sexta-feira, março 29, 2024

As Vilãs Mais Marcantes do Cinema – Dos Filmes que Completam 30 Anos em 2022

Ao passo em que os queridos filmes dos anos 1980 se tornam quarentões, os longas da década seguinte começam a completar três décadas de seu lançamento. O tempo passa e foge de nosso controle. Parece que foi ontem que certos filmes estrearam nos cinemas, como o primeiro Vingadores, O Espetacular Homem-Aranha, Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge e Django Livre, porém, todos já completaram uma década de existência! Em breve estaremos espantados com o aniversário de longas recentes como Homem-Aranha: Sem Volta para Casa e The Batman. É assim mesmo. Quando piscamos, uma década se esvai. Com duas piscadas, vinte anos. E por aí vai.

O assunto aqui, no entanto, não são esses filmes mais recentes, e nem ao menos o gênero dos super-heróis. Ao contrário, aqui iremos nos concentrar nas antagonistas: as vilãs. Essas personagens que adoramos odiar e que suas intérpretes se deliciam em personificar. Todo ator sempre diz que é muito mais divertido interpretar o vilão. Aqui, escolhemos voltar para a década de 1990, e reparar em como as produções que completam 30 anos de estreia em 2022 trouxeram uma verdadeira leva de ótimas vilãs e atuações bem chamativas de suas atrizes. É muito interessante perceber como este ano específico no cinema foi o lar de algumas das vilãs mais icônicas e memoráveis da sétima arte. Confira abaixo as que selecionamos para você.

Catherine Tramell // Instinto Selvagem

Provavelmente a mais icônica do grupo (apenas rivalizando com o segundo item da lista), essa personagem foi a responsável pelo divisor de águas na carreira da estrela Sharon Stone. E tudo o que precisou foi uma cruzada de pernas fatal. A verdade é que muitas atrizes conseguem demonstrar verdadeiramente o seu talento ao darem profundidade e humanismo a suas vilãs. E com Stone não foi diferente. A atriz já tinha participado de muitos filmes, mas não havia obtido um grande destaque, e isto foi graças ao filme do holandês Paul Verhoeven.

Catherie Tramell é uma escritora de sucesso, especializada em livros de suspense erótico. De forma metalinguística, o filme em que está inserida é também um thriller erótico. Ela termina se tornando a principal suspeita do assassinato de um ex-amante, já que o sujeito morreu de forma sádica, de forma idêntica a um crime descrito em um de seus livros. Para piorar, Tramell é adapta do sexo selvagem e do sadomasoquismo. Nem precisa ser dito que Sharon Stone se jogou de cabeça em cenas para lá de ousadas, envolvendo muita nudez e momentos extremamente picantes, neste que foi considerado um dos filmes mais sexuais de todos os tempos. O peso da personagem ecoa até hoje, permanecendo no subconsciente dos cinéfilos. De forma desnecessária, quatorze anos depois, Stone decidiu reviver a personagem no bastante inferior Instinto Selvagem 2 (2006).

Selina Kyle // Batman – O Retorno

Mais no gênero das anti-heroínas do que propriamente uma vilã, a Mulher-Gato na visão do cineasta Tim Burton deixava de ser uma ladra gatuna, para se tornar uma secretária submissa, subjugada, menosprezada e abusada por seu patrão – um poderoso homem de negócios. Se fosse feito hoje, Batman – O Retorno poderia sofrer boicote de parte do público machista que o acusaria de ser um libelo feminista no que diz respeito à subtrama de uma de suas personagens principais. Como foi feito numa época em que a maioria dos reclamões de hoje sequer haviam nascido, ou eram muito pequenos para ter uma consciência equivocada, o filme terminou abraçado por eles pelo valor nostálgico. Isso é para percebermos que mensagens feministas (implícitas ou explícitas), ou representativas de forma geral, permeavam até mesmo superproduções sem o alarde que se faz hoje. Seja como for, a Selina de Burton e Michelle Pfeiffer (a atriz ideal e melhor interpretação da personagem) é uma heroína trágica, assassinada, que retorna dos mortos para uma vingança extrema – se tornando a Mulher-Gato mais anárquica já apresentada até hoje.

Peyton Flanders // A Mão que Balança o Berço

Além do ano de 1992 ter nos presentado com algumas das maiores vilãs da história do cinema, há exatos trinta anos tínhamos também um grupo formado por loiras fatais nestes filmes. Essa era uma época, ao menos no cinema, em que uma mulher loira causava atração e ao mesmo tempo arrepios em todos. Depois da Catherine Tramell, de Sharon Stone, e da Selina Kyle, de Michelle Pfeiffer, se junta ao grupo a que é provavelmente a babá mais gélida da história do cinema. Esqueça os filmes de terror teen da Netflix, a babá loira mais assustadora do cinema é a personificada por Rebecca De Mornay neste filme. Assim como o item acima, a antagonista aqui está em busca de vingança, porém, de uma forma muito torta. Acreditando que uma mulher específica (a Claire, de Annabella Sciorra) foi a responsável por desencadear o suicídio de seu marido médico, e consequentemente a perda de seu filho enquanto estava grávida, esta loira desequilibrada decide pegar para si a família da mulher que a arruinou. E ela simplesmente não irá parar até conseguir seu objetivo macabro. Para quem não lembra, A Mão que Balança o Berço fez enorme sucesso em seu lançamento e marcou um dos primeiros trabalhos nas telonas da musa Julianne Moore.

