sábado , 14 dezembro , 2024

E aí, querido cinéfilo?! – Nossa Coluna de Entrevista | Parte 36: Paulo Fontenelle

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Nessa vida temos encontros e desencontros. A internet veio para bagunçar isso tudo e para quem é esperto conseguir se aproximar de ídolos ou apaixonados por cinema que nunca teria a chance de conhecer os pensamentos se a distância entre os dois pontos não existisse, como é agora no planeta internet. Dividir curiosidades sobre o gosto cinéfilo é um grande exercício que todos nós cinéfilos adoramos descobrir. Esse especial chega exatamente para apresentar universos diferentes do seu mas sempre com um grande amor ao cinema como o seu.

Produtor, roteirista e diretor. Paulo Fontenelle tem uma vasta carreira no audiovisual brasileiro. Grande cinéfilo, já dirigiu documentário, filme de suspense, comédia, além de seriados, um inclusive rodado dentro de um cinema. Sempre tranquilo e bom de papo, o nosso convidado de hoje tem muita coisa boa para nos contar. Uma grande honra ter o Paulo aqui nesse nosso especial.



1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação?

Detalhe o porquê da escolha. Artplex. Porque tem uma programação variada, tantos com filmes de arte quanto com filmes comerciais.

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

 E.T. – O extraterrestre.

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Difícil nomear um diretor favorito, pois eu sou um cara que gosto dos mais variados gêneros. Vou desde Terrence Malick até SpielbergKubrick, Bunel, Coppola, George Lucas, Tornatore, Hitchcock, Capra, Chaplin, Kusturica, Sabu, Wong Kar Wai, Park Chan-Wook, John Hughes, Bergman, Blake Edwards. A lista segue imensa, não tenho como nomear um diretor só.

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê? 

Sou péssimo nessa questão de filmes favoritos. Não tenho aquele filme que me marcou acima de todos os outros. Penso em vários, temos vários filmes brasileiros geniais.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser cinéfilo sempre foi gostar de ver muitos filmes, dos mais variados gêneros e formatos, mas hoje também adoro séries. Então acho que o termo tomou um significado maior, em relação ao audiovisual como um todo.

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

De cinema em si, não. Mas com certeza por pessoas que entendem do business cinema e do que tem mais chance de retorno de bilheteria. Entendo que o foco das salas de cinema é (e precisa ser) esse, o de vender ingresso, mas as vezes sinto falta de um risco maior, principalmente por filmes brasileiros.

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não. Cinema é um ritual. É algo que você faz com seus filhos no final de semana. Cinema não é só ver filmes, é sair de casa, comprar o ingresso, a pipoca, o lanche. Meus filhos farão com os deles e assim por diante. É eterno.

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Tem um milhão de filmes desconhecidos que nem entram em listas cults. Mas o que me vem a cabeça imediatamente e que acho que quase ninguém viu é o Postman Blues do Sabu.

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Acho que sim. Com higienização e distanciamento entre os espectadores, mas acho difícil as pessoas irem ao cinema antes da vacina.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acho que está melhorando, mas ainda temos muito a crescer. O problema do cinema brasileiro é cultural, de formação mesmo. O grande problema é que as referências de nossos profissionais são novelas e teatro, porque isso foi o mais forte no Brasil por muitos anos. Agora está mudando, mas as séries estão ganhando mais força do que os longas. Eu fui professor em uma universidade de cinema e senti na pele o complicado dessa formação. Além do que, temos poucas oportunidades para os jovens que estão começando. Mas acho que de uns anos pra cá temos melhorado muito em qualidade técnica e produzido muita coisa legal.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Engraçado que eu não tenho essa cultura da idolatria. E então não tem ninguém que eu não perca um filme. Mas tem sempre os que chamam mais sua atenção.

12) Defina cinema com uma frase: 

A melhor terapia de todas.

