quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | O Bebê – Minissérie de Terror da HBO Max é Esquisita e Cômica

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Para muitas, a maternidade é uma dádiva, um sonho sonhado e estimulado desde que se é jovenzinha. Para outras, maternidade é uma experiência nem um pouco interessante. E como o mundo não é dividido em pares duais, entre esses dois polos há nuances, como as mulheres que não queriam ou não planejavam ter filhos e que, por alguma razão, acabaram os tendo, mesmo que adotados, e, durante o processo, acabaram se desenvolvendo mães. Independentemente da jornada, a maternidade nem sempre é fácil, nem sempre é esse comercial de margarina que é vendido nos filmes e séries que crescemos vendo. Alegoricamente, é disso que se trata ‘O Bebê’, nova minissérie de terror cômico da HBO Max, já está disponível na plataforma com episódios semanais.



Natasha (Michelle de Swarte) está bem sozinha. Ela gosta de encontrar as amigas para jogar, fumar e conversar, porém, quando uma delas traz sua filha para a noite das garotas e a outra conta que está grávida, Natasha percebe que o mundo de suas amigas está mudando e não inclui mais programas como os que ela curte. Indignada com a postura das colegas, Natasha decide alugar uma cabana num ponto isolado na costa para espairecer a cabeça e pensar nos próprios sentimentos. Porém, o que era para ser um final de semana reflexivo se torna seu pior pesadelo, uma vez que, tão logo se instala no local, um corpo cai da colina bem ao lado da casa e, milagrosamente, um bebê também cai dos céus, literalmente em seu colo. Sem jeito, ela deverá decidir se está interessada ou não em maternar uma criança, mesmo que a criaturinha pareça estimular um comportamento meio bizarro nas pessoas.

Dividido em oito episódios com apenas trinta minutos cada, ‘O Bebê’ é uma coprodução estadunidense-britânica, gravada na Inglaterra com um elenco principal carregado no sotaque inglês. Assim, o roteiro de Sian Robins-Grace, a partir da criação dela e de Lucy Gaymer, é todo baseado naquele senso de humor britânico que muitas vezes não provocam o riso em nós, brasileiros. A protagonista não pronuncia uma fala sem dizer um palavrão, algumas situações acabam sendo esquisitas para nós, mas devem fazer algum sentido naquela cultura, então a gente meio que releva.

Fazemos esta ressalva porque os dois primeiros episódios têm muito essa pegada meio bizarra, que pode acabar afastando o espectador; porém, insista: a partir do terceiro episódio a coisa toda fica tão surreal, que se torna cômico. Ao longo, o clima suspensivo de terror vai conduzindo o enredo do bebê assassino que mata pessoas. Aliás, Albie Hills, a criança que interpreta o bebê, é extremamente expressiva! É espantoso como, mesmo sem falar, ela consegue transmitir uma série de emoções que fazem crescer a atmosfera do medo sobre esse personagem tão inofensivo quanto maléfico.

Com uma pegada muito peculiar, à sua maneira ‘O Bebê’ acaba jogando luz sobre as dificuldades de maternar. Através do artifício da ficção especulativa, a minissérie toca num tema profundo, mesmo que este não seja seu objetivo. Para quem curte novidades no terror, vale a pena assistir ‘O Bebê’ pela criança misteriosa e assassina. Só é uma pena esse lance de episódio semanal, que quebra o clima. Ao menos os três primeiros episódios estão disponíveis gratuitos no app da HBO Max.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Natasha (Michelle de Swarte) está bem sozinha. Ela gosta de encontrar as amigas para jogar, fumar e conversar, porém, quando uma delas traz sua filha para a noite das garotas e a outra conta que está grávida, Natasha percebe que o mundo de suas amigas está mudando e não inclui mais programas como os que ela curte. Indignada com a postura das colegas, Natasha decide alugar uma cabana num ponto isolado na costa para espairecer a cabeça e pensar nos próprios sentimentos. Porém, o que era para ser um final de semana reflexivo se torna seu pior pesadelo, uma vez que, tão logo se instala no local, um corpo cai da colina bem ao lado da casa e, milagrosamente, um bebê também cai dos céus, literalmente em seu colo. Sem jeito, ela deverá decidir se está interessada ou não em maternar uma criança, mesmo que a criaturinha pareça estimular um comportamento meio bizarro nas pessoas.

Dividido em oito episódios com apenas trinta minutos cada, ‘O Bebê’ é uma coprodução estadunidense-britânica, gravada na Inglaterra com um elenco principal carregado no sotaque inglês. Assim, o roteiro de Sian Robins-Grace, a partir da criação dela e de Lucy Gaymer, é todo baseado naquele senso de humor britânico que muitas vezes não provocam o riso em nós, brasileiros. A protagonista não pronuncia uma fala sem dizer um palavrão, algumas situações acabam sendo esquisitas para nós, mas devem fazer algum sentido naquela cultura, então a gente meio que releva.

Fazemos esta ressalva porque os dois primeiros episódios têm muito essa pegada meio bizarra, que pode acabar afastando o espectador; porém, insista: a partir do terceiro episódio a coisa toda fica tão surreal, que se torna cômico. Ao longo, o clima suspensivo de terror vai conduzindo o enredo do bebê assassino que mata pessoas. Aliás, Albie Hills, a criança que interpreta o bebê, é extremamente expressiva! É espantoso como, mesmo sem falar, ela consegue transmitir uma série de emoções que fazem crescer a atmosfera do medo sobre esse personagem tão inofensivo quanto maléfico.

Com uma pegada muito peculiar, à sua maneira ‘O Bebê’ acaba jogando luz sobre as dificuldades de maternar. Através do artifício da ficção especulativa, a minissérie toca num tema profundo, mesmo que este não seja seu objetivo. Para quem curte novidades no terror, vale a pena assistir ‘O Bebê’ pela criança misteriosa e assassina. Só é uma pena esse lance de episódio semanal, que quebra o clima. Ao menos os três primeiros episódios estão disponíveis gratuitos no app da HBO Max.

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