quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | Doutor Sono agradará em cheio aos fãs de ‘O Iluminado’, tanto do livro quanto do filme

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Stephen King é um dos escritores mais célebres da atualidade. Com uma carreira vasta e produtiva, o autor já rendeu mais de 60 livros e 500 milhões de cópias vendidas, o que é simplesmente impressionante. Desde o início de sua carreira, seus livros foram alvo de adaptações para Hollywood. Porém, suas histórias são extremamente complexas e difíceis de se adaptar. Quando dá certo, rende filmes brilhantes como ‘Um Sonho de Liberdade‘, ‘It – A Coisa‘ (o original e a parte 1 do remake), ‘Carrie – A Estranha‘, ‘À Espera de Um Milagre‘, ‘Conta Comigo‘ e ‘Louca Obsessão‘. Porém, suas histórias malucas e seus finais pra lá de insanos também renderam adaptações sofridas, que geralmente chegavam direto em VHS.

Nos últimos anos, tivemos um revival das adaptações do autor que foram ajudados por orçamentos maiores e efeitos especiais aprimorados. Não demorou muito para a Warner Bros. colocar os olhos no livro ‘Doutor Sono‘, uma espécie de sequência do clássico ‘O Iluminado‘, este sendo adaptado para os cinemas em 1980 por Stanley Kubick e, até hoje, considerado um dos filmes mais icônicos da história do terror (ainda que menosprezado pelo romancista).



Assim como os melhores livros de King, ‘Doutor Sono‘ traz uma história extremamente complexa que dificilmente daria um bom filme. Mas, em Mike Flanagan, we trust!

Especializado em produções de terror, Flanagan se destacou em Hollywood com ‘O Espelho‘, ‘A Maldição da Residência Hill‘ e ‘Ouija: Origem do Mal‘, e a decisão de contratá-lo para comandar a adaptação do romance não poderia ser mais certeira. Seu cuidado em adaptar a obra original é visível, e o diretor é conhecido por se preocupar primeiramente em desenvolver seus personagens antes de contar uma história. Ele é um verdadeiro storyteller.

Aqui, Flanagan consegue fazer o que parecia impossível. Adaptar com dignidade ‘Doutor Sono‘ e conseguir a proeza de unir os universos do livro ‘O Iluminado‘ e do filme comandado por Kubrick. E ele faz isso de maneira brilhante.

Doutor Sono‘ continua a história de Danny Torrance quarenta anos após sua assustadora estadia no Hotel Overlook no filme predecessor.  Quando criança, Danny conseguiu sobreviver a uma tentativa de homicídio por parte do pai, um escritor perturbado por espíritos malignos, tornando-se um adulto igualmente traumatizado e alcoólatra. Sem residência fixa, ele se estabelece em uma pequena cidade, onde consegue um emprego no hospício local e cria um vínculo telepático com Abra, uma garotinha que também tem o “Brilho” (capacidade que uma pessoa tem de ver espíritos e que dá origem a outros dons perturadores).

Quando Abra o procura, ela está desesperada para que ele a ajude a lutar contra a impiedosa Rose Cartola e os seguidores do grupo Verdadeiro Nó, que se alimentam do “Brilho” de inocentes visando a imortalidade. Ao formarem uma improvável aliança, Dan e Abra se envolvem em uma brutal batalha de vida ou morte com Rose.

Apesar de começar a trama com um ritmo lento e muito fragmentado, contando várias histórias paralelas que podem distrair o público, ‘Doutor Sono‘ consegue amarrar essa colcha de retalhos de maneira louvável, rendendo uma narrativa complexa mas de fácil entendimento que brinda o espectador com uma história densa, dramática e extremamente assustadora. São 2 horas e 31 minutos de filmes que você nem percebe passar, o que é sempre um bom sinal.

Além de uma direção extremamente rebuscada e estilosa, a produção ainda conta com um elenco estupendo. A sempre maravilhosa Rebecca Ferguson, atriz sueca que brilhou em ‘Missão Impossível 5 e 6‘, é a melhor coisa do filme. Encarnando o papel da antagonista, Rose, Ferguson dá vida a uma personagem cheia de camadas que pede por uma atuação assertiva, e a atriz entrega aqui o melhor desempenho de sua carreira. Se Ferguson não conseguisse entregar a personagem em seu tom ideal, o filme certamente não funcionaria.

Ewan McGregor está ótimo como o problemático protagonista Danny, mas é ofuscado pela estreante Kyliegh Curran – irretocável como a jovem Abra. Guarde o rosto dessa garota, porque ela vai longe!

Em um ano em que tivemos as adaptações de ‘Cemitério Maldito‘ e ‘IT: A Coisa – Capítulo 2‘, ‘Doutor Sono‘ é definitivamente meu preferido.

