sábado , 21 dezembro , 2024

Crítica | Amor e Morte: Minissérie criminal não é ruim, mas Elizabeth Olsen e Jesse Plemons mereciam coisa melhor

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Candy Montgomery é um marco popular e jurídico da cultura norte-americana. Uma perfeita dona de casa cristã, ela salta de uma pacata esposa e mãe de duas crianças para uma assassina em julgamento pelas 41 machadadas dilaceradas em Betty Gore, sua amiga e esposa de seu ex-amante. Mais estranho que a ficção, o famigerado caso desafia todas as obviedades de seus relatos e vai além de um simples assassinato à sangue frio. E revivendo esse terrível causo quase 23 anos depois, HBO Max, Nicole Kidman e David E. Kelley se unem para produzir e remontar esse peculiar quebra-cabeça. Mas assim como a ambição não comprometida de The Undoing foi sua ruína em seu episódio final, Amor e Morte deixa a desejar por permanecer em um nível confortável demais.



Isso não quer dizer que a vindoura minissérie não seja boa. Mas com um elenco de ponta encabeçado por Elizabeth Olsen, Jesse Plemons e Lily Rabe, Amor e Morte poderia ter sido muito mais profunda que a história superficial reproduzida e divulgada tantas vezes pela mídia. Se atendo excessivamente a um formato narrativo mais documental e linear, a minissérie original da HBO Max apenas pincela a psique de seus personagens, deixando a maior parte de suas complexidades à imaginação da audiência. Não explorando a densidade deles na intimidade, a produção não inova no gênero de drama jurídico e deixa meros resquícios de uma abordagem psicológica e cultural.

Embora seja dinâmica e não sem perder tempo em avançar sua trama, Amor e Morte perde a oportunidade de fazer uma análise de seu tempo. Com o caso unindo duas décadas tão socioculturalmente díspares – os anos 70 e 80 -, David E. Kelley tinha em mãos um excelente contexto histórico que serviria muito bem como alicerce para um enredo ainda mais sólido e produtivo. Em uma indústria onde já recebemos excelentes dramas jurídicos como American Crime Story: O Povo Contra O. J Simpson e Mare of Easttown, a produção acaba ficando no meio do caminho. Com a minissérie Candy, também baseada no mesmo crime, ainda sendo uma memória recente (a produção foi lançada em 2022 pela Star+ e é estrelada por Jessica Biel), a nova iteração parece um tanto perene e esquecível.

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Mas mesmo em meio a suas fraquezas, o brilhantismo de Elizabeth Olsen e Jesse Plemons não é ofuscado e consegue carregar a trama onde ela precisa chegar. E ainda que Kelley se esqueça da estética setentista e oitentista em boa parte de seus sete episódios, a essência de uma boa história continua ali presente, só exige mais disposição da audiência. Conduzida por ótimas atuações e curiosa o suficiente para nos manter em seus episódios, Amor e Morte é mais feita para os fãs do formato e talvez seja pouco convidativa para os de fora. Com potencial para uma grandiosidade semelhante a de outro sucesso de E. Kelley, Big Little Lies, a nova original da HBO Max é vítima de uma instigante sinopse, de um excelente trailer e de um elenco bom demais para um roteiro tão…ok.

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Candy Montgomery é um marco popular e jurídico da cultura norte-americana. Uma perfeita dona de casa cristã, ela salta de uma pacata esposa e mãe de duas crianças para uma assassina em julgamento pelas 41 machadadas dilaceradas em Betty Gore, sua amiga e esposa de seu ex-amante. Mais estranho que a ficção, o famigerado caso desafia todas as obviedades de seus relatos e vai além de um simples assassinato à sangue frio. E revivendo esse terrível causo quase 23 anos depois, HBO Max, Nicole Kidman e David E. Kelley se unem para produzir e remontar esse peculiar quebra-cabeça. Mas assim como a ambição não comprometida de The Undoing foi sua ruína em seu episódio final, Amor e Morte deixa a desejar por permanecer em um nível confortável demais.

Isso não quer dizer que a vindoura minissérie não seja boa. Mas com um elenco de ponta encabeçado por Elizabeth Olsen, Jesse Plemons e Lily Rabe, Amor e Morte poderia ter sido muito mais profunda que a história superficial reproduzida e divulgada tantas vezes pela mídia. Se atendo excessivamente a um formato narrativo mais documental e linear, a minissérie original da HBO Max apenas pincela a psique de seus personagens, deixando a maior parte de suas complexidades à imaginação da audiência. Não explorando a densidade deles na intimidade, a produção não inova no gênero de drama jurídico e deixa meros resquícios de uma abordagem psicológica e cultural.

Embora seja dinâmica e não sem perder tempo em avançar sua trama, Amor e Morte perde a oportunidade de fazer uma análise de seu tempo. Com o caso unindo duas décadas tão socioculturalmente díspares – os anos 70 e 80 -, David E. Kelley tinha em mãos um excelente contexto histórico que serviria muito bem como alicerce para um enredo ainda mais sólido e produtivo. Em uma indústria onde já recebemos excelentes dramas jurídicos como American Crime Story: O Povo Contra O. J Simpson e Mare of Easttown, a produção acaba ficando no meio do caminho. Com a minissérie Candy, também baseada no mesmo crime, ainda sendo uma memória recente (a produção foi lançada em 2022 pela Star+ e é estrelada por Jessica Biel), a nova iteração parece um tanto perene e esquecível.

Mas mesmo em meio a suas fraquezas, o brilhantismo de Elizabeth Olsen e Jesse Plemons não é ofuscado e consegue carregar a trama onde ela precisa chegar. E ainda que Kelley se esqueça da estética setentista e oitentista em boa parte de seus sete episódios, a essência de uma boa história continua ali presente, só exige mais disposição da audiência. Conduzida por ótimas atuações e curiosa o suficiente para nos manter em seus episódios, Amor e Morte é mais feita para os fãs do formato e talvez seja pouco convidativa para os de fora. Com potencial para uma grandiosidade semelhante a de outro sucesso de E. Kelley, Big Little Lies, a nova original da HBO Max é vítima de uma instigante sinopse, de um excelente trailer e de um elenco bom demais para um roteiro tão…ok.

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