domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Planeta dos Macacos: A Guerra – final da trilogia é um drama com pouca ação

YouTube video

Blockbuster Intimista

Quem for esperando encontrar o nível de adrenalina próximo aos dois primeiros filmes desta reiniciada franquia (Planeta dos Macacos – A origem e Planeta dos Macacos – O Confronto) poderá deixar a sala de cinema frustrado. A opção para o desfecho da saga de Caeser e seus companheiros símios é pelo drama e ponderações existencialistas.

Este é também o filme mais longo da trilogia, com 2 horas e 20 minutos de projeção, o que, com seu ritmo deliberadamente lento, poderá afastar parte do público que busca exclusivamente entretenimento acelerado. Planeta dos Macacos: A Guerra é o blockbuster mais contemplativo do ano, e também um dos mais calmos.



O fato pode vir como boa notícia para outra parte do público, no entanto, mostrando coragem dos realizadores ao decidirem frear o excesso de barulho e pirotecnia que se tornaram as superproduções atuais, necessitando ser cada vez maiores. Planeta dos Macacos segue a máxima de que menos é mais.

Assista também:
YouTube video


Na trama, seguimos de onde o antecessor de 2014 parou. Durante quase todo o primeiro ato acompanhamos apenas a vida em sociedade dos macacos liderados por Caesar, novamente interpretado pelo melhor ator que você não vê, mas respeita: Andy Serkis. Os mesmos se perguntam do fim da existência dos humanos, acreditando que foram totalmente dizimados pelo vírus que se espalhou na Terra. O senso de família e comunidade é um dos motes do novo longa. Ao mesmo tempo, fantasmas do passado retornam para assombrar o protagonista e suas decisões.

O encontro com os humanos se dá através do personagem de Woody Harrelson, um militar inescrupuloso, cuja única motivação é dizimar os primatas da face da Terra. O Coronel, como é conhecido o personagem, é o maior vilão da trilogia. Ao contrário dos filmes anteriores, que davam enfoque aos personagens humanos, esta conclusão tem apenas o antagonista como representação de nossa raça. Ah sim, e a surpresa de uma pequena menina muda abandonada na floresta (papel da graciosa Amiah Miller) e adotada por Maurice, o orangotango. Fãs do clássico de 1968 pescarão a referência.

Planeta dos Macacos: A Guerra é, como nunca antes, um filme apenas de Caesar e seus companheiros. É também o que apresenta maior peso dramático de perda e suas consequências. Erroneamente intitulado A Guerra, já que a guerra em si ocorreu no exemplar anterior, o terceiro filme trata mais do desencadeamento e de seus resultados. Assim se aproximando cada vez mais do que conhecemos de Planeta dos Macacos (1968).

A adição ao elenco símio fica por conta do alívio cômico de Bad Ape (voz de Steve Zahn), o único outro macaco falante além de Caesar. Fugido de um zoológico, Bad Ape viveu isolado numa cabana por muitos anos e se comporta como humano, usando inclusive vestimentas.

Do lado positivo, Planeta dos Macacos: A Guerra é refrescante ao fugir do esperado, entregando um filme “fora da caixinha”, diferente da fórmula de se fazer blockbuster atual. Matt Reeves, o diretor, é um contador de histórias acima da média, o que levanta ainda mais a expectativa pelo filme solo do Batman que o cineasta irá dirigir. As relações entre os personagens são muito bem exploradas, possuem tempo de sobra para serem desenvolvidas, e são sentidas por terem sido conquistadas. Este é o ponto chave e o chamariz do longa.

No lado negativo, Planeta dos Macacos: A Guerra não inova verdadeiramente. Não consegue ir muito mais além do que já havia sido brilhantemente apresentado no episódio anterior. Sentimos uma grande mudança de tonalidade, na estrutura da linguagem cinematográfica do primeiro (2011) para os segundo (2014), como se a história houvesse organicamente seguido. Talvez estagnação seja a palavra para definir certa falta de continuidade do segundo para este terceiro – que de certa forma retrocede. Sentimos isso não apenas na ação, mas a narrativa e parte técnica (que inclui os efeitos de cair o queixo) não somam ao que  foi desenvolvido com esmero anteriormente. Talvez seja a maldição das terceiras partes. Seja como for, só o tempo dirá se a FOX não irá aparecer com um novo capítulo. Ainda mais na era em que todos os grandes estúdios buscam uma franquia para chamar de sua, se desfazer de uma galinha dos ovos de ouro não é a palavra de ordem.

YouTube video

Mais notícias...

Siga-nos!

