sábado, dezembro 27, 2025

As Sereias Mais Famosas do Cinema

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Hoje estreia nos cinemas de todo o Brasil, o terror russo A Sereia: Lago dos Mortos (confira a crítica abaixo), do mesmo diretor de A Noiva. O filme não apresenta o mais agradável retrato destas criaturas marinhas, metade mulher, metade peixe, já que aqui a sua lenda é levada da forma mais séria e real – o mito das criaturas a têm como uma “encantadora de homens” nos mares, que usa sua cantoria para atrair pescadores e marujos, seduzindo-os e enfeitiçando-os, somente para arrastá-los para o fundo do mar. Ou seja, nada muito romântico e mais próximo a uma maldição. Sendo assim, ponto para o recente terror.

Crítica | A Sereia: Lago dos Mortos – Você se lembra de ‘A Noiva’? Pois é…

No cinema, ao contrário, a maioria das encarnações desta criatura segue uma linha completamente oposta, tratando-as como seres ingênuos, amistosos e prontos para amar. Pensando nisso, o CinePOP resolveu criar uma nova lista, com as principais sereias da sétima arte. Prepare-se para o mergulho. Vem com a gente.

A Sereia: Lago dos Mortos



Como de costume, este foi o filme que motivou a lista, portanto, é o que a abre. Novo longa dirigido pelo russo Svyatoslav Podgaevskiy e protagonizado por sua musa Viktoriya Agalakova, depois de A Noiva (2017). Na verdade, os dois longas se parecem muito, e apresentam uma família sendo atormentada por uma maldição – sempre trazida por uma figura feminina. Desta vez, a “criatura” habita um lago. Espere muito água.

Splash – Uma Sereia em Minha Vida

Um dos maiores clássicos da Sessão da Tarde, este filme de 1984 continua a fazer a alegria das novas gerações. Na trama, Daryl Hannah – decolando em sua carreira no auge da forma (aos 24 aninhos) – vive Madison, uma sereia que aparece em Nova York, encantando o protagonista vivido por Tom Hanks. Os dois se apaixonam, mas também são perseguidos. Poucos sabem, mas Splash foi indicado ao Oscar de melhor roteiro original. Poucos sabem também que o filme teve uma obscura continuação, lançada direto em vídeo em 1988, sem as presenças de Hannah e Hanks, obviamente. Outra curiosidade é o remake indiano, lançado em 1991, que se tornou um fiasco por lá.

A Pequena Sereia

Esta animação de 1989 serviu para colocar a Disney numa nova fase em seus filmes do gênero. O longa marca o retorno de histórias protagonizadas por humanos (mesmo que com criaturas fantásticas e bichos falantes), depois de uma longa fase tendo animais como protagonistas. Depois dele, vieram A Bela e a Fera (1991), Aladdin (1992) e Pocahontas (1995). Na trama, a princesa submarina Ariel sonha em se tornar humana. É dito que seu visual (de cabelos ruivos) foi criado para diferenciá-la da sereia de Splash. O filme venceu o Oscar de melhor canção (‘Under the Sea’) e trilha sonora, e foi indicado para outra canção (‘Kiss the Girl’). A Pequena Sereia teve duas continuações lançadas direto em vídeo (2000 e 2008) e gerou uma série animada no rastro do filme, que durou de 1992 a 1994. Um filme pouco falado, em live action, com a icônica Shirley MacLaine, foi lançado em 2018, e uma produção da própria Disney – da leva com atores reais – sobre a história está sendo trabalhada, com Rob Marshall (O Retorno de Mary Poppins) na direção.

Piratas do Caribe – Navegando em Águas Misteriosas

Tudo começou em 2003, com o fenômeno surpresa que foi o primeiro filme. Depois, duas continuações foram filmadas simultaneamente e lançadas no mesmo ano de 2007. É claro que a Disney não iria deixar de lado uma grande fonte de renda como esta franquia, assim, a volta do Capitão Jack Sparrow (Johnny Depp) foi orquestrada quatro anos depois. E como tem tudo a ver com este universo, parte da trama se centra em encontrar lágrimas de sereias – criaturas tratadas de forma ameaçadora no longa. No entanto, nossa protagonista está mais para os itens acima, e é uma criatura pacífica e ingênua, que só quer ser deixada em paz. Interpretada pela espanhola Astrid Bergès-Frisbey, esta sereia se apaixona pelo clérigo Philip (Sam Claflin) – criando assim um dos casais mais inusitados do cinema (e que merecia trama própria num filme).

