terça-feira , 5 novembro , 2024

Fique de Olho – Tudo que Você deve Saber Sobre o Festival de Berlim 2023

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Ao lado do Festival de Cannes, Toronto (TIFF) e Veneza, a Berlinale  —  mais conhecida por aqui como Festival de Berlim — é um dos quatro maiores eventos de cinema no mundo. A partir desses festivais, conhecemos as sensações do ano cinematográfico queridinhas das premiações, público e crítica. 

Pela primeira vez, o CinePOP vai realizar a cobertura do Festival de Berlim in loco, isto é, estaremos presente no primeiro grande evento cinematográfico de 2023. Com objetivo de deixar os nossos leitores por dentro do que ocorre nesta edição, vamos pincelar alguns dos destaques da 73ª Berlinale, realizada entre 16 e 26 de fevereiro

Ao final desses 11 dias, vamos conhecer os ganhadores dos Ursos de Ouro, Prata, Cristal, Teddy e outras menções. Vale lembrar que os ídolos nacionais Central do Brasil (1998), de Walter Salles, e Tropa de Elite (2007), de José Padilha, foram apresentados ao mundo e premiados neste festival, 25 e 16 anos atrás, respectivamente.  

Presidente do Júri – Kristen Stewart

Assim como o Festival de Cannes e Veneza, a Berlinale premia a sua seleção competitiva com um prêmio máximo — o Urso de Ouro e os de Prata. Os votantes são um júri de profissionais da sétima arte regido por um presidente, responsável por estabelecer o verídico dos membros. Este ano, a presidenta é a atriz Kristen Stewart

Em 15 anos, atriz estadunidense passou de ídolo teen da saga Crepúsculo (2008-2012) a uma das atrizes mais requisitadas de Hollywood. Nomeada ao Oscar ano passado por Spencer (2021), aos 32 anos, ela é um nome popular, jovem e pretende trazer um frescor para a competição. 

Para escolher o melhor filme e atuações entre os 19 títulos participantes, Kristen terá ao seu lado a atriz Golshifteh Farahani (Irã/França), a diretora e roteirista Valeska Grisebach (Alemanha), a diretora e produtora de elenco Francine Maisler (EUA), e o diretor e produtor Johnnie To (Hong Kong, China). Além deles, os ganhadores do Urso de Ouro 2021 e 2022, compõem o elenco: o diretor e roteirista Radu Jude (Romênia) com Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental; e a diretora e roteirista Carla Simón (Espanha), com Alcarràs.. 

Em 2022, o presidente do júri foi M. Night Shyamalan (Batem à Porta).

Homenageado do Ano – Steven Spielberg

THE OSCARS® – The 92nd Oscars®

O diretor, produtor e roteirista Steven Spielberg será homenageado pelo conjunto de sua obra com um Urso de Ouro Honorário. A seção Homage vai exibir seu último filme, Os Fabelmans, indicado a sete categorias do Oscar este ano. Outros sete títulos da sua grande carreira serão apresentados durante o festival, como Tubarão (1985) e Munich (2005). 

Vale ressaltar que o diretor já possui dois Oscars de direção, por O Resgate do Soldado Ryan (1998) e A Lista de Schindler (1993), este último presente na seção Homage.

Em 2022, a homenageada foi Isabelle Huppert (Sra. Harris vai a Paris).

Filme de Abertura – She Came to Me

Peter Dinklage em She Came To Me.

A comédia romântica da diretora e roteirista Rebecca Miller, She Came to Me (na tradução livre Ela Veio a Mim), abre a 73ª edição do festival na noite de 16 de fevereiro de 2023. Fora da competição oficial, o filme será exibido na mostra Berlinale Special Gala com um grande elenco: Peter Dinklage, Marisa Tomei, Joanna Kulig, Brian d’Arcy James e Anne Hathaway.

She Came to Me é sobre o amor em todas as suas formas e une histórias diversas na movimentada cidade de Nova York. Na trama, o compositor Steven Lauddem (Peter Dinklage) vive um bloqueio criativo e sente-se incapaz de terminar a trilha sonora de sua grande ópera de retorno. Aconselhado pela sua esposa Patrícia (Anne Hathaway), ele sai em busca de inspiração. Desse modo, ele descobre muito mais do que imaginava por meio de aventura noturna.

Rebecca Miller já participou da Berlinale na competição oficial, em 2009, com o filme A Vida Íntima de Pippa Lee e, em 2016, na mostra Panorama, com o título Maggie Tem um Plano. Em 2022, o filme de abertura foi a co-produção franco-belga Peter von Kant, de François Ozon

Competição Oficial – Urso de Ouro 

Quem sucederá Alcarràs de Carla Simón, ganhadora do Urso de Ouro no ano passado? Este ano, 19 títulos disputam a atenção dos membros. Entre os competidores, seis produções são realizadas por mulheres e, no total, originárias de 19 países. 

Outro destaque é a presença de seis co-produções francesas, uma delas do renomado diretor Philippe Garrel (Amantes Constantes, 2005). Ressalta-se também a seleção do anime japonês Suzume no Tojimari, de Makoto Shinkai, conhecido por Your Name. (2016), sucesso das bilheterias japonesas com 19,4 milhões de entradas no país. Outra animação na competição é a chinesa Art College 1994, de Liu Jian

Suzume no Tojimari, de Makoto Shinkai

Infelizmente, o Brasil não tem um representante na linha de frente, mas o país está representado com seis obras em outras mostras. Vamos dedicar um artigo especial às obras nacionais no festival, em breve.

Os títulos em competição são: 

  • 20 000 Species of Bees, de Estibaliz Urresola Solaguren (Espanha);
  • Art College 1994, de Liu Jian (China);
  • The Shadowless Tower, de Zhang Lu (China);
  • Till the End of the Night, de Christoph Hochläusler (Alemanha);
  • BlackBerry, de Matt Johnson (Canadá);
  • Disco Boy, de Giacomo Abbruzzese (França/Itália/Bélgica/Polônia);
  • Le Grand Chariot (The Plough), de Philippe Garrel (França/Suíça);
  • Ingeborg Bachmann – Journey into the Desert, de Margarethe von Trotta (Suíça/ Áustria/Alemanha/Luxemburgo);
  • Someday We’ll Tell Each Other Everything, de Emily Atef (Alemanha);
  • Limbo, de Ivan Sen (Austrália);
  • Mal Viver, de João Canijo (Portugal/França);
  • Manodrome, de John Trengove (Reino Unido);
  • Music, de Angela Schanelec (Alemanha/França/Sérvia);
  • Past Lives, de Céline Song (EUA);
  • Afire (Roter Himmel), de Christian Petzold (Alemanha);
  • On the Adamant (Sur l’Adamant), de Nicolas Philibert (França/Japão);
  • The Survival of Kindness, de Rolf de Heer (Austrália);
  • Suzume no Tojimari, de Makoto Shinkai (Japão);
  • Tótem, de Lila Avilés (México/Dinamarca/França);

Destaque – Berlinale Special Gala

Imagem do documentário Love to Love You, Donna Summer

Para não alongar tanto este artigo, vamos citar alguns filmes em estreia na seção de Gala do Festival de Berlim. Três títulos chamam atenção pelo seu teor político, biográfico e histórico. Começamos pelo político:

Superpower (na tradução livre, Superpotência) é a crônica de um projeto cinematográfico, que transformou-se em algo muito mais significativo. Após um ano da invasão russa na Ucrânia, o filme dirigido por Sean Penn (Flag Day) e Aaron Kaufman mostra as condições difíceis da região em um documentário sobre o atual testemunho da crueldade da guerra. 

Já no quesito biográfico, o documentário Love to Love You, Donna Summer, do diretor vencedor do Oscar — por Music by Prudence (2010) — Roger Ross Williams e Brooklyn Sudano, conta a extraordinária história da grande dama da discoteca. Por meio de um rico arquivo de trechos de filmes inéditos, vídeos caseiros, fotografias, obras de arte, escritos, áudio pessoal e outras gravações, o público conhecerá a vida desta artista icônica.

Por fim, o festival traz uma produção sobre uma das maiores marcas do nosso planeta. Com 100 Years of Disney Animation – a Shorts Celebration, a Berlinale Special comemora o jubileu do maior estúdio cinematográfico do momento. Nesta obra, o vencedor do Oscar e presidente do Walt Disney Animation Studios, Clark Spencer, compartilha seus curtas favoritos dos 100 anos de cinema dos estúdios. Entre eles, os primórdios da animação até a introdução do som e do seu personagem símbolo, o Mickey Mouse.