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

Engraçado. Estou aqui tentando lembrar de uma história, mas tá difícil. Quando vou ao cinema não me ligo muito no universo a minha volta. Desligo mesmo. O que é ótimo. Claro que já vi bebês chorando, pessoas que não calam a boca, brigas por causa de celular e porque pessoas insistem em chutar nossas cadeiras, mas nada muito fora do comum. Um amigo me contou sobre dois caras que chegaram as vias de fato por causa disso e as namoradas, ao invés de apartar, acabaram brigando também, mas eu não estava nessa sessão. Uma história triste e desesperadora (Rs) foi quando eu fui ver Vingadores: Guerra infinita. Eu fui sozinho e fiz questão de ir numa segunda de tarde, pra pegar o cinema vazio. Na bombonière tinha uma promoção de coca-cola 500ml, como o filme era longo, acabei comprando. O problema foi que coca-cola associada ao ar condicionado super frio (por conta do cinema vazio) é o maior diurético do mundo. A vontade insuportável de fazer xixi demorou, mas surgiu assim que o Thanos chegou em Wakanda. O problema é que ainda teve uns 20 minutos de filme. Levantei rapidamente depois que ele estalou o dedo, mas lembrei da cena pós créditos e sentei de novo. Acho que foram os maiores créditos de filme da minha vida e talvez um dos xixis mais aliviadores. Kkkkkkkkkk

 

14) Defina ‘Cinderela Baiana’ em poucas palavras…

Coisas que só o cinema permite que aconteçam.

15) Você é cineasta. Qual dica você daria para os jovens que sonham em ser diretor de cinema? O mercado audiovisual no Brasil é muito complicado?

Eu não mentiria. Nosso mercado é muito complicado mesmo. Pra fazer cinema no Brasil você precisa ter muita certeza do que quer. E então se for realmente o que você deseja, o primeiro conselho é ver filmes, ver making ofs, se informar o máximo que você possa sobre técnicas e sobre teoria. E então procure participar de produções, fazer assistências, trabalhar com pessoas legais. E seja sempre humilde. Não, você não sabe mais do que as pessoas que já fazem isso há anos só porque você viu mil filmes e tem um bom gosto cinematográfico. Seja humilde, escute as pessoas, aprenda. Seu maior erro será sempre o seu ego. Ele vai te fechar portas, te afastar de pessoas legais. Meu principal conselho é a humildade.

16) Você tá com um filme fraquinho aí pra ser lançado, um documentário sobre a banda Blitz. Nos fale como teve a ideia desse projeto.

Na verdade o documentário da BLITZ não foi uma ideia minha, foi um convite da produtora Vira Lata, através do produtor Gabriel Correa e Castro. O editor Bruno Miod estava dando aulas de finalcut para o Evandro Mesquita e teve a ideia do filme. Eu estava escrevendo o roteiro do documentário do Palace 2 para a Vira Lata na época, já conhecia o Gabriel há muito tempo e ele conhecia o meu trabalho como documentarista, então rolou o convite. E foi uma experiência incrível, não só fazer o filme em si, mas a parceria com o Gabriel e toda a equipe. Tanto que já temos outros projetos juntos em desenvolvimento. A história da BLITZ é única. A maior parte das pessoas só conhece a banda, as músicas, mas não tem ideia da revolução que ela causou na música brasileira, Não tem noção de que, se não fosse a Blitz, talvez não tivesse acontecido o Rock BR, que veio logo depois e revelou tantas bandas que nós amamos. Fora isso, quando eu faço um documentário me envolvo muito com meus documentados. É natural que criemos uma relação, porque eu acabo entrando na intimidade de suas vidas. Pode me aproximar de pessoas de quem fui fã quando criança foi demais. A Blitz foi a união de vários gênios da música, do teatro, do design e do audiovisual.  São tantos nomes que eu nem tenho como listar aqui sem deixar ninguém de fora.

 

17) Qual o pior filme que você viu na vida?