Unindo os elementos do livro ‘O Iluminado‘ e do filme de Kubrick, o terceiro ato da produção é um gigante fan-service para os adoradores da franquia, com direito a inúmeros easter eggs, referências, aparições surpresas e cenas que te deixarão tenso. É um deleite reviver toda a nostalgia do original, enquanto temos um sopro inovador com uma história que foge totalmente da caixinha e da fórmula dos filmes de suspense que Hollywood tem nos entregado nos últimos anos.

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Nos últimos anos, tivemos um revival das adaptações do autor que foram ajudados por orçamentos maiores e efeitos especiais aprimorados. Não demorou muito para a Warner Bros. colocar os olhos no livro ‘Doutor Sono‘, uma espécie de sequência do clássico ‘O Iluminado‘, este sendo adaptado para os cinemas em 1980 por Stanley Kubick e, até hoje, considerado um dos filmes mais icônicos da história do terror (ainda que menosprezado pelo romancista).

Assim como os melhores livros de King, ‘Doutor Sono‘ traz uma história extremamente complexa que dificilmente daria um bom filme. Mas, em Mike Flanagan, we trust!

Especializado em produções de terror, Flanagan se destacou em Hollywood com ‘O Espelho‘, ‘A Maldição da Residência Hill‘ e ‘Ouija: Origem do Mal‘, e a decisão de contratá-lo para comandar a adaptação do romance não poderia ser mais certeira. Seu cuidado em adaptar a obra original é visível, e o diretor é conhecido por se preocupar primeiramente em desenvolver seus personagens antes de contar uma história. Ele é um verdadeiro storyteller.

Aqui, Flanagan consegue fazer o que parecia impossível. Adaptar com dignidade ‘Doutor Sono‘ e conseguir a proeza de unir os universos do livro ‘O Iluminado‘ e do filme comandado por Kubrick. E ele faz isso de maneira brilhante.

Doutor Sono‘ continua a história de Danny Torrance quarenta anos após sua assustadora estadia no Hotel Overlook no filme predecessor.  Quando criança, Danny conseguiu sobreviver a uma tentativa de homicídio por parte do pai, um escritor perturbado por espíritos malignos, tornando-se um adulto igualmente traumatizado e alcoólatra. Sem residência fixa, ele se estabelece em uma pequena cidade, onde consegue um emprego no hospício local e cria um vínculo telepático com Abra, uma garotinha que também tem o “Brilho” (capacidade que uma pessoa tem de ver espíritos e que dá origem a outros dons perturadores).

Quando Abra o procura, ela está desesperada para que ele a ajude a lutar contra a impiedosa Rose Cartola e os seguidores do grupo Verdadeiro Nó, que se alimentam do “Brilho” de inocentes visando a imortalidade. Ao formarem uma improvável aliança, Dan e Abra se envolvem em uma brutal batalha de vida ou morte com Rose.

Apesar de começar a trama com um ritmo lento e muito fragmentado, contando várias histórias paralelas que podem distrair o público, ‘Doutor Sono‘ consegue amarrar essa colcha de retalhos de maneira louvável, rendendo uma narrativa complexa mas de fácil entendimento que brinda o espectador com uma história densa, dramática e extremamente assustadora. São 2 horas e 31 minutos de filmes que você nem percebe passar, o que é sempre um bom sinal.

Além de uma direção extremamente rebuscada e estilosa, a produção ainda conta com um elenco estupendo. A sempre maravilhosa Rebecca Ferguson, atriz sueca que brilhou em ‘Missão Impossível 5 e 6‘, é a melhor coisa do filme. Encarnando o papel da antagonista, Rose, Ferguson dá vida a uma personagem cheia de camadas que pede por uma atuação assertiva, e a atriz entrega aqui o melhor desempenho de sua carreira. Se Ferguson não conseguisse entregar a personagem em seu tom ideal, o filme certamente não funcionaria.

Ewan McGregor está ótimo como o problemático protagonista Danny, mas é ofuscado pela estreante Kyliegh Curran – irretocável como a jovem Abra. Guarde o rosto dessa garota, porque ela vai longe!

Em um ano em que tivemos as adaptações de ‘Cemitério Maldito‘ e ‘IT: A Coisa – Capítulo 2‘, ‘Doutor Sono‘ é definitivamente meu preferido.

Unindo os elementos do livro ‘O Iluminado‘ e do filme de Kubrick, o terceiro ato da produção é um gigante fan-service para os adoradores da franquia, com direito a inúmeros easter eggs, referências, aparições surpresas e cenas que te deixarão tenso. É um deleite reviver toda a nostalgia do original, enquanto temos um sopro inovador com uma história que foge totalmente da caixinha e da fórmula dos filmes de suspense que Hollywood tem nos entregado nos últimos anos.

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