Quem somos? Para onde vamos? É possível viajar no tempo? Os seres humanos estão sempre à procura de respostas para perguntas tão velhas quanto o universo, tentando entender qual é o nosso papel aqui e como fomos criados…
Usando essa eterna busca por respostas como tema, a Netflix vem se especializando em realizar séries de ficção científica que tentam dar novas visões à essas perguntas. Com o sucesso fenomenal de ‘Stranger Things’, o serviço de streaming apostou na sensacional ‘The OA’ e agora lança a maravilhosa série alemã ‘Dark’.
Sem dar SPOILERS, explicaremos por cima – bem superficialmente – a trama. Ao mesmo tempo que o jovem Erik (Paul Radom) desaparece em uma cidade cheia de segredos, um pai de família se suicida. Ele deixa uma carta para sua mãe e seu filho, que só pode ser aberta no dia 4 de Novembro de 2019. Nenhum minuto antes disso.
Com um primeiro episódio tenso e intenso, a série já conquista o expectador ao apresentar algumas perguntas insanas sem respostas. Ela logo nos desperta o interesse em saber o que existe por trás do mistério da cidade de Winden, que tem uma usina de energia elétrica como seu maior ponto turístico.
À partir daí, a série traz um ritmo lento e sufocante com mais perguntas do que respostas. Conhecemos os vários personagens que iremos acompanhar, como Katharina (Jördis Triebel) – cujo filho desapareceu, Hannah (Maja Schöne) – que alimenta uma paixão proibida, e Ulrich Nielsen (Oliver Masucci) – um homem que embarca numa jornada para encontrar seu filho desaparecido mas acaba encontrando muito mais.
A pergunta não é quem sequestrou a criança… mas quando.
Quando a série começa a responder algumas de suas loucas perguntas, é viciante continuar assistindo aos episódios. É daquelas séries feitas para maratonar em um dia, que não te deixa sair nem para ir até a cozinha tamanho o suspense criado entre um episódio e outro.
Apesar do começo lento, a série engata no meio de sua temporada e se torna um vício desenfreado, quando as cartas começam a ser reveladas e você descobre sobre o que a série está abordando. São 10 episódios de 50 minutos que te prendem do começo ao fim.
O criador Baran bo Odar (diretor do inédito Sleepless, com James Foxx) consegue criar uma trama redonda, apesar de trazer uma história cíclica, que se encerra satisfatoriamente. Outro ponto positivo é a fotografia belíssima, que abusa do ar misterioso da cidade Winden e a assustadora floresta que a cerca, sem esquecer da usina elétrica, imponente na vista aérea da cidade. A trilha sonora, repleta de hits dos anos 80, é a cereja do bolo.
O desfecho é genial, abordando um assunto que vem sendo tratado mais frequentemente nos cinemas em em obras de ficção científica, vide os geniais ‘Interestelar’, de Chris Nolan, e ‘O Predestinado’, de Peter e Michael Spierig.
‘Dark’ é, literalmente, uma viagem pelo tempo e espaço que pode explodir sua mente enquanto você tenta descobrir a grande resposta, aquela que estava ali o tempo todo e você não conseguia enxergar. É recheada com suspenses, mistérios e coisas estranhas.
Produzida pela Alemanha, a série sela o acordo de US$ 1,5 bilhão que a Netflix fez com diversos países europeus para a produção de séries, filmes e programas de TVs. Se a intenção era reproduzir o sucesso de ‘Stranger Things’, ‘Dark’ provavelmente será muito bem sucedida.
‘Dark’ estreia na Netflix do Brasil dia 1º de Dezembro.