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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Ao lado do Festival de Cannes, Toronto (TIFF) e Veneza, a Berlinale  —  mais conhecida por aqui como Festival de Berlim — é um dos quatro maiores eventos de cinema no mundo. A partir desses festivais, conhecemos as sensações do ano cinematográfico queridinhas das premiações, público e crítica. 

Pela primeira vez, o CinePOP vai realizar a cobertura do Festival de Berlim in loco, isto é, estaremos presente no primeiro grande evento cinematográfico de 2023. Com objetivo de deixar os nossos leitores por dentro do que ocorre nesta edição, vamos pincelar alguns dos destaques da 73ª Berlinale, realizada entre 16 e 26 de fevereiro

Ao final desses 11 dias, vamos conhecer os ganhadores dos Ursos de Ouro, Prata, Cristal, Teddy e outras menções. Vale lembrar que os ídolos nacionais Central do Brasil (1998), de Walter Salles, e Tropa de Elite (2007), de José Padilha, foram apresentados ao mundo e premiados neste festival, 25 e 16 anos atrás, respectivamente.  

Presidente do Júri – Kristen Stewart

Assim como o Festival de Cannes e Veneza, a Berlinale premia a sua seleção competitiva com um prêmio máximo — o Urso de Ouro e os de Prata. Os votantes são um júri de profissionais da sétima arte regido por um presidente, responsável por estabelecer o verídico dos membros. Este ano, a presidenta é a atriz Kristen Stewart

Em 15 anos, atriz estadunidense passou de ídolo teen da saga Crepúsculo (2008-2012) a uma das atrizes mais requisitadas de Hollywood. Nomeada ao Oscar ano passado por Spencer (2021), aos 32 anos, ela é um nome popular, jovem e pretende trazer um frescor para a competição. 

Para escolher o melhor filme e atuações entre os 19 títulos participantes, Kristen terá ao seu lado a atriz Golshifteh Farahani (Irã/França), a diretora e roteirista Valeska Grisebach (Alemanha), a diretora e produtora de elenco Francine Maisler (EUA), e o diretor e produtor Johnnie To (Hong Kong, China). Além deles, os ganhadores do Urso de Ouro 2021 e 2022, compõem o elenco: o diretor e roteirista Radu Jude (Romênia) com Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental; e a diretora e roteirista Carla Simón (Espanha), com Alcarràs.. 

Em 2022, o presidente do júri foi M. Night Shyamalan (Batem à Porta).

Homenageado do Ano – Steven Spielberg

THE OSCARS® – The 92nd Oscars®

O diretor, produtor e roteirista Steven Spielberg será homenageado pelo conjunto de sua obra com um Urso de Ouro Honorário. A seção Homage vai exibir seu último filme, Os Fabelmans, indicado a sete categorias do Oscar este ano. Outros sete títulos da sua grande carreira serão apresentados durante o festival, como Tubarão (1985) e Munich (2005). 

Vale ressaltar que o diretor já possui dois Oscars de direção, por O Resgate do Soldado Ryan (1998) e A Lista de Schindler (1993), este último presente na seção Homage.

Em 2022, a homenageada foi Isabelle Huppert (Sra. Harris vai a Paris).

Filme de Abertura – She Came to Me

Peter Dinklage em She Came To Me.

A comédia romântica da diretora e roteirista Rebecca Miller, She Came to Me (na tradução livre Ela Veio a Mim), abre a 73ª edição do festival na noite de 16 de fevereiro de 2023. Fora da competição oficial, o filme será exibido na mostra Berlinale Special Gala com um grande elenco: Peter Dinklage, Marisa Tomei, Joanna Kulig, Brian d’Arcy James e Anne Hathaway.

She Came to Me é sobre o amor em todas as suas formas e une histórias diversas na movimentada cidade de Nova York. Na trama, o compositor Steven Lauddem (Peter Dinklage) vive um bloqueio criativo e sente-se incapaz de terminar a trilha sonora de sua grande ópera de retorno. Aconselhado pela sua esposa Patrícia (Anne Hathaway), ele sai em busca de inspiração. Desse modo, ele descobre muito mais do que imaginava por meio de aventura noturna.

Rebecca Miller já participou da Berlinale na competição oficial, em 2009, com o filme A Vida Íntima de Pippa Lee e, em 2016, na mostra Panorama, com o título Maggie Tem um Plano. Em 2022, o filme de abertura foi a co-produção franco-belga Peter von Kant, de François Ozon

Competição Oficial – Urso de Ouro 

Quem sucederá Alcarràs de Carla Simón, ganhadora do Urso de Ouro no ano passado? Este ano, 19 títulos disputam a atenção dos membros. Entre os competidores, seis produções são realizadas por mulheres e, no total, originárias de 19 países. 

Outro destaque é a presença de seis co-produções francesas, uma delas do renomado diretor Philippe Garrel (Amantes Constantes, 2005). Ressalta-se também a seleção do anime japonês Suzume no Tojimari, de Makoto Shinkai, conhecido por Your Name. (2016), sucesso das bilheterias japonesas com 19,4 milhões de entradas no país. Outra animação na competição é a chinesa Art College 1994, de Liu Jian

Suzume no Tojimari, de Makoto Shinkai

Infelizmente, o Brasil não tem um representante na linha de frente, mas o país está representado com seis obras em outras mostras. Vamos dedicar um artigo especial às obras nacionais no festival, em breve.

Os títulos em competição são: 

  • 20 000 Species of Bees, de Estibaliz Urresola Solaguren (Espanha);
  • Art College 1994, de Liu Jian (China);
  • The Shadowless Tower, de Zhang Lu (China);
  • Till the End of the Night, de Christoph Hochläusler (Alemanha);
  • BlackBerry, de Matt Johnson (Canadá);
  • Disco Boy, de Giacomo Abbruzzese (França/Itália/Bélgica/Polônia);
  • Le Grand Chariot (The Plough), de Philippe Garrel (França/Suíça);
  • Ingeborg Bachmann – Journey into the Desert, de Margarethe von Trotta (Suíça/ Áustria/Alemanha/Luxemburgo);
  • Someday We’ll Tell Each Other Everything, de Emily Atef (Alemanha);
  • Limbo, de Ivan Sen (Austrália);
  • Mal Viver, de João Canijo (Portugal/França);
  • Manodrome, de John Trengove (Reino Unido);
  • Music, de Angela Schanelec (Alemanha/França/Sérvia);
  • Past Lives, de Céline Song (EUA);
  • Afire (Roter Himmel), de Christian Petzold (Alemanha);
  • On the Adamant (Sur l’Adamant), de Nicolas Philibert (França/Japão);
  • The Survival of Kindness, de Rolf de Heer (Austrália);
  • Suzume no Tojimari, de Makoto Shinkai (Japão);
  • Tótem, de Lila Avilés (México/Dinamarca/França);

Destaque – Berlinale Special Gala

Imagem do documentário Love to Love You, Donna Summer

Para não alongar tanto este artigo, vamos citar alguns filmes em estreia na seção de Gala do Festival de Berlim. Três títulos chamam atenção pelo seu teor político, biográfico e histórico. Começamos pelo político:

Superpower (na tradução livre, Superpotência) é a crônica de um projeto cinematográfico, que transformou-se em algo muito mais significativo. Após um ano da invasão russa na Ucrânia, o filme dirigido por Sean Penn (Flag Day) e Aaron Kaufman mostra as condições difíceis da região em um documentário sobre o atual testemunho da crueldade da guerra. 

Já no quesito biográfico, o documentário Love to Love You, Donna Summer, do diretor vencedor do Oscar — por Music by Prudence (2010) — Roger Ross Williams e Brooklyn Sudano, conta a extraordinária história da grande dama da discoteca. Por meio de um rico arquivo de trechos de filmes inéditos, vídeos caseiros, fotografias, obras de arte, escritos, áudio pessoal e outras gravações, o público conhecerá a vida desta artista icônica.

Por fim, o festival traz uma produção sobre uma das maiores marcas do nosso planeta. Com 100 Years of Disney Animation – a Shorts Celebration, a Berlinale Special comemora o jubileu do maior estúdio cinematográfico do momento. Nesta obra, o vencedor do Oscar e presidente do Walt Disney Animation Studios, Clark Spencer, compartilha seus curtas favoritos dos 100 anos de cinema dos estúdios. Entre eles, os primórdios da animação até a introdução do som e do seu personagem símbolo, o Mickey Mouse.

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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