sexta-feira, março 29, 2024

Crítica ‘What If…?’ | O mundo controlado dos Vingadores desunidos e suas diversas possibilidades

[ANTES DE COMEÇAR A MATÉRIA, FIQUE CIENTE QUE ELA ESTÁ RECHEADA DE SPOILERS]

Se você ainda não assistiu ao terceiro episódio de What If…?, não leia esta matéria para não receber spoilers.

O novo episódio de What If…? é um verdadeiro deleite para os fãs do MCU. Porque, apesar de ser um Universo Cinematográfico, até meados da Fase Dois, ele foi expandido por algumas histórias em quadrinhos ambientadas nessa realidade que contavam mais detalhes de bastidores sobre o que acontecia entre um filme e outro.

Talvez a mais famosa delas seja a Fury’s Big Week, que chegou ao Brasil como Prelúdio Os Vingadores: O Triunfo de Fury. De qualquer forma, entre os fóruns e comunidades on-line de fãs, essa história acabou ficando mais conhecida como A Grande Semana de Fury.

Essa história se passa na Fase Um, entrelaçando O Incrível Hulk (2008), Homem de Ferro 2 (2010) e Thor (2011), dando pela primeira vez um contexto cronológico para o MCU. Afinal, cada filme foi lançado em um ano diferente, mas a HQ faz questão de frisar que os eventos desses filmes aconteceram no intervalo de uma semana. E quem teve a dor de cabeça de acompanhar eles todos nessa semana agitada? Nick Fury e seus agentes da S.H.I.E.L.D., que acompanharam os eventos, limparam a bagunça e até mesmo influenciaram em certos acontecimentos vistos nos filmes. Tudo isso para viabilizar a criação dos Vingadores e tê-los como a resposta da Terra para ameaças que nenhuma pessoa comum poderia enfrentar.

Outro ponto legal que a HQ trazia era o destino dos vilões. Estivessem mortos ou apenas desaparecidos, os inimigos dos heróis foram levados para a S.H.I.E.L.D., onde foram presos, exumados ou estudados, caso do Abominável, que será visto novamente no filme do Shang-Chi, mas foi visto pela última vez preso em um tubo de estudo da agência especial.

A linha do tempo oficial da Fase Um, incluindo a Grande Semana do Fury.

Dado o contexto, o terceiro episódio da série animada da Marvel é interessante por fazer uma releitura passo a passo desse evento, algo que já havíamos criticado anteriormente, só que de uma forma bastante inesperada. Quer dizer, se o primeiro episódio peca pela previsibilidade, esse aqui foge do comum e mostra Fury lidando com a misteriosa morte dos Vingadores antes mesmo do grupo ser unido. Pelo perfil do espião, esperava-se que ele convocasse um novo grupo de heróis, então é aí que entra o inesperado. O Nick dessa realidade foi a campo para tentar resolver sozinho, perdeu mais agentes e ainda fez alianças com inimigos.

Foi uma condução inesperada e bem interessante de um dos eventos mais importantes para o MCU como o conhecemos hoje.

E como o público já viu os eventos da Fase Três, com o embate contra Thanos (Josh Brolin) e a salvação do universo vinda da Terra, a morte prematura desses heróis causa um impacto muito grande, não só pelo carinho que a audiência criou por eles ao longo da última década, mas também porque permite imaginar como será o futuro dessa realidade.

A reunião dos Vingadores impede o império de Loki, desmantela o esquema de corrupção da S.H.I.E.L.D., cria e destrói o Ultron, destrói Sokovia e por aí vai. E a partir desses eventos, diversas ramificações acontecem. Zemo não perderia sua família em Sokovia, então não se afundaria na busca por vingança contra os heróis e os Supersoldados. Sem as ações de Zemo, T’Chaka estaria vivo e T’Challa não seria o Pantera Negra. Se T’Challa não fosse rei, Wakanda não teria aberto as fronteiras, e o Killmonger também não teria direito de desafiar o trono, já que o antigo rei ainda estaria vivo.

Voltando um pouco mais no tempo, com a dominação diplomática de Loki e Asgard, a Terra não teria sofrido a invasão Chitauri, não teria Batalha de Nova York, a humanidade teria sido escravizada e Thanos não teria a impressão de que enfrentar os humanos é flertar com a morte.

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Ou será que não?

Quer dizer, Loki e Thanos se conhecem depois do Deus da Trapaça supostamente morrer ao final de Thor. Então, o Titã Louco cede uma Joia do Infinito para que ele recupere o Tesseract. Sem ter morrido e fazendo um acordo com a Terra, Loki evitaria esse conflito com Thanos e não traria o exército Chitauri para Nova York, já que ele teria os asgardianos. Alguns exércitos do mundo resistiriam, com certeza. Wakanda tem tecnologia para isso, por exemplo. Talvez os Atlantes também.

Mas o devaneio mais legal que esse episódio traz é imaginar um Universo Cinematográfico Marvel sendo liderado pela Capitã Marvel e pelo Capitão América recém-descongelado. A Carol poderia resolver os problemas sozinha, sem dúvidas, então onde eles encaixariam o Steve? Um consultor tático? Um agente secreto? Ou ele seria novamente um herói, agora focado em auxiliar a Capitã?

Será que os conflitos seriam tão grandes como foram nos filmes? Será que teria uma Guerra Civil entre Steve e Carol? Será que eles seriam uma dupla incrível? São muitas possibilidades.

Deixando os devaneios de lado, o episódio adapta também uma versão odiada dos quadrinhos de um personagem que foi suavizado nas telonas: Hank Pym (Michael Douglas). Na trama, após a Hope morrer como agente da S.H.I.E.L.D., Hank perde o controle, volta a trabalhar no seu traje de Homem-Formiga e se torna o Jaqueta Amarela.

Sedento por vingança, ele aproveita sua vantagem tática de ser um soldado do tamanho de uma bala para entrar no corpo dos heróis e destruí-los por dentro. É um mistério trabalhado de forma divertida, que explora uma ameaça até então inédita no MCU.

Enfim, é um episódio que pode ser morno para quem já leu a HQ, mas para quem está tendo contato com esses “bastidores” pela primeira vez, provavelmente foi um capítulo incrível. No entanto, o maior mérito dele está justamente no poder da sugestão, naquilo que não é mostrado, na capacidade de deixar o público fantasiando o futuro desse universo e pensando “no que aconteceria se…”.

Os novos episódios de What If…? estreiam no Disney+ toda quarta-feira.

 

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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