Aquamarine

E se a geração dos anos 1980 teve Splash e A Pequena Sereia como formas de entretenimento na infância, os milênios ganharam Aquamarine, produção de 2006. É fácil perceber quem se deu bem nessa. Este longa consegue ser mais infantil que a animação da Disney, mesmo sendo live-action. Na trama, que ressalta a amizade entre adolescentes, duas amigas (Emma Roberts e a sumida cantora JoJo – não é a Todynho) encontram uma sereia na piscina. Assim, a dupla decide fingir que a criatura é somente mais uma de suas amigas, encobrindo a cada guinada seu comportamento social errático – já que não está familiarizada com nosso mundo. Aqui, a sereia é interpretada pela carismática e subestimada Sara Paxton.

As Travessuras de uma Sereia

Este é o filme mais inusitado da lista a apresentar uma sereia. Trata-se de uma produção asiática, saída da China, que se resume em pura insanidade. É só assistir ao trailer, e perceber a riqueza do visual (fotografia, direção de arte e efeitos), que trata a criatura marinha de uma forma nunca apresentada antes no cinema. E embora esta produção de 2016 não seja muito conhecida para os brasileiros (atualmente parte do acervo da Netflix), o filme conquistou um feito histórico, já que em seu respectivo ano de lançamento, esteve em 14ª posição dos longas mais rentáveis do mundo – desbancando inúmeras produções hollywoodianas (como X-Men: Apocalypse, Kung Fu Panda 3, Warcraft e Independence Day: O Ressurgimento), com mais de US$550 milhões em caixa. Não por acaso, o filme é dirigido por Stephen Chow, o grande nome do cinema blockbuster da China, conseguindo emplacar inclusive em outros mercados – que tem no currículo obras como Kung-Fu Futebol Clube (2001) e Kung-Fusão (2004). Se você curte a mitologia em torno das sereias, esta é uma produção imperdível.

Ele e a Sereia

Produções em torno do mito da sereia não são novidade. Esta obra chega para provar, sendo um dos maiores clássicos a utilizar o tema. Aqui, neste filme de 1948, um homem encontra e se apaixona por uma sereia. A trama remete ao icônico O Pecado Mora ao Lado (1955), com Marilyn Monroe, já que como na comédia, aqui o sujeito casado (vivido por William Powell) está de férias no Caribe com a esposa – quando cai em tentação, desta vez com uma criatura mitológica.  A intérprete da criatura é Ann Blyth. E o ano de 1948 parece ter sido atingido pela febre das sereias, já que também foi lançado Miranda, a Sereia – com tramas bem parecidas. Em Miranda, um homem casado descobre uma sereia e acaba atendendo seu pedido para levá-la a Londres.

A Atração

Outro item muito diferente na lista e uma obra indispensável. Trata-se de uma produção polonesa que mistura musical e terror, claro, tudo banhado na mitologia das sereias. Cult por natureza, A Atração conta a história de duas irmãs sereias, que são adotadas e passam a viver num cabaré. Enquanto Silver (Marta Mazurek) se encanta com o mundo dos homens e procura o amor e a paixão, Golden (Michalina Olszanska) não consegue controlar seu desejo por sangue e carne, humana de preferência. A produção de 2015 é dirigida pela cineasta Agnieszka Smoczynska, e foi exibido no Festival de Sundance 2016.

Bônus

Aquaman

Calma, antes que algum fã tire as calças pela cabeça. Sabemos que Jason Momoa é a “musa” da Liga da Justiça (2017), com suas jogadas de cabelo para trás, e embora o grandalhão também seja metade peixe, deixamos o cargo de sereia neste filme para outra pessoa. Mera, papel de Amber Heard, é praticamente a encarnação badass de Ariel da Disney. Ruiva, independente e com tons de verde em seu figurino, esta “mulher-peixe” é pura adrenalina e não espera ser resgatada por nenhum príncipe. Ao contrário, é ela quem segura na mão do sujeito e o conduz por sua jornada. Mera facilmente se torna uma heroína que queremos ver de novo nos próximos longas da DC.

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Pablo R. Bazarello
Crítico, cinéfilo dos anos 80, membro da ACCRJ, natural do Rio de Janeiro. Apaixonado por cinema e tudo relacionado aos anos 80 e 90. Cinema é a maior diversão. A arte é o que faz a vida valer a pena. 15 anos na estrada do CinePOP e contando...
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