelação de Hollywood – com o lançamento da coletânea atroz conhecida como Para Maiores. A qual todos desejariam apagar de seus currículos.
Amy Adams (Casa Comigo?, 2010)
Pobre Amy Adams. A Leonardo DiCaprio de saias ainda não ganhou seu Oscar – com o recente Vice, a talentosíssima atriz chega a sua sexta nomeação sem vitória. Sabemos que não irá demorar e quem sabe no próximo ano será a vez da ruiva. Olhando para trás, para a época de sua terceira indicação (sim!), Adams aceitou fazer parte de um projeto mais comercial, que iria mostrar que ela também sabe se divertir e não fazer apenas obras mais densas e dramáticas. E de fato, Casa Comigo? (Leap Year) tem uma premissa interessante, passada na Irlanda e aborda uma tradição na qual a mulher pode pedir a mão do homem em casamento no ano bissexto. Bem, a mulher moderna pode fazer isso fora da Irlanda e do ano bissexto também. Além disso, o filme recai em clichês e inúmeras conveniências do gênero, que mais irritam do que agradam – como tombos e todo tipo de estereótipos dentro dos romances que ganham má reputação.
Regina King (Miss Simpatia 2, 2005)
Finalmente chegamos até a vencedora do Oscar deste ano. King é uma atriz talentosa, como ficou comprovado por sua vitória em Se a Rua Beale Falasse, drama baseado num famoso livro. Mas ela ainda não teve muitas chances de mostrar isso em sua carreira, sendo mais conhecida por seus desempenhos cômicos. Alguns, inclusive, em filmes de não muito prestígio. O primeiro Miss Simpatia (2000) não era, por assim dizer, uma obra-prima, mas conquistou uma geração de crianças que cresceu com ele – vindo a carregar o afeto para a vida adulta. Mas mesmo eles não abraçaram com tanta força esta continuação – bem desnecessária, diga-se. Um dos pontos altos, no entanto, é justamente King e sua nova personagem adicionada na sequência, uma policial parceira de Sandra Bullock.
Rachel Weisz (Um Olhar do Paraíso, 2009)
Opa, fizemos de novo! Assim como Yalizta Aparicio, sua colega de cena Marina de Tavira não é muito conhecida no Brasil e seria uma missão impossível apontar seus deslizes – embora sua filmografia até tenha bastante material, porém, tudo desconhecido do grande público. Assim, em sua vaga trouxemos de volta uma grande atriz, que já pode ser considerada veterana também, e que aguenta uns solavancos com classe. Um Olhar do Paraíso era para ter sido um dos grandes títulos do Oscar de seu respectivo ano, mas tirando a única indicação para ator coadjuvante (de Stanley Tucci), o longa de Peter Jackson passou em branco. Acontece. A trama é baseada num famoso livro e relata a “vida após a morte” de uma jovem assassinada (papel da indicada ao Oscar Saoirse Ronan). Weisz interpreta sua mãe catatônica, e o filme conta ainda com Mark Wahlberg e Susan Sarandon no elenco.