Já vi muitos filmes ruins, mas o que me marcou ultimamente como uma das piores coisas que já vi (senão a pior) foi o final de uma série chamada Transparent. Eles fizeram um episódio longa-metragem de duas horas de duração para encerrar a série, pois tiveram problema com o elenco. É horroroso. A série mistura, em suas temporadas, drama, comédia, conteúdo forte. Esse longa final é um musical idiota e o pior é que não respeita nada o que vimos do desenvolvimento dos personagens durante 4 ou 5 temporadas. Pra você ter uma ideia, uma mulher, que vimos como um rabina judaica om problemas de relacionamento, mas uma pessoa normal, começa a dançar do nada, vestida de sado masoquista e o pior, ela faz parte de um “clube” para meninas que ficaram menstruadas. É realmente o pior de todos, indescritível.

18) Você foi o diretor de um seriado que se passa em um cinema. Você pode falar mais sobre esse projeto e quando lança?

Sim. Coincidentemente acabei de trabalhar em dois produtos audiovisuais que tem relação direta com salas de cinema. A série Cinema Café e um filme de terror. A série conta a história de um casal de amigos que investem num cinema de rua e o transformam num multiplex. Ela é focada em filmes comerciais, que façam bilheteria, pois precisa pagar o investimento e fazer a roda girar. Ele é apaixonado por filmes de arte. A guerra dos sexos é inevitável. Cinema Café é uma comédia com grande elenco. Paloma Duarte, Bruno Ferrari, Aline Riscado, Camilo Bevilaqua, Juliana Silveira, Heitor Martinez, Alexandre Lino, Saulo Rodrigues, Rosane Gofman, entre vários outros. Está praticamente pronta, mas o lançamento depende do canal exibidor. Com a pandemia tudo foi adiado e os prazos estendidos. A série foi toda filmada no cinema Reserva Cultural em Niterói, uma locação maravilhosa que, além de ser uma obra de Oscar Niemeyer, ainda por cima tem uma vista linda da Baia de Guanabara.

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E aí, querido cinéfilo?! – Nossa Coluna de Entrevista | Parte 36: Paulo Fontenelle

Nessa vida temos encontros e desencontros. A internet veio para bagunçar isso tudo e para quem é esperto conseguir se aproximar de ídolos ou apaixonados por cinema que nunca teria a chance de conhecer os pensamentos se a distância entre os dois pontos não existisse, como é agora no planeta internet. Dividir curiosidades sobre o gosto cinéfilo é um grande exercício que todos nós cinéfilos adoramos descobrir. Esse especial chega exatamente para apresentar universos diferentes do seu mas sempre com um grande amor ao cinema como o seu.

Produtor, roteirista e diretor. Paulo Fontenelle tem uma vasta carreira no audiovisual brasileiro. Grande cinéfilo, já dirigiu documentário, filme de suspense, comédia, além de seriados, um inclusive rodado dentro de um cinema. Sempre tranquilo e bom de papo, o nosso convidado de hoje tem muita coisa boa para nos contar. Uma grande honra ter o Paulo aqui nesse nosso especial.

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação?

Detalhe o porquê da escolha. Artplex. Porque tem uma programação variada, tantos com filmes de arte quanto com filmes comerciais.

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

 E.T. – O extraterrestre.

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Difícil nomear um diretor favorito, pois eu sou um cara que gosto dos mais variados gêneros. Vou desde Terrence Malick até SpielbergKubrick, Bunel, Coppola, George Lucas, Tornatore, Hitchcock, Capra, Chaplin, Kusturica, Sabu, Wong Kar Wai, Park Chan-Wook, John Hughes, Bergman, Blake Edwards. A lista segue imensa, não tenho como nomear um diretor só.

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê? 

Sou péssimo nessa questão de filmes favoritos. Não tenho aquele filme que me marcou acima de todos os outros. Penso em vários, temos vários filmes brasileiros geniais.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser cinéfilo sempre foi gostar de ver muitos filmes, dos mais variados gêneros e formatos, mas hoje também adoro séries. Então acho que o termo tomou um significado maior, em relação ao audiovisual como um todo.

