Filmes sobre sociedades distópicas do futuro sempre despertar o interesse do público, mostrando a sociedade quando os recursos são escassos e a vida não vale nada. Pensando nisso, criamos uma lista com os Melhores Filmes Sobre Realidades Pós-Apocalípticas.
Um detalhe é que na lista não usaremos filmes de zumbis ou mortos vivos – já que a maioria dos longas do subgênero se passa dentro de realidades pós-apocalípticas e ficaria fácil lotar a lista só com estas obras (para elas em breve pensaremos em uma lista separada). Portando, prepare-se, pegue seus itens de sobrevivência e vem com a gente.
Franquia Mad Max
Quando pensamos no subgênero dos filmes pós-apocalípticos, Mad Max vem logo à cabeça. Perseguições de carros pelas estradas devastadas, falta de água e combustível, e facções dividindo a sociedade – os itens básicos desta cartilha estão todos reunidos aqui – de fato, Mad Max ajudou a escrevê-la. Tudo começou em 1979, com o longa original australiano do diretor George Miller. Mas foi só em 1981 que a franquia atingiria status de cult, com Mad Max 2 – A Caçada Continua, até hoje sinônimo de um dos melhores filmes de ação do gênero.
Com popularidade, A Cúpula do Trovão (1985) se tornava uma produção americana da Warner, com mais dinheiro e uma estrela da música impulsionando: Tina Turner. Pulando da década de 1980 para 2015, Mad Max saía de seu status cult para se tornar um dos longas mais populares dos últimos anos com Estrada da Fúria – mas isso sem perder a essência. De quebra ainda nos deu Furiosa (Charlize Theron), uma das melhores personagens femininas, não apenas da franquia, como do cinema nos últimos anos.
Um Lugar Silencioso
Ao contrário do item acima, não foi uma guerra entre países, a escassez de água e gasolina que criou a realidade apocalíptica deste filme. Grande sucesso do ano passado, o longa é dirigido e estrelado pelo ator John Krasinski, que protagoniza como um pai de família, ao lado de sua esposa na vida real, a talentosa Emily Blunt. Aqui, focado numa única família que precisou aprender a se comunicar através de linguagem de sinais (libras) a fim de permanecer em silêncio, criaturas monstruosas que “enxergam” pelo barulho são a grande ameaça desta Terra devastada.
Filhos da Esperança
Atualmente, o diretor mexicano Alfonso Cuarón está na boca dos cinéfilos devido ao sucesso de Roma. Mas em 2006, o cineasta chamava atenção com este thriller apocalíptico, recheado de momentos de tirar o fôlego e planos-sequência impressionantes. Desta vez, nosso planeta sofre de infertilidade. Nenhuma mulher consegue engravidar durante um longo período – e enquanto conflitos armados ocorrem pelo mundo, os governantes se desesperam com a possibilidade da extinção da raça humana. Isto é, até o protagonista Clive Owen encontrar a primeira mulher grávida em décadas e fazer de sua missão protegê-la.
O Expresso do Amanhã
A criatividade tem espaço verdadeiro para correr solta em gêneros como a ficção científica. Nele, podemos “prever” e tentar decifrar o futuro da Terra nos mais variados âmbitos. Nesta criativa trama, baseada numa graphic novel, a mudança climática congela nosso planeta, obrigando os poucos sobreviventes a se deslocarem constantemente dentro de um trem passando por diversos países, a fim de permanecerem vivos. Além de ser uma obra ficcional, a produção levanta diversas questões sociais, já que os vagões são divididos em classes – e os menos favorecidos logo criam uma rebelião. Quem lidera é Chris “Capitão América” Evans.
Os 12 Macacos
Filme cult de Terry Gillian, lançado em 1995, traz Bruce Willis na pele de um prisioneiro de uma era futura. Nesta realidade, um vírus se alastrou por toda a superfície do planeta, forçando o restante da humanidade a viver no subsolo e os animais (imunes ao vírus) reinam novamente. Como forma de diminuição de sua pena, Willis aceita fazer parte de um programa para salvar os sobreviventes. Para isso, ele precisa voltar ao passado e impedir o início da catástrofe. O problema é que com o deslocamento temporal, o sujeito perde parte da memória e fica cada vez mais difícil focar em seu objetivo. Brad Pitt foi indicado ao Oscar por seu papel de um lunático internado num hospício, com quem Willis faz amizade, e Madeleine Stowe vive uma terapeuta.