Rebecca Carlson // Corpo em Evidência

Mais uma loira fatal se junta à nossa lista das grandes vilãs de trinta anos atrás no cinema. E aqui temos ninguém menos do que a Rainha da música pop, a material girl em pessoa, Madonna. Sabe aquela história dos “filmes gêmeos”, em que vira e mexe dois filmes são lançados no mesmo ano ou de forma próxima, com temáticas ou abordagens muito semelhante? Pois bem, após o sucesso de Instinto Selvagem, que narrava sobre uma loira sexualmente agressiva sendo investigada pelo assassinato de seu ex-namorado; Madonna também quis sua fatia de tal sucesso e protagonizava alguns meses depois uma trama sobre uma loira adepta de atos sexuais, digamos, intensos, como o sadomasoquismo, indo a julgamento pelo possível assassinato de um de seus amantes. E o crime aqui foi cometido à base do sexo mesmo! Ao invés do detetive envolvido com a suspeita de Instinto Selvagem, aqui tínhamos o advogado de defesa (papel de Willem Dafoe) envolvido com a suspeita. Sabe aquela história do “copia, mas faz diferente”? Sendo justo, a protagonista aqui não é exatamente uma vilã, se comportando mais como uma anti-heroína dúbia, em quem não confiamos e ficamos sempre na suspeita de suas intenções. Coincidentemente, Julianne Moore também faz parte deste elenco.

Não deixe de assistir:

Ivy // Relação Indecente

Recentemente eu falei sobre este filme numa matéria aqui no CinePOP (que você pode conferir no link abaixo). A trama traz uma jovem “perdida”, que cria um forte laço de amizade com uma garota tímida e sem amigos. O problema é que Ivy começa a cobiçar a família da amiga, e começa a pôr em prática um perigoso jogo de sedução com o pai de sua amiga. Quem protagoniza o filme é uma Drew Barrymore loiríssima, então com 17 aninhos. Ela é a mais jovem das vilãs da lista, e de fato sua personagem aqui (conhecida apenas como Ivy) poderia ser a adolescência das personagens de Sharon Stone ou Madonna nos respectivos filmes acima, com a personagem na juventude provocativa e já segura de sua sexualidade. Relação Indecente poderia ser uma prequel de Instinto Selvagem, por exemplo, se quiséssemos saber os primeiros passos de Catherine Tramell. O núcleo de Relação Indecente, no entanto, é a amizade entre a personagem de Barrymore, um trem prestes a descarrilhar, com Sylvie (papel de Sara Gilbert). É curioso notar que este thriller erótico foi lançado dez anos após o sucesso infantil de E.T. – O Extraterrestre (1982), ainda muito lembrado como um dos trabalhos mais marcantes da carreira de Drew Barrymore, que representava muito de sua inocência. Nesta fase nova, dez anos depois, o retrato da atriz nas telas e fora delas era outro, refletindo sua conturbada vida pessoal de abuso de drogas e álcool.

Leia também: Relação Indecente | Thriller Erótico com Drew Barrymore “e Leonardo DiCaprio” completa 30 anos

Hedra Carlson // Mulher Solteira Procura

Fechando a lista das vilãs mais famosas de filmes que completam 30 anos em 2022, temos a única morena do lote. A história deste suspense, que fez muito sucesso em sua época de lançamento, fala sobre uma jovem interpretada pela sumida Bridget Fonda, procurando uma companheira para dividir um apartamento com ela. As famosas rommate nos EUA. E daí surge a nossa vilã, a obsessiva Hedra, papel da indicada ao Oscar Jennifer Jason Leigh. Atendendo ao anúncio no jornal colocado pela protagonista Allison (Fonda) – sim, eram os anos 90, antes da internet – a vilã aceita ficar com um quarto na casa. O que nasce como uma amizade entre as duas jovens mulheres solteiras, começa a se tornar uma obsessão por parte de Hedra, cada vez mais carente e exigente da atenção de sua amiga.

Ela chega ao ponto, num dos momentos mais assustadores do longa, de cortar o cabelo no mesmo corte curtinho da “amiga”. É claro que a coisa só vai piorando, até o ponto da tragédia. Em 2011, o thriller Colega de Quarto bebeu muito desta fonte, levando a trama para um ambiente de faculdade, sem se declarar um remake. No entanto, algo em Mulher Solteira Procura soa extremamente datado e reajustando para os valores de hoje, de teor duvidoso também – tanto no título deste filme, quanto do livro em que se baseia. Em português, o título no Brasil ficou mais aprazível, como Mulher Solteira Procura. Porém, no original o título é “Single White Female”, ou seja, “Mulher Solteira e Branca”, definindo a raça da mulher que faz o anúncio – algo impensado e desnecessário nos tempos atuais.

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