sexta-feira , 15 novembro , 2024

Crítica | A Ghost Story – Quebra cabeça melancólico com forte trilha sonora

É muito mais difícil um fantasma não existir do que matar uma realidade. Escrito e dirigido pelo cineasta norte americano David Lowery, A Ghost Story é uma fábula engenhosa sobre a solidão da perda. O forte tom de sua sinistra trilha sonora, junto a planos longos (alguns angustiantes) transformam a atmosfera do filme em algo realmente impactante. Protagonizado por Rooney Mara e Casey Affleck, o projeto é bem complicado de se entender, longe do trivial, um quebra cabeça melancólico, minimalista e porque não dizer um exercício interessante sobre o abandono.

Na trama, conhecemos o casal C (Casey Affleck) e M (Rooney Mara), jovens com o futuro todo pela frente que moram em uma casa um pouco isolada, provavelmente no interior dos Estados Unidos. Certo dia, C se envolve em um acidente automobilístico e acaba falecendo. Mas, o inusitado acontece, C vira um fantasma e acaba retornando para sua casa onde sua esposa passa por dificuldades emocionais tentando seguir em frente com sua vida. Assim, o filme embarca em uma série de situações, sem comunicação (ou quase isso) entre o casal onde as dores da tragédia são uma estrada ilimitada de emoções.

Esquecer de tudo?  As dores do mundo?  Não quero saber quem fui mas sim quem sou. Quando o tabuleiro começa a se juntar, as peças nos mostram as verdades e surpresas do roteiro. A questão do fantasma, ou algo do tipo, do inusitado, é um mero detalhe coadjuvante. A lógica desse roteiro complexo gira em torno da questão do tempo e suas passagens rápidas em algumas situações e demoradas em outras, mas com pouca alteração do ambiente. Os protagonistas vivem um primeiro ato de felicidade que logo acaba em tragédia, e, assim, começamos a enxergar dramas e sofrimentos através de uma figura incomum que parece não conseguir se libertar de sua situação.



Você se sente a todo instante assistindo a um filme do Terrence Malick, principalmente por conta dos contornos da trilha sonora e seu impacto no ritmo da trama. Essa mescla de drama e fantasia, ou algo que une isso como gênero, é um dos pontos peculiares e diferenciais desse projeto que tem tudo para dar o que falar. Aos que tem pouca paciência, um tédio terrível pode chegar. Aos que conseguem se conectar com a essência da trama, o lado emocional dos personagens, A Ghost Story pode ser um filme para se ver e rever, além de refletirmos muito sobre as dores do mundo.

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É muito mais difícil um fantasma não existir do que matar uma realidade. Escrito e dirigido pelo cineasta norte americano David Lowery, A Ghost Story é uma fábula engenhosa sobre a solidão da perda. O forte tom de sua sinistra trilha sonora, junto a planos longos (alguns angustiantes) transformam a atmosfera do filme em algo realmente impactante. Protagonizado por Rooney Mara e Casey Affleck, o projeto é bem complicado de se entender, longe do trivial, um quebra cabeça melancólico, minimalista e porque não dizer um exercício interessante sobre o abandono.

Na trama, conhecemos o casal C (Casey Affleck) e M (Rooney Mara), jovens com o futuro todo pela frente que moram em uma casa um pouco isolada, provavelmente no interior dos Estados Unidos. Certo dia, C se envolve em um acidente automobilístico e acaba falecendo. Mas, o inusitado acontece, C vira um fantasma e acaba retornando para sua casa onde sua esposa passa por dificuldades emocionais tentando seguir em frente com sua vida. Assim, o filme embarca em uma série de situações, sem comunicação (ou quase isso) entre o casal onde as dores da tragédia são uma estrada ilimitada de emoções.

Esquecer de tudo?  As dores do mundo?  Não quero saber quem fui mas sim quem sou. Quando o tabuleiro começa a se juntar, as peças nos mostram as verdades e surpresas do roteiro. A questão do fantasma, ou algo do tipo, do inusitado, é um mero detalhe coadjuvante. A lógica desse roteiro complexo gira em torno da questão do tempo e suas passagens rápidas em algumas situações e demoradas em outras, mas com pouca alteração do ambiente. Os protagonistas vivem um primeiro ato de felicidade que logo acaba em tragédia, e, assim, começamos a enxergar dramas e sofrimentos através de uma figura incomum que parece não conseguir se libertar de sua situação.

Você se sente a todo instante assistindo a um filme do Terrence Malick, principalmente por conta dos contornos da trilha sonora e seu impacto no ritmo da trama. Essa mescla de drama e fantasia, ou algo que une isso como gênero, é um dos pontos peculiares e diferenciais desse projeto que tem tudo para dar o que falar. Aos que tem pouca paciência, um tédio terrível pode chegar. Aos que conseguem se conectar com a essência da trama, o lado emocional dos personagens, A Ghost Story pode ser um filme para se ver e rever, além de refletirmos muito sobre as dores do mundo.

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