terça-feira, março 19, 2024

Crítica | Pai em Dobro – Filme com Maisa na Netflix é uma gracinha e tem sabor de férias

O nome da escritora Thalita Rebouças já é sinônimo de sucesso. Com mais de vinte anos de carreira e mais de trinta livros publicados em muitas línguas, a autora lançou, em novembro de 2020, o livro ‘Pai em Dobro’, cuja adaptação e gravação cinematográfica foi negociada antes da publicação. Na indústria brasileira, isso é um fenômeno. E o resultado pode ser conferido a partir dessa semana na plataforma da Netflix, com o filme homônimo que estreia para os espectadores.

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Vicenza (Maisa Silva) acabou de completar dezoito anos e tudo que ela quer é saber quem é seu pai e conhecê-lo. Só que sua mãe (Laila Zaid) acha que não é o momento e convida a filha para ir com ela a um retiro na Índia, mas Vicenza não quer. Ao contrário: foge para Santa Teresa para encontrar Paco (Eduardo Moscovis), que ela desconfia que seja seu pai. Só que no meio do caminho ela passa a desconfiar que Giovani (Marcelo Médici) também possa ser o seu pai, e daí a confusão está armada! Ainda bem que ela está hospedada na pensão do avô do Cadu (Pedro Ottoni), um gatinho que vai ajudá-la nessa jornada pelo Rio de Janeiro às vésperas do carnaval.

Pai em Dobro’ tem um argumento lindinho cuja mensagem gera reflexão sobre o núcleo familiar, ainda mais quando pensamos que, embora seja um filme para toda a família, o público-alvo é jovem/adolescente – uma idade muito frágil, de busca de identidade e das raízes, envolta em muita expectativa, frustração e conquista. Comparativamente, os dois núcleos da trama se inspiram em sucessos internacionais semelhantes, como ‘Mamma Mia!’ e ‘Comer, Rezar, Amar’, porém ultrapassa suas referências ao dialogar acertadamente com a garotada sobre o que de fato importa na vida.

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O roteiro da própria Thalita Rebouças (‘Tudo por um Pop Star’) com Renato Fagundes (‘Modo Avião’) é bem construído, desenvolvendo a busca da protagonista de maneira crível e simpática, embora alguns diálogos soem mastigados demais (Vicenza retomando abruptamente o assunto de ter sido chamada de bonita por Cadu, após serem interrompidos por um rapaz) e alguns elementos serem abandonados no longa pelos próprios personagens (a ideia de todo mundo ir mascarado no baile para os personagens não reconhecerem um ao outro, mas, na hora da festa, tá todo mundo apenas de fantasia, mas sem máscara – o que anula o propósito da coisa).

Cris D’Amato, que recentemente lançou nos cinemas ‘10 Horas para o Natal’, volta à direção em ‘Pai em Dobro’ e realiza um ótimo trabalho no comando de um elenco afiado e em sintonia (incluindo a ótima Fafá de Belém e a revelação Thaynara OG) – entre si e com seus personagens. A diretora encontrou ótimas locações na cidade cosmopolita para gravar as cenas, apresentando novos ângulos da cidade. A edição do longa, entretanto, dá umas escorregadas no primeiro arco da trama, cortando cenas que poderiam ter uns dois segundos a mais para não ficarem tão interrompidas – mas depois encontra seu ritmo.

Pai em Dobro’ é uma gracinha de filme da Netflix, que diverte e emociona como o próprio carnaval e tem sabor de férias.

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