Modo online ainda é principal chamariz do quinto titulo
Mesmo após oito anos de seu lançamento, GTA V ainda é uma força absurda na indústria; um produto que alcançou um certo (assim como invejável) status no qual a simples menção ao seu nome imediatamente já remete o consumidor ao produto. Não só isso, mas também podendo remeter até mesmo a elementos exclusivos da franquia como suas capas de design único.
Foi assim que o jogo conquistou o segundo lugar de game mais vendido da história (atrás apenas de Minecraft) porém alcançou o título de primeira obra de entretenimento a alcançar a marca de US$ 1 bilhão mais rápido; isso ainda em 2013, ano em que o título foi lançado. Em novembro de 2021 foi atualizado o número de vendas, batendo a marca de 150 milhões de unidades.
Muito do segredo de seu sucesso pode ser atribuído a diversos fatores como seu trio de protagonistas (Franklin, Michael e o icônico Trevor); o game design tanto da cidade de Los Santos como do mapa em geral; o gameplay que refinou muito das novas mecânicas de combate herdadas de GTA IV e, principalmente, da infame dirigibilidade realista proposta no título anterior.
Todas essas alternativas são válidas se não existisse o modo online. Ainda em 2013 o mercado de modo online para games era uma novidade que, de um jeito ou de outro, toda desenvolvedora desejava conseguir uma porção. De fato, os líderes desse mercado eram as franquias de FPS (em novembro daquele ano Call of Duty: Ghost foi lançado com seu multiplayer contando com mais de 36 mil jogadores na Steam) como Battlefield e Halo.
Entretanto, Rockstar (desenvolvedora de GTA V) não era nenhuma novata no ramo. Muito pelo contrário, 2013 ainda foi um período em que seus títulos ditavam como outras desenvolvedoras deveriam produzir seus jogos sandbox single player; porque esse era o mercado que a Rockstar se consolidou até o lançamento da versão online.
A proposta base do GTA Online era fornecer um complemento à experiência do jogador na versão offline, isto é, jogando por si só a história. Dessa maneira o consumidor poderia criar, agora, um personagem próprio quase do zero, algo que não era possível em qualquer título anterior da franquia.
Curioso como o modo online encontrou sucesso ao aproveitar mecânicas de RPG na criação de personagens, com elementos curiosos como pautar a aparência do avatar com base em semelhanças com seus pais (que podem ser escolhidos pelo jogador), passando pela escolha de vestimenta até chegar divisão de pontos para estilo de vida que acabam servindo como a distribuição de status inicial.
Isso tudo é detalhe pois a versão online se tornou um rápido sucesso estrondoso por oferecer algo que o público sempre quis consumir: toda a jogabilidade caótica de um GTA compartilhada com um amigo (sem precisar que estejam fisicamente perto um do outro como era o Co-op no San Andreas, por exemplo).
O sucesso ficou ainda mais nítido com o lançamento da versão para PC do título, sendo que na Steam o modo online tem um pico de todos os tempos registrado em mais de 300 mil jogadores logados. Sabendo da procura pelo serviço, a Rockstar tradicionalmente passou a oferecer pacotes de expansão que introduziram elementos básicos como novos veículos ou armas.
Evidente que houve uma expansão que se sobressaiu a todas as outras, The Doomsday Heist, em termos de ambição pois ofereceu não só veículos destruidores inéditos mas também missões com enredo de fato que orbitavam em um novo planejamento para um grande assalto. É essa ambição que a nova expansão anunciada, The Contract, promete repetir.
Ambientada anos depois da campanha offline, o personagem customizado pelo jogador terá a chance de trabalhar ao lado de Franklin (um dos três protagonistas), agora não mais um jovem inexperiente, como membro da sua firma que resolve discretamente problemas envolvendo pessoas com muito dinheiro.
A DLC deve contar também com a participação do rapper Dr. Dre, que vai apresentar também com uma nova canção composta pelo mesmo, além de novos veículos, armas e uma locação inédita que irá servir como a agência que pertence à Franklin. The Contract também serve como um indicativo importante: lembrar que o online da franquia ainda é o carro chefe da Rockstar, é sua principal fonte de renda.
No ano de 2020, os relatórios do ano fiscal da Take-Two, empresa dona da Rockstar, relataram que GTA Online proveu um lucro de US$ 1 bilhão, em grande parte alavancado pelo período de distanciamento social imposto pela pandemia de Covid-19. Esse é mais um indicador de que o serviço não deixará de receber atenção máxima tão cedo, mesmo que segmentos do público já demonstra desconforto com essa estratégia.