sexta-feira , 22 novembro , 2024

Berlim 2023 | She Came to Me – Primeiras Impressões de dramédia com Anne Hathaway e Peter Dinklage

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Filmes de abertura de festivais são sempre aguardados como a cereja do bolo, no entanto, eles são exatamente o contrário: eles são a base da pirâmide. Não é raro o filme de abertura do Festival de Cannes, Berlinale, Veneza ou TIFF  trazer frustração tanto para as plateias quanto para os críticos, pois as expectativas são tão altas quanto a publicidade. 

Do outro lado, os produtores, elenco e toda equipe são radiantes pela expectativa de ter o seu filme lançado aos olhos de críticos do mundo inteiro e, como resultado, compradores internacionais. Este é o caso da comédia romântica She Came to Me, de Rebecca Miller



Selecionamos abaixo as primeiras impressões dos críticos das principais mídias de cinema norte-americanas e uma britânica do filme de abertura da Berlinale 2023. Apesar da recepção fria, alguns profissionais encontraram pontos positivos na obra, como o carisma e talento dos atores e atrizes. 

O lado positivo 

A autora e cineasta Rebecca Miller não é exatamente conhecida pelo humor, mas ela traz uma espécie de doçura e inocência absurda a esta comédia romântica peculiar e ingênua (…) tal como um maluco filme de Woody Allen, porém com dois terços da velocidade dele e menos piadas cínicas.”, escreveu Peter Bradshaw no The Guardian.

” (…) História maluca de diferentes nova-iorquinos e suas buscas por inspiração criativa, realização espiritual, felicidade e amor.“, comentou David Rooney em The Hollywood Reporter.

 

 

 

Peter Dinklage, com sua serenidade carismática, incômoda e enrugada, nos conduz todo o filme com uma fusão de astúcia e graça“, elogiou Owen Gleiberman na Variety

Pontos de Vistas Negativos

Consistentemente desarticulada, She Came to Me nunca estabelece um tom sensato para combinar com seus ansiosos personagens, porém bem-intencionados. Eles não são nem tão ridículos, nem tão trágicos, para serem realmente engraçados ou convincentemente dramáticos”, julgou Simon Abrams em The Wrap.

Para um trabalho fraco – especialmente entre sua categoria de filmes da noite de abertura da Berlinale – She Came to Me é cativantemente excêntrico e assistível. (…) Ao longo de 102 minutos, no entanto, há apenas uma linha memorável e envolve uma pronúncia incorreta de `compositor` (composer) como `composto` (composter)”, debocha David Katz em The Film Stage.

Com estudos de personagens ainda ligados a tramas malucas, ela cobriu tudo, desde o vício em drogas até a infidelidade, do incesto à ambição. Um filme de Rebecca Miller significa liberar expectativas, evitando brilhantes cenas e enredos organizados, mas abraçando a bagunça inerente à própria vida. Seus filmes são selvagens, sonhadores, tristes, engraçados – e nada realistas.”, escreveu Kate Erbland na  IndieWire.

Para nós, embora não tenha acertado o coração da crítica, She Came to Me conseguiu o seu destaque no mundo cinematográfico este ano. Acreditamos, no entanto, que o filme seja facilmente esquecível ao longo do tempo. Será que ganha distribuição no Brasil?

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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Do outro lado, os produtores, elenco e toda equipe são radiantes pela expectativa de ter o seu filme lançado aos olhos de críticos do mundo inteiro e, como resultado, compradores internacionais. Este é o caso da comédia romântica She Came to Me, de Rebecca Miller

Selecionamos abaixo as primeiras impressões dos críticos das principais mídias de cinema norte-americanas e uma britânica do filme de abertura da Berlinale 2023. Apesar da recepção fria, alguns profissionais encontraram pontos positivos na obra, como o carisma e talento dos atores e atrizes. 

O lado positivo 

A autora e cineasta Rebecca Miller não é exatamente conhecida pelo humor, mas ela traz uma espécie de doçura e inocência absurda a esta comédia romântica peculiar e ingênua (…) tal como um maluco filme de Woody Allen, porém com dois terços da velocidade dele e menos piadas cínicas.”, escreveu Peter Bradshaw no The Guardian.

” (…) História maluca de diferentes nova-iorquinos e suas buscas por inspiração criativa, realização espiritual, felicidade e amor.“, comentou David Rooney em The Hollywood Reporter.

 

 

 

Peter Dinklage, com sua serenidade carismática, incômoda e enrugada, nos conduz todo o filme com uma fusão de astúcia e graça“, elogiou Owen Gleiberman na Variety

Pontos de Vistas Negativos

Consistentemente desarticulada, She Came to Me nunca estabelece um tom sensato para combinar com seus ansiosos personagens, porém bem-intencionados. Eles não são nem tão ridículos, nem tão trágicos, para serem realmente engraçados ou convincentemente dramáticos”, julgou Simon Abrams em The Wrap.

Para um trabalho fraco – especialmente entre sua categoria de filmes da noite de abertura da Berlinale – She Came to Me é cativantemente excêntrico e assistível. (…) Ao longo de 102 minutos, no entanto, há apenas uma linha memorável e envolve uma pronúncia incorreta de `compositor` (composer) como `composto` (composter)”, debocha David Katz em The Film Stage.

Com estudos de personagens ainda ligados a tramas malucas, ela cobriu tudo, desde o vício em drogas até a infidelidade, do incesto à ambição. Um filme de Rebecca Miller significa liberar expectativas, evitando brilhantes cenas e enredos organizados, mas abraçando a bagunça inerente à própria vida. Seus filmes são selvagens, sonhadores, tristes, engraçados – e nada realistas.”, escreveu Kate Erbland na  IndieWire.

Para nós, embora não tenha acertado o coração da crítica, She Came to Me conseguiu o seu destaque no mundo cinematográfico este ano. Acreditamos, no entanto, que o filme seja facilmente esquecível ao longo do tempo. Será que ganha distribuição no Brasil?

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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