2,000,000FãsCurtir
372,000SeguidoresSeguir
1,620,000SeguidoresSeguir
195,000SeguidoresSeguir
162,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS

Crítica | Planeta dos Macacos: A Guerra – final da trilogia é um drama com pouca ação

Blockbuster Intimista

Quem for esperando encontrar o nível de adrenalina próximo aos dois primeiros filmes desta reiniciada franquia (Planeta dos Macacos – A origem e Planeta dos Macacos – O Confronto) poderá deixar a sala de cinema frustrado. A opção para o desfecho da saga de Caeser e seus companheiros símios é pelo drama e ponderações existencialistas.

Este é também o filme mais longo da trilogia, com 2 horas e 20 minutos de projeção, o que, com seu ritmo deliberadamente lento, poderá afastar parte do público que busca exclusivamente entretenimento acelerado. Planeta dos Macacos: A Guerra é o blockbuster mais contemplativo do ano, e também um dos mais calmos.

O fato pode vir como boa notícia para outra parte do público, no entanto, mostrando coragem dos realizadores ao decidirem frear o excesso de barulho e pirotecnia que se tornaram as superproduções atuais, necessitando ser cada vez maiores. Planeta dos Macacos segue a máxima de que menos é mais.

Na trama, seguimos de onde o antecessor de 2014 parou. Durante quase todo o primeiro ato acompanhamos apenas a vida em sociedade dos macacos liderados por Caesar, novamente interpretado pelo melhor ator que você não vê, mas respeita: Andy Serkis. Os mesmos se perguntam do fim da existência dos humanos, acreditando que foram totalmente dizimados pelo vírus que se espalhou na Terra. O senso de família e comunidade é um dos motes do novo longa. Ao mesmo tempo, fantasmas do passado retornam para assombrar o protagonista e suas decisões.

O encontro com os humanos se dá através do personagem de Woody Harrelson, um militar inescrupuloso, cuja única motivação é dizimar os primatas da face da Terra. O Coronel, como é conhecido o personagem, é o maior vilão da trilogia. Ao contrário dos filmes anteriores, que davam enfoque aos personagens humanos, esta conclusão tem apenas o antagonista como representação de nossa raça. Ah sim, e a surpresa de uma pequena menina muda abandonada na floresta (papel da graciosa Amiah Miller) e adotada por Maurice, o orangotango. Fãs do clássico de 1968 pescarão a referência.

Planeta dos Macacos: A Guerra é, como nunca antes, um filme apenas de Caesar e seus companheiros. É também o que apresenta maior peso dramático de perda e suas consequências. Erroneamente intitulado A Guerra, já que a guerra em si ocorreu no exemplar anterior, o terceiro filme trata mais do desencadeamento e de seus resultados. Assim se aproximando cada vez mais do que conhecemos de Planeta dos Macacos (1968).

A adição ao elenco símio fica por conta do alívio cômico de Bad Ape (voz de Steve Zahn), o único outro macaco falante além de Caesar. Fugido de um zoológico, Bad Ape viveu isolado numa cabana por muitos anos e se comporta como humano, usando inclusive vestimentas.

Do lado positivo, Planeta dos Macacos: A Guerra é refrescante ao fugir do esperado, entregando um filme “fora da caixinha”, diferente da fórmula de se fazer blockbuster atual. Matt Reeves, o diretor, é um contador de histórias acima da média, o que levanta ainda mais a expectativa pelo filme solo do Batman que o cineasta irá dirigir. As relações entre os personagens são muito bem exploradas, possuem tempo de sobra para serem desenvolvidas, e são sentidas por terem sido conquistadas. Este é o ponto chave e o chamariz do longa.

No lado negativo, Planeta dos Macacos: A Guerra não inova verdadeiramente. Não consegue ir muito mais além do que já havia sido brilhantemente apresentado no episódio anterior. Sentimos uma grande mudança de tonalidade, na estrutura da linguagem cinematográfica do primeiro (2011) para os segundo (2014), como se a história houvesse organicamente seguido. Talvez estagnação seja a palavra para definir certa falta de continuidade do segundo para este terceiro – que de certa forma retrocede. Sentimos isso não apenas na ação, mas a narrativa e parte técnica (que inclui os efeitos de cair o queixo) não somam ao que  foi desenvolvido com esmero anteriormente. Talvez seja a maldição das terceiras partes. Seja como for, só o tempo dirá se a FOX não irá aparecer com um novo capítulo. Ainda mais na era em que todos os grandes estúdios buscam uma franquia para chamar de sua, se desfazer de uma galinha dos ovos de ouro não é a palavra de ordem.

YouTube video

Siga-nos!

2,000,000FãsCurtir
372,000SeguidoresSeguir
1,620,000SeguidoresSeguir
195,000SeguidoresSeguir
162,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS