Rocketman chegou aos cinemas na última quinta-feira e já se mostrou uma das melhores adaptações biográficas de um músico já feitas. Como Cinema e Música andam de mãos dadas há algum tempo, e nós separamos alguns filmes para quem busca grandes obras baseadas em ícones da música internacional. Confiram!
Antes de dirigir Logan e lançar um trailer memorável ao som de Hurt, James Mangold trouxe aos cinemas a cinebiografia de uma das maiores vozes da música americana: Johnny Cash. Tendo o intenso Joaquin Phoenix no papel de Johnny Cash, o filme acompanha a vida do lendário músico desde a infância traumática em uma fazenda de algodão em Nashville, passando por seus anos de Serviço Militar e suas inúmeras tentativas de ser músico em Memphis até chegar ao sucesso e conhecer seu amor: June Carter.
Apesar da trama girar em torno do relacionamento de Johnny e June, vemos muito do lado humano por trás do lendário Man In Black. E toda sua história com ícones da música, como Elvis Presley e Jerry Lee Lewis, é retratada de forma incrível. O roteiro foi baseado na biografia de Johnny Cash e contou com atuações impecáveis de Reese Whiterspoon, que venceu o Oscar de Melhor Atriz por esse papel, e ainda rendeu uma indicação de Melhor Ator para Joaquin Phoenix.
Não Estou Lá (2007)
“Inspirado na música e nas muitas vidas de Bob Dylan”, Não Estou Lá chegou aos cinemas em 2007 e trouxe ao mundo uma atuação fantástica da polivalente Cate Blanchett vivendo Jude Quinn, a versão sessentista do artista. O filme é incrível por pegar seis atores de alto nível para representarem diferentes fases do Músico, Poeta, Escritor e Lenda da Contracultura Americana. Cada personagem é uma analogia a vida de Bob Dylan e tal qual na vida, suas tramas se entrelaçam e entregam uma história incrível e alucinante.
Marcus Carl Franklin vive Woody, um espelho da adolescência/ juventude de Dylan e seu fascínio pela música. Christian Bale interpreta Jack Rollins, representando a fase de protesto do artista, e o Pastor John, que seria ele na época em que se converte ao cristianismo. Richard Gere abusa da metalinguagem ao dar vida a Billy The Kid, uma referência a Pat Garrett and Billy the Kid, filme em que Bob Dylan fez toda a trilha musical e ainda atuou. O saudoso Heath Ledger é Robbie Clark, um ator que interpreta a vida de Jack Rollins e reflete a fase de decadência de Bob Dylan. Por fim, Ben Whishaw dá as caras como Arthur Rimbaud, a inspiração visual de Bob Dylan.
É um projeto MUITO interessante e valem as 2h15 de filme.
The Beach Boys: Uma História de Sucesso (2014)
Esse é um daqueles filmes que passaram batidos no Brasil quando lançaram, mas merecem muito a atenção do público. Ele acompanha toda a trajetória de um dos fundadores dos The Beach Boys, Bryan Wilson, do sucesso estrondoso dos anos 60 até sua decadência psicológica nos anos 80. Fazendo uso de uma narrativa não-linear, o filme traz Paul Dano como a versão jovem de Bryan e John Cusack em sua versão “mais vivida”. Ambos trabalham muito bem e humanizam o personagem.
O elenco ainda conta com Elizabeth Banks e Paul Giamatti. A produção do filme demorou muitos anos para começar por conta de roteiros sem tanta precisão histórica. Quando eles conseguiram uma trama que retratasse com fidelidade a história de Bryan, o projeto começou a tomar forma e acabou virando um dos filmes mais interessantes de 2014.
Lançado em 2015,
Straight Outta Compton foi um verdadeiro fenômeno e muitos consideram que foi um dos filmes esnobados no Oscar (indicado apenas a Melhor Roteiro Original). O filme conta de forma crua a história do
N.W.A. (
Niggaz Wit Attitudes), com todos os conflitos e choques de realidade da formação de um dos grupos mais influentes do
Gangsta Rap americano no auge dos anos 80.
Composto por Dr. Dre, Ice Cube, Eazy E, DJ Yella, MC Ren e Arabian Prince, o grupo e sua história acabam se misturando ao processo de revolução no cenário do Hip-Hop da época, que viria a criar grandes ícones do gênero de hoje, como o próprio Dr. Dre e até mesmo o carismático Snoop Dogg. E como suas letras remetem a origem de seus membros, preparem-se para ver brigas de gangues, muita violência, sexo e drogas. Se o objetivo do “Gangsta Rap” era mostrar a realidade das ruas que a TV ignorava, o do filme é retratar isso e sua influência no grupo.
Filmaço!
Um dos maiores fenômenos do ano passado,
Bohemian Rhapsody trouxe para os cinemas a história de uma das maiores bandas de todos os tempos, dando foco ao lendário vocalista:
Freddie Mercury. Embalado por alguns dos maiores sucessos do Queen, era difícil que o filme não fosse um sucesso, dada a enorme quantidade de fãs assíduos do grupo. Mesmo com algumas modificações em datas e personagens, usando o recurso da Licença Poética, o público abraçou o longa como se fosse uma das canções da Banda e o transformou em um grande sucesso de bilheteria. A grande polêmica, no entanto, foi quanto a sexualidade e extravagância de Freddie e como elas foram suavizadas na adaptação.
A crítica internacional se dividiu um pouco em questão ao filme, mas nem isso foi o suficiente para impedir Bohemian nas premiações. Ele foi um papa-títulos no Oscar e deixou a cerimônia com 6 troféus, incluindo o de Melhor Ator para Rami Malek. Muitos desses prêmios foram contestados, como Melhor Edição – que não desceu para muitos especialistas até hoje, só que o resultado final mostra que o longa tem sim qualidade.
Rocketman segue uma linha mais pessoal do que
Bohemian Rhapsody, até porque o próprio
Elton John está vivo e pôde opinar em certos momentos que ele viveu. E quem melhor para julgar uma cinebiografia do que o próprio personagem principal? O filme está
em cartaz nos principais cinemas do Brasil.