terça-feira , 24 dezembro , 2024

Crítica | Passado Violento: Adrien Brody mescla ação e suspense em lento filme original da Netflix

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Suas intenções são boas. Se apropriando do negrume de uma paleta bem escura para solidificar a construção do seu personagem, Adrien Brody co-assina o roteiro de Passado Violento com uma proposta bem específica, já vista por qualquer cinéfilo antes. Mesclando a introspecção de John Wick e Taxi Driver em sua composição, a produção também roteirizada por Paul Solet – que ainda dirige -, tenta conquistar os fãs dos gêneros de suspense e ação. Mas com um primeiro arco excessivamente arrastado, o novo original da Netflix é aquela sessão pipoca que poderia ser melhor, ainda que se tornasse um reflexo bem mais ou menos de dois clássicos do cinema.



Na trama, Brody é um homem solitário marcado pelas memórias do passado, que abriu mão de uma violenta vida para se tornar um coletor de lixo. Debaixo de uma atmosfera gélida em uma cidade aparentemente esquecida por seus governantes e por sua própria população, ele tenta esquecer dos traumas e perdas que lhe custaram tanto. E como alguém que busca preencher seu vazio familiar, ele projeta suas frustrações em uma jovem vizinha, com quem desenvolve uma previsível relação paternal.

O maior problema de Passado Violento não é nem seu roteiro formulaico, com ares de filme cult. O original Netflix poderia ser uma boa experiência, não fosse seu primeiro e arrastado ato. Tentando construir uma relação de afeto entre a audiência e este homem calejado em sua própria jornada do herói, o longa perde tempo demais em elementos narrativos que seriam efetiva e facilmente resolvidos em menos de 20 minutos. E mesmo toda a dedicação de Brody e Solet neste trabalho não é suficiente para estabelecer o afeto que nos faria dimensionar o quão valiosa é essa nova trajetória do personagem.

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E com um clímax que repete os jargões de tantos outros filmes de ação genéricos, Passado Violento se torna um longa blasé, insosso. Incapaz de construir sua tensão e suas cenas de ação de forma mais ágil, o thriller fica perdido. Tenta ser cult, explora o silêncio como uma forma de chamar a atenção da audiência, abusa das sombras em uma direção de fotografia tão escura que mal vemos os confrontos… mas nunca chega lá. Como um filme conceito é piegas e pouco original. Como filme de ação, perece por sua falta de sanguinolência. Solet demora tanto para sujar suas mãos, que quando finalmente o faz, já estamos exaustos demais para desfrutar.

Com a exceção de algumas pequenas tomadas realmente bem dirigidas, que destacam o tristonho e apático olhar de Brody (que como ganhador do Oscar até poderia ter entregado mais camadas), Passado Violento tem como um de seus maiores atributos a excelente trilha sonora criada pelo próprio ator Adrien Brody. Entre melodias mais melancólicas e mais enérgicas, ele consegue estabelecer a atmosfera adequada para as cenas de impacto – ainda que seu roteiro não acompanhe o mesmo ritmo de suas composições.

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Suas intenções são boas. Se apropriando do negrume de uma paleta bem escura para solidificar a construção do seu personagem, Adrien Brody co-assina o roteiro de Passado Violento com uma proposta bem específica, já vista por qualquer cinéfilo antes. Mesclando a introspecção de John Wick e Taxi Driver em sua composição, a produção também roteirizada por Paul Solet – que ainda dirige -, tenta conquistar os fãs dos gêneros de suspense e ação. Mas com um primeiro arco excessivamente arrastado, o novo original da Netflix é aquela sessão pipoca que poderia ser melhor, ainda que se tornasse um reflexo bem mais ou menos de dois clássicos do cinema.

Na trama, Brody é um homem solitário marcado pelas memórias do passado, que abriu mão de uma violenta vida para se tornar um coletor de lixo. Debaixo de uma atmosfera gélida em uma cidade aparentemente esquecida por seus governantes e por sua própria população, ele tenta esquecer dos traumas e perdas que lhe custaram tanto. E como alguém que busca preencher seu vazio familiar, ele projeta suas frustrações em uma jovem vizinha, com quem desenvolve uma previsível relação paternal.

O maior problema de Passado Violento não é nem seu roteiro formulaico, com ares de filme cult. O original Netflix poderia ser uma boa experiência, não fosse seu primeiro e arrastado ato. Tentando construir uma relação de afeto entre a audiência e este homem calejado em sua própria jornada do herói, o longa perde tempo demais em elementos narrativos que seriam efetiva e facilmente resolvidos em menos de 20 minutos. E mesmo toda a dedicação de Brody e Solet neste trabalho não é suficiente para estabelecer o afeto que nos faria dimensionar o quão valiosa é essa nova trajetória do personagem.

E com um clímax que repete os jargões de tantos outros filmes de ação genéricos, Passado Violento se torna um longa blasé, insosso. Incapaz de construir sua tensão e suas cenas de ação de forma mais ágil, o thriller fica perdido. Tenta ser cult, explora o silêncio como uma forma de chamar a atenção da audiência, abusa das sombras em uma direção de fotografia tão escura que mal vemos os confrontos… mas nunca chega lá. Como um filme conceito é piegas e pouco original. Como filme de ação, perece por sua falta de sanguinolência. Solet demora tanto para sujar suas mãos, que quando finalmente o faz, já estamos exaustos demais para desfrutar.

Com a exceção de algumas pequenas tomadas realmente bem dirigidas, que destacam o tristonho e apático olhar de Brody (que como ganhador do Oscar até poderia ter entregado mais camadas), Passado Violento tem como um de seus maiores atributos a excelente trilha sonora criada pelo próprio ator Adrien Brody. Entre melodias mais melancólicas e mais enérgicas, ele consegue estabelecer a atmosfera adequada para as cenas de impacto – ainda que seu roteiro não acompanhe o mesmo ritmo de suas composições.

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