Cage. Nicolas Cage. Motivo de deboche para a geração atual devido a escolhas excêntricas de atuações e filmes, o veterano Nicolas Cage tem uma longa carreira, datando do início da década de 1980 e, inclusive, uma estatueta do Oscar de melhor ator – sim, acreditem amiguinhos – pelo filme Despedida em Las Vegas (1995).
Na última semana, o astro anunciou que pretende se aposentar como ator muito em breve. Cage pretende deixar a atuação e se dedicar apenas ao cargo de diretor.
“O plano é continuar atuando por mais uns três ou quatro anos e então quero focar na direção”
Apesar disso, Cage também não revelou se já possui projetos em mente para dirigir
Nascido Nicolas Coppola, sobrinho do famoso cineasta Francis Ford Coppola, