domingo , 17 novembro , 2024

De ‘Meu Pai’ a ‘Diário de Uma Paixão’ | 6 Filmes Comoventes sobre Alzheimer

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Indicados ao Oscar por interpretações acachapantes e roteiros comoventes, os filmes sobre o Alzheimer colocam em evidência uma doença devastadora e o sofrimento para todos os envolvidos. Com atuações maravilhosas de Anthony Hopkins e Olivia Colman, Meu Pai conquistou seis indicações ao Oscar 2021 e nos lembrou como a doença já foi representada no audiovisual. Por isso, o CinePOP separou uma lista de seis filmes emocionantes dos últimos 20 anos sobre o assunto. 

Vale lembrar que as demências, como o Alzheimer, afetam profundamente a capacidade de uma vida normal. A explicação científica é que algumas placas se acumulam em torno das células cerebrais e causam a morte celular. Assim, essas lesões ocasionam distúrbios neurocognitivos e o sintoma mais comum é a redução na memória. Uma maneira de aumentar a empatia ao redor do tema é assistir às performances de admiráveis atores a iluminar as agruras da doença. 

Meu Pai (The Father, 2020)



Desencadeador dessa lista, Meu Pai promete conceder o segundo Oscar da carreira de Anthony Hopkins, 30 anos após a vitória na categoria no visceral O Silêncio dos Inocentes (1991). Apenas pela interpretação do veterano, Meu Pai já é uma obra que merece ser vista, compreendida e revisitada. É devastador sentir a confusão, a frustração e o vazio que os lapsos de memória causam Anthony (Hopkins) e a desilusão da sua filha Anne (Olivia Colman). O roteiro e a direção do francês Florian Zeller são atordoantes e nos faz sentir como o protagonista em busca de um refúgio lógico. 

Para Sempre Alice (Still Alice, 2015)

Baseado no romance da neurocientista Lisa Genova, Para Sempre Alice mergulha no drama da linguista Alice (Julianne Moore) ao descobrir a doença degenerativa. A interpretação contundente e emocionante de Julianne Moore lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz. O espectador acompanha a preparação dela e de seus familiares para lidar com a doença, ainda mais que sua principal ferramenta de trabalho é a memória. Destaca-se uma angustiante cena em que Alice descobre um vídeo dela para si mesma com recomendações para se matar, caso não se lembrasse mais da gravação. De forma corajosa, ela segue as próprias instruções, mas a cada tentativa ela perde o fio da meada. 

Nebraska (2013)

Não deixe de assistir:

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O filme de Alexander Payne recebeu seis indicações ao Oscar. As performances de Bruce Dern e June Squibb ganharam merecidas indicações também ao Globo de Ouro e ao Bafta. Além dos atores, a fotografia em preto e branco e o roteiro são elementos marcantes neste road movie entre pai (Bruce Dern) e filho (Will Forte) da cidade Billings, em Montana, até Lincoln, no Nebraska. Isso porque o quase octogenário Woody (Dern) acredita veementemente ter ganhado um grande prêmio em dinheiro e precisa ir buscá-lo. A confusão entre a realidade e as suas ideias é a abordagem mais tocante do filme. Assim, Payne fala do Alzheimer em seu ponto inicial, o da desorientação dos pensamentos.

Rugas (Arrugas, 2011)

Premiado no Festival de Annecy – o maior evento de animação do mundo – Rugas é uma coprodução espanhola e estadunidense baseada no laureado comic book de Paco RocaA animação retrata a amizade entre Emílio e Miguel, dois senhores idosos confinados numa casa de repouso. Em fase inicial de Alzheimer, o recém-chegado Emílio é ajudado por seus companheiros a evitar o temido “andar de cima” do asilo, também conhecido como o local das “causas perdidas”. Com humor e ternura, os colegas injetam aventuras ao cotidiano tedioso. Para eles, o lema é enxergar essa vida [com Alzheimer] como um novo começo, embora outros pensem que estejam perto do fim. É triste, mas também fascinante. 

Longe Dela (Away From Her, 2007)

Com grande sensibilidade Sarah Polley (Entre o Amor e a Paixão) trouxe às telas o conto da ganhadora do Nobel de Literatura Alice Munro. Em Longe Dela, Grant Anderson (Gordon Pinsent) sofre com a institucionalização de sua esposa Fiona (Julie Christie) por conta da doença de Alzheimer. Ela parece aceitar mais facilmente o seu destino, enquanto o marido lida com o dilema de perder o afeto da sua amada para outro homem: um cadeirante mudo e paciente do asilo. Com uma nomeação ao Oscar e a conquista do Globo de Ouro, a performance de Julie Christie fica marcada pela inocência dos seus sentimentos incompreendidos pelos olhares alheios. 

Diário de Uma Paixão (The Notebook, 2004)

Amado por uns e detestado por outros, Diário de Uma Paixão é um filme de romance marcante, seja pela apresentação dos jovens Rachel McAdams (Eurovision) e Ryan Gosling (O Primeiro Homem), seja pela emoção do casal de idosos vividos por James Garner (falecido em 2014) e Gena Rowland (Uma Mulher Sob Influência), dirigida pelo seu filho Nick Cassavetes (Mulheres ao Ataque). Sem grandes premiações, o chamariz do filme é ser uma adaptação do escritor Nicholas Sparks. A história de Diário de Uma Paixão é simples, mas é difícil manter-se impassível. Em uma casa de repouso, o residente Duke (Garner) lê para uma senhora que sofre de Alzheimer um romance da década de 1930. No livro, a rica Allie Hamilton (McAdams), de 17 anos, passa as férias de verão em Seabrook, onde conhece o trabalhador local, Noah Calhoun (Gosling), e eles logo se apaixonam.

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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Vale lembrar que as demências, como o Alzheimer, afetam profundamente a capacidade de uma vida normal. A explicação científica é que algumas placas se acumulam em torno das células cerebrais e causam a morte celular. Assim, essas lesões ocasionam distúrbios neurocognitivos e o sintoma mais comum é a redução na memória. Uma maneira de aumentar a empatia ao redor do tema é assistir às performances de admiráveis atores a iluminar as agruras da doença. 

Meu Pai (The Father, 2020)

Desencadeador dessa lista, Meu Pai promete conceder o segundo Oscar da carreira de Anthony Hopkins, 30 anos após a vitória na categoria no visceral O Silêncio dos Inocentes (1991). Apenas pela interpretação do veterano, Meu Pai já é uma obra que merece ser vista, compreendida e revisitada. É devastador sentir a confusão, a frustração e o vazio que os lapsos de memória causam Anthony (Hopkins) e a desilusão da sua filha Anne (Olivia Colman). O roteiro e a direção do francês Florian Zeller são atordoantes e nos faz sentir como o protagonista em busca de um refúgio lógico. 

Para Sempre Alice (Still Alice, 2015)

Baseado no romance da neurocientista Lisa Genova, Para Sempre Alice mergulha no drama da linguista Alice (Julianne Moore) ao descobrir a doença degenerativa. A interpretação contundente e emocionante de Julianne Moore lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz. O espectador acompanha a preparação dela e de seus familiares para lidar com a doença, ainda mais que sua principal ferramenta de trabalho é a memória. Destaca-se uma angustiante cena em que Alice descobre um vídeo dela para si mesma com recomendações para se matar, caso não se lembrasse mais da gravação. De forma corajosa, ela segue as próprias instruções, mas a cada tentativa ela perde o fio da meada. 

Nebraska (2013)

O filme de Alexander Payne recebeu seis indicações ao Oscar. As performances de Bruce Dern e June Squibb ganharam merecidas indicações também ao Globo de Ouro e ao Bafta. Além dos atores, a fotografia em preto e branco e o roteiro são elementos marcantes neste road movie entre pai (Bruce Dern) e filho (Will Forte) da cidade Billings, em Montana, até Lincoln, no Nebraska. Isso porque o quase octogenário Woody (Dern) acredita veementemente ter ganhado um grande prêmio em dinheiro e precisa ir buscá-lo. A confusão entre a realidade e as suas ideias é a abordagem mais tocante do filme. Assim, Payne fala do Alzheimer em seu ponto inicial, o da desorientação dos pensamentos.

Rugas (Arrugas, 2011)

Premiado no Festival de Annecy – o maior evento de animação do mundo – Rugas é uma coprodução espanhola e estadunidense baseada no laureado comic book de Paco RocaA animação retrata a amizade entre Emílio e Miguel, dois senhores idosos confinados numa casa de repouso. Em fase inicial de Alzheimer, o recém-chegado Emílio é ajudado por seus companheiros a evitar o temido “andar de cima” do asilo, também conhecido como o local das “causas perdidas”. Com humor e ternura, os colegas injetam aventuras ao cotidiano tedioso. Para eles, o lema é enxergar essa vida [com Alzheimer] como um novo começo, embora outros pensem que estejam perto do fim. É triste, mas também fascinante. 

Longe Dela (Away From Her, 2007)

Com grande sensibilidade Sarah Polley (Entre o Amor e a Paixão) trouxe às telas o conto da ganhadora do Nobel de Literatura Alice Munro. Em Longe Dela, Grant Anderson (Gordon Pinsent) sofre com a institucionalização de sua esposa Fiona (Julie Christie) por conta da doença de Alzheimer. Ela parece aceitar mais facilmente o seu destino, enquanto o marido lida com o dilema de perder o afeto da sua amada para outro homem: um cadeirante mudo e paciente do asilo. Com uma nomeação ao Oscar e a conquista do Globo de Ouro, a performance de Julie Christie fica marcada pela inocência dos seus sentimentos incompreendidos pelos olhares alheios. 

Diário de Uma Paixão (The Notebook, 2004)

Amado por uns e detestado por outros, Diário de Uma Paixão é um filme de romance marcante, seja pela apresentação dos jovens Rachel McAdams (Eurovision) e Ryan Gosling (O Primeiro Homem), seja pela emoção do casal de idosos vividos por James Garner (falecido em 2014) e Gena Rowland (Uma Mulher Sob Influência), dirigida pelo seu filho Nick Cassavetes (Mulheres ao Ataque). Sem grandes premiações, o chamariz do filme é ser uma adaptação do escritor Nicholas Sparks. A história de Diário de Uma Paixão é simples, mas é difícil manter-se impassível. Em uma casa de repouso, o residente Duke (Garner) lê para uma senhora que sofre de Alzheimer um romance da década de 1930. No livro, a rica Allie Hamilton (McAdams), de 17 anos, passa as férias de verão em Seabrook, onde conhece o trabalhador local, Noah Calhoun (Gosling), e eles logo se apaixonam.

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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