quinta-feira, maio 9, 2024

Crítica | L’immensità: Penélope Cruz vive um casamento abusivo em problemático melodrama

Filme assistido durante o Festival de Sundance 2023

É impossível assistir L’immensità e não se assustar com a exagerada exposição corporal de uma criança de cinco anos. Inexplicavelmente, Emanuele Crialese faz uso de ângulos e enquadramentos constrangedores, que destacam no centro da tela uma garotinha seminua.

O chocante “detalhe” da direção do cineasta italiano – que aparece em três ocasiões específicas – é desconfortável, desnecessário e compromete até mesmo a premissa original do drama, que é desenhar o escapismo infantil como uma metáfora para a dor de seus protagonistas. Aqui, uma mãe e seus três filhos lutam contra os abusos de um pai e esposo ausente.

Luana Giuliani and Penelope Cruz appear in L’Immensità by Emanuele Crialese, an official selection of the Spotlight program at the 2023 Sundance Film Festival. Courtesy of Sundance Institute

Toda a mensagem de L’immensità se perde nesses três closes específicos – que visam mostrar o cotidiano da relação entre essa mãe dona de casa e seus filhos. Mas ao deliberadamente se furtar da responsabilidade de proteger a integridade de uma atriz mirim, o Crialese evidencia um problema crônico na indústria cinematográfica, que é a exploração e adultização da infância, sob a premissa de se fazer “arte”.

Indignante, os rápidos momentos – estranhamente ignorados por outros membros da imprensa – fazem com que o filme se auto destrua, invalidando todo o seu valor sentimental e o retrato da pureza pueril. E segurando essa batida narrativa de família desestruturada está Penélope Cruz, que faz das tripas coração em um filme que, por ser melodramático demais, ainda beira o piegas e blasé.

Luana Giuliani, Maria Chiara Goretti and Patrizio Francioni appear in L’Immensità by Emanuele Crialese, an official selection of the Spotlight program at the 2023 Sundance Film Festival. Courtesy of Sundance Institute

Em tese, a trama tem seu valor e quando não explora a inocência de uma pequena garota, é capaz de nos cativar a reter nossa atenção. Mas a verdade é que de filmes como L’immensità, Hollywood está cheia. Com um roteiro que abusa dos tropos estereotípicos e tenta trazer uma conversa sensível sobre identidade de gênero – mas falha miseravelmente -, o longa não consegue ser memorável.

Marcado por uma direção duvidosa e por um conceito artístico comum, nada em L’immensità faz a experiência realmente valer a pena – principalmente diante das péssimas escolhas do diretor. Não fosse por Cruz, que emana profundidade em tela, Emanuele e sua pseudo alegoria juvenil seriam apagadas pelos tempo, como de fato merecem. Trazendo referências à cultura italiana e se apoiando em uma estética delicada e em uma belíssima fotografia solar, o longa italiano é uma boa ideia, executada por alguém que eu pensaria duas vezes antes de deixar se aproximar de uma criança novamente.

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