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

De cinema em si, não. Mas com certeza por pessoas que entendem do business cinema e do que tem mais chance de retorno de bilheteria. Entendo que o foco das salas de cinema é (e precisa ser) esse, o de vender ingresso, mas as vezes sinto falta de um risco maior, principalmente por filmes brasileiros.

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não. Cinema é um ritual. É algo que você faz com seus filhos no final de semana. Cinema não é só ver filmes, é sair de casa, comprar o ingresso, a pipoca, o lanche. Meus filhos farão com os deles e assim por diante. É eterno.

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Tem um milhão de filmes desconhecidos que nem entram em listas cults. Mas o que me vem a cabeça imediatamente e que acho que quase ninguém viu é o Postman Blues do Sabu.

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Acho que sim. Com higienização e distanciamento entre os espectadores, mas acho difícil as pessoas irem ao cinema antes da vacina.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acho que está melhorando, mas ainda temos muito a crescer. O problema do cinema brasileiro é cultural, de formação mesmo. O grande problema é que as referências de nossos profissionais são novelas e teatro, porque isso foi o mais forte no Brasil por muitos anos. Agora está mudando, mas as séries estão ganhando mais força do que os longas. Eu fui professor em uma universidade de cinema e senti na pele o complicado dessa formação. Além do que, temos poucas oportunidades para os jovens que estão começando. Mas acho que de uns anos pra cá temos melhorado muito em qualidade técnica e produzido muita coisa legal.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Engraçado que eu não tenho essa cultura da idolatria. E então não tem ninguém que eu não perca um filme. Mas tem sempre os que chamam mais sua atenção.

12) Defina cinema com uma frase: 

A melhor terapia de todas.

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

Engraçado. Estou aqui tentando lembrar de uma história, mas tá difícil. Quando vou ao cinema não me ligo muito no universo a minha volta. Desligo mesmo. O que é ótimo. Claro que já vi bebês chorando, pessoas que não calam a boca, brigas por causa de celular e porque pessoas insistem em chutar nossas cadeiras, mas nada muito fora do comum. Um amigo me contou sobre dois caras que chegaram as vias de fato por causa disso e as namoradas, ao invés de apartar, acabaram brigando também, mas eu não estava nessa sessão. Uma história triste e desesperadora (Rs) foi quando eu fui ver Vingadores: Guerra infinita. Eu fui sozinho e fiz questão de ir numa segunda de tarde, pra pegar o cinema vazio. Na bombonière tinha uma promoção de coca-cola 500ml, como o filme era longo, acabei comprando. O problema foi que coca-cola associada ao ar condicionado super frio (por conta do cinema vazio) é o maior diurético do mundo. A vontade insuportável de fazer xixi demorou, mas surgiu assim que o Thanos chegou em Wakanda. O problema é que ainda teve uns 20 minutos de filme. Levantei rapidamente depois que ele estalou o dedo, mas lembrei da cena pós créditos e sentei de novo. Acho que foram os maiores créditos de filme da minha vida e talvez um dos xixis mais aliviadores. Kkkkkkkkkk

 

14) Defina ‘Cinderela Baiana’ em poucas palavras…

Coisas que só o cinema permite que aconteçam.

15) Você é cineasta. Qual dica você daria para os jovens que sonham em ser diretor de cinema? O mercado audiovisual no Brasil é muito complicado?

Eu não mentiria. Nosso mercado é muito complicado mesmo. Pra fazer cinema no Brasil você precisa ter muita certeza do que quer. E então se for realmente o que você deseja, o primeiro conselho é ver filmes, ver making ofs, se informar o máximo que você possa sobre técnicas e sobre teoria. E então procure participar de produções, fazer assistências, trabalhar com pessoas legais. E seja sempre humilde. Não, você não sabe mais do que as pessoas que já fazem isso há anos só porque você viu mil filmes e tem um bom gosto cinematográfico. Seja humilde, escute as pessoas, aprenda. Seu maior erro será sempre o seu ego. Ele vai te fechar portas, te afastar de pessoas legais. Meu principal conselho é a humildade.

16) Você tá com um filme fraquinho aí pra ser lançado, um documentário sobre a banda Blitz. Nos fale como teve a ideia desse projeto.

Na verdade o documentário da BLITZ não foi uma ideia minha, foi um convite da produtora Vira Lata, através do produtor Gabriel Correa e Castro. O editor Bruno Miod estava dando aulas de finalcut para o Evandro Mesquita e teve a ideia do filme. Eu estava escrevendo o roteiro do documentário do Palace 2 para a Vira Lata na época, já conhecia o Gabriel há muito tempo e ele conhecia o meu trabalho como documentarista, então rolou o convite. E foi uma experiência incrível, não só fazer o filme em si, mas a parceria com o Gabriel e toda a equipe. Tanto que já temos outros projetos juntos em desenvolvimento. A história da BLITZ é única. A maior parte das pessoas só conhece a banda, as músicas, mas não tem ideia da revolução que ela causou na música brasileira, Não tem noção de que, se não fosse a Blitz, talvez não tivesse acontecido o Rock BR, que veio logo depois e revelou tantas bandas que nós amamos. Fora isso, quando eu faço um documentário me envolvo muito com meus documentados. É natural que criemos uma relação, porque eu acabo entrando na intimidade de suas vidas. Pode me aproximar de pessoas de quem fui fã quando criança foi demais. A Blitz foi a união de vários gênios da música, do teatro, do design e do audiovisual.  São tantos nomes que eu nem tenho como listar aqui sem deixar ninguém de fora.

 

17) Qual o pior filme que você viu na vida?

Já vi muitos filmes ruins, mas o que me marcou ultimamente como uma das piores coisas que já vi (senão a pior) foi o final de uma série chamada Transparent. Eles fizeram um episódio longa-metragem de duas horas de duração para encerrar a série, pois tiveram problema com o elenco. É horroroso. A série mistura, em suas temporadas, drama, comédia, conteúdo forte. Esse longa final é um musical idiota e o pior é que não respeita nada o que vimos do desenvolvimento dos personagens durante 4 ou 5 temporadas. Pra você ter uma ideia, uma mulher, que vimos como um rabina judaica om problemas de relacionamento, mas uma pessoa normal, começa a dançar do nada, vestida de sado masoquista e o pior, ela faz parte de um “clube” para meninas que ficaram menstruadas. É realmente o pior de todos, indescritível.

18) Você foi o diretor de um seriado que se passa em um cinema. Você pode falar mais sobre esse projeto e quando lança?

Sim. Coincidentemente acabei de trabalhar em dois produtos audiovisuais que tem relação direta com salas de cinema. A série Cinema Café e um filme de terror. A série conta a história de um casal de amigos que investem num cinema de rua e o transformam num multiplex. Ela é focada em filmes comerciais, que façam bilheteria, pois precisa pagar o investimento e fazer a roda girar. Ele é apaixonado por filmes de arte. A guerra dos sexos é inevitável. Cinema Café é uma comédia com grande elenco. Paloma Duarte, Bruno Ferrari, Aline Riscado, Camilo Bevilaqua, Juliana Silveira, Heitor Martinez, Alexandre Lino, Saulo Rodrigues, Rosane Gofman, entre vários outros. Está praticamente pronta, mas o lançamento depende do canal exibidor. Com a pandemia tudo foi adiado e os prazos estendidos. A série foi toda filmada no cinema Reserva Cultural em Niterói, uma locação maravilhosa que, além de ser uma obra de Oscar Niemeyer, ainda por cima tem uma vista linda da Baia de Guanabara.

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