quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | ‘Doente de mim Mesma’ – Exibido em Cannes, filme chega no MUBI e joga uma lupa no narcisismo

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Uma lupa no narcisismo. Indicado para Mostra Um Certo Olhar no Festival de Cannes em 2022, o longa-metragem norueguês Doente de Mim Mesma explora um retrato caótico sobre o egoísmo, o narcisismo, a inconsequência de uma protagonista e sua necessidade obsessiva por atenção. Escrito e dirigido pelo cineasta Kristoffer Borgli, a narrativa, de forma acertada e eficiente, nos leva para um verdadeiro tour pela mente conturbada de uma mulher com um sério transtorno de personalidade gerando reflexões por todos os lados.

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Na trama, conhecemos Signe (Kristine Kujath Thorp), uma jovem que está em um relacionamento com o artista Thomas (Eirik Sæther). Os dois vivem juntos faz algum tempo e possuem uma relação estranha, repleta de disputas, competitiva ao extremo. Quando Thomas começa a fazer muito sucesso na sua área, Signe entra em um colapso emocional e começa a fazer de tudo por atenção rumando rapidamente para um show de situações constrangedoras.

Uma pergunta que pode chegar na sua reflexão é: O projeto aborda um transtorno de personalidade? A resposta é: Sim! O narcisismo é considerado um transtorno mental, já estudado por Freud e parte dos estudos da teoria psicanalítica. Aqui nesse longa-metragem, a associação ao termo mencionado é profunda, com riqueza de detalhes, além de associações brilhantes com suas alucinações que nos mostram seus pensamentos, sua mente compulsiva. Isso tudo fruto de uma narrativa inteligente que guia o espectador de forma didática a complexidades da mente humana.

O roteiro tem o mérito de conseguir chegar até as consequências para a personagem por meio de uma narrativa que se joga na estrada sempre difícil da perspectiva única, aqui de uma protagonista guiada pela sua montanha russa de emoções. Corroendo relações com os próximos, praticamente inventando novos personagens de si mesma numa bolha criada onde não há espaço para o outro, sofrendo com uma disputa imposta no próprio relacionamento, chegamos nas consequências dos atos onde lacunas de alguns porquês são precisamente preenchidas. Mas aqui o entendimento é de cada um.

Doente de Mim Mesma, título mais certeiro impossível, pode ser um visto também como algo mais amplo, até mesmo uma parte do retrato de uma geração que busca a atenção, ser o centro das atenções. A necessidade destrutiva de competição que logo vira inveja e impulsos destrutivos de relações, piorado pelo avanço da tecnologia e principalmente as redes sociais, é um ponto importante para pensarmos sobre nossa sociedade atual e as incertezas de um futuro que é logo ali. Pra quem se interessar, o filme está disponível no ótimo catálogo da MUBI.

 

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Na trama, conhecemos Signe (Kristine Kujath Thorp), uma jovem que está em um relacionamento com o artista Thomas (Eirik Sæther). Os dois vivem juntos faz algum tempo e possuem uma relação estranha, repleta de disputas, competitiva ao extremo. Quando Thomas começa a fazer muito sucesso na sua área, Signe entra em um colapso emocional e começa a fazer de tudo por atenção rumando rapidamente para um show de situações constrangedoras.

Uma pergunta que pode chegar na sua reflexão é: O projeto aborda um transtorno de personalidade? A resposta é: Sim! O narcisismo é considerado um transtorno mental, já estudado por Freud e parte dos estudos da teoria psicanalítica. Aqui nesse longa-metragem, a associação ao termo mencionado é profunda, com riqueza de detalhes, além de associações brilhantes com suas alucinações que nos mostram seus pensamentos, sua mente compulsiva. Isso tudo fruto de uma narrativa inteligente que guia o espectador de forma didática a complexidades da mente humana.

O roteiro tem o mérito de conseguir chegar até as consequências para a personagem por meio de uma narrativa que se joga na estrada sempre difícil da perspectiva única, aqui de uma protagonista guiada pela sua montanha russa de emoções. Corroendo relações com os próximos, praticamente inventando novos personagens de si mesma numa bolha criada onde não há espaço para o outro, sofrendo com uma disputa imposta no próprio relacionamento, chegamos nas consequências dos atos onde lacunas de alguns porquês são precisamente preenchidas. Mas aqui o entendimento é de cada um.

Doente de Mim Mesma, título mais certeiro impossível, pode ser um visto também como algo mais amplo, até mesmo uma parte do retrato de uma geração que busca a atenção, ser o centro das atenções. A necessidade destrutiva de competição que logo vira inveja e impulsos destrutivos de relações, piorado pelo avanço da tecnologia e principalmente as redes sociais, é um ponto importante para pensarmos sobre nossa sociedade atual e as incertezas de um futuro que é logo ali. Pra quem se interessar, o filme está disponível no ótimo catálogo da MUBI.

 

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