O Livro de Eli
Filmes neste estilo são instantaneamente comparados a Mad Max, tamanha sua influência no gênero. Esta produção de 2010, protagonizada pelo astro Denzel Washington, segue exatamente esta linha, trocando apenas o motor potente dos carros, por um deslocamento mais intimista, a pé mesmo. Washington interpreta um andarilho num futuro devastado, que chega a uma cidade e precisa lidar com as normas abusivas locais do governante, papel do vencedor do Oscar Gary Oldman. De fato, o longa comporta-se muito como um faroeste, replicando sua estrutura e apenas a relocando para uma ficção futurista. Mila Kunis completa o elenco no papel de uma jovem que chuta muitos traseiros.
A Estrada
Saindo de um filme de ação estilizado, para um tom mais realista e dramático. Esse filme é baseado num livro vencedor de prêmios, escrito por Cormac McCarthy (autor de Onde os Fracos Não Tem Vez). Na trama, um pai (papel de Viggo Mortensen) precisa fazer de tudo para cuidar de seu filho (Kodi Smit-McPhee) e juntos sobreviverem a um dos piores cenários imagináveis – onde numa Terra devastada, o homem revela seu lado mais cruel e animalesco. O longa conta ainda com participações pequenas, mas impactantes, de gente como Charlize Theron, Robert Duvall e Guy Pearce.
Os Últimos na Terra
Seguindo pela linha mais intimista, apostando mais no drama das situações e em certo realismo, ao invés da ação, esta é a primeira chance de falar deste filme interessante e bem acima da média. Exibida em festivais como Sundance, esta produção independente foi lançada direto em vídeo no Brasil – infelizmente. Assim, poucos de fato a conhecem ou a viram. Nem mesmo o poder da musa Margot Robbie (morena e menos chamativa no longa), colocou o filme no radar. Aqui, a estrela vive uma mulher sozinha no mundo devastado e hostil, até encontrar outro ser humano: vivido por Chiwetel Ejiofor (12 Anos de Escravidão). Ninguém sabe o que devastou o mundo, e os dois precisam viver como as duas últimas pessoas do planeta. Nada mal se ter a companhia de Robbie, né? É o que Ejiofor também acha. Até a chegada de Chris Pine.
Amores Canibais
Este longa pode ser encontrado no acervo da Netflix, e também surge inédito nos cinemas brasileiros. O filme estreou no Festival de Veneza e seguiu para Toronto, ou seja, tem prestígio. No entanto, é uma produção para lá de bizarra, já que saiu da mente da criativa Ana Lily Amirpour – do excelente Garota Sombria Caminha Pela Noite (2014). No filme, a jovem Suki Waterhouse se torna vítima de um clã de canibais, liderados por Jason Momoa (no melhor estilo Khal Drogo da Terra devastada), num planeta hostil e inóspito. Sem a perna (comida pelos sanguinários psicopatas), ela aventura-se por diversos outros grupos desta sociedade – e encontra no caminho gente como Keanu Reeves e Jim Carrey (este em especial, irreconhecível).
Tank Girl – Detonando o Futuro
Eram assim que os filmes de quadrinhos se comportavam na década de 1990. A preferência era dada, inclusive, para adaptações mais independentes e menos conhecidas do que medalhões da DC ou da Marvel. Era a época das obras alternativas, e assim, este longa que adapta os quadrinhos de Alan Martin e Jamie Hewlett recebia sinal verde. A trama fala sobre duas jovens anarquistas, cuja palavra de ordem é criar confusão (e se divertir muito com isso), que conseguem um tanque de guerra (daí o título) para reinarem nesta Terra desolada. No meio do caminho se metem num conflito envolvendo luta por água, poderosos corruptos e um grupo de mutantes “cangurus”. Quem protagoniza é a sumida Lori Petty (muito popular na época devido aos filmes Caçadores de Emoção, Uma Equipe Muito Especial e Free Willy). Naomi Watts vive sua melhor amiga.
Bônus
Waterworld – O Segredo das Águas
Eu disse que a influência de Mad Max se estendeu por décadas. Uma das cópias mais desavergonhadas atende pelo título Waterworld. Um dos maiores fracassos da história do estúdio Universal Pictures (devido a seu orçamento pra lá de inchado), o longa mostrou o quão problemático pode ser filmar na água. Aqui, ao invés da falta de água no mundo desértico, os criadores tem a brilhante ideia de inverter o jogo, e criar uma realidade na qual a água é que reina. As calotas polares derreteram devido ao aquecimento global, fazendo com que nosso planeta ficasse submerso. Assim, ao invés de estradas, as gangues se digladiam em barcos e Jet skis no meio do mar. Mutantes, meio homem e meio peixe, surgem neste novo mundo, como nosso protagonista Mariner, vivido por Kevin Costner. Waterworld virou cult e tem seu charme, atingindo o patamar dos filmes “tão ruins que são bons”.