quinta-feira, maio 2, 2024

Crítica | Still: A Michael J. Fox Movie é uma celebração à vida e à jornada de um dos maiores ícones de Hollywood

Filme assistido durante o Festival de Sundance 2023

Still: A Michael J. Fox Movie tinha todos os elementos para ser um melancólico documentário sobre um jovem ator que viu sua vida virar de cabeça para baixo ao ser diagnosticado com Mal de Parkinson, no auge de seus 20 poucos anos. Mas tão natural como suas próprias performances ao longo dos anos, o longa dirigido por Davis Guggenheim subverte a ordem dos fatos e transgride a cultura da sofrência que constantemente permeia produções documentais hollywoodianas, para ser um lembrete vivo e colorido e quão rara a vida genuinamente é.

Em pouco mais de 1h30 de filme Guggenheim e Fox percorrem mais de 60 anos de vida entre recortes de seus mais amados filmes dos anos 80 e 90, álbum de fotos de família e vídeos raros dos bastidores de suas produções. Nos convidando para finalmente entre na casa e na mente de um dos atores mais queridos de Hollywood, Still: A Michael J. Fox Movie é a tão sonhada conversa que sempre quisemos ter com o veterano. Após mais de 20 anos de diagnóstico, projetos filantrópicos que visam ampliar pesquisas científicas para aprimorar o tratamento de Parkinson e excelentes aparições em séries de TV, ele decide se abrir diante do público, para compartilhar com o mundo a experiência que só poderia sair de seus lábios.

E juntos, diretor e ator fazem de Still uma experiência catártica que transcende as telas. Mais do que uma expressão absoluta e completa de quem Michael J. Fox é – para além de seu diagnóstico-, o longa ainda é uma catarse intimista para nós, enquanto audiência. A partir de seus relatos, somos inevitavelmente confrontados a respeito de nossa própria mortalidade e como lidamos com os desafios de estarmos vivos. E conforme percebemos o enorme prazer do astro em transcender sua enorme luta, mais somos encorajados a fazer o mesmo. Encontramos em J. Fox e em sua imensurável luta diária a coragem que muitas vezes não falta.

E o bom-humor nato de Michael J. Fox faz toda a diferença na direção, na montagem e no ritmo do documentário. Guggenheim conseguiu imprimir precisamente a identidade do veterano, que se consagrou como um mestre da comédia através de seu enorme carisma e timing cômico em sua jornada profissional. Do sitcom Caras e Caretas passando pela trilogia de De Volta Para o Futuro e chegando em Spin City, a habilidade de improvisar e aprimorar os roteiros fizeram do ator uma força da natureza em seu ofício. E todo seu talento, habilidades e perspicácia criativa são lindamente evidenciados pelas lentes do diretor. Pautado pelo magnetismo que o ator tem até hoje, ele faz de Still: A Michael J. Fox Movie uma doce, delicada e leve celebração à vida.

Com uma montagem espetacular e dinâmica, o documentário ainda faz uso da técnica de reconstrução de fatos, simulando os principais momentos de J. Fox ao longo dos anos. E o que poderia ser cafona e brega (como muitas vezes é!), aqui se torna uma experiência ainda mais sinestésica e nostálgica. Fazendo um contraponto com uma rica coletânea de cenas dos principais filmes do ator, o longa transforma as simulações atuadas em um conto oitentista – no mesmo estilo daqueles clássicos que marcaram a geração millennial, como Pecados de Guerra, Nova York – Uma Cidade em Delírio e De Volta Para o Futuro.

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E entre takes rápidos de filmes como O Garoto do Futuro, O Segredo do Meu Sucesso e Dr. Hollywood – Uma Receita de Amor, temos essas pequenas cenas feitas sob um filtro granulado e uma estética dos anos 80 que nos passa aquela sensação de acalento, de familiaridade. Ao som da narração de Fox, suas memórias ganham vida diante dos nossos olhos, nos levando em direção a uma deliciosa epifania que mexe com nossos sentidos, mesclada por registros reais e simulados de uma vida que jamais foi estática.

Fazendo ainda uma bela homenagem à Tracy Pollan, atriz e esposa do ator desde meados dos anos 80, Still: A Michael J. Fox Movie conta com uma trilha sonora adaptada que torna toda a experiência ainda mais enérgica e envolvente. E com uma poderosa reflexão sobre vida, família e longevidade, o documentário lançado no Festival de Sundance é uma apaixonante e prazerosa viagem ao passado, que celebra o presente e o legado do ator. E quanto ao futuro? É como o Doc Brown já dizia em De Volta Para o Futuro III: “Seu futuro ainda não está escrito, o de ninguém está. Seu futuro será o que você quiser, então faça dele algo bom”. E Marty McFly parece seguir à risca esse conselho até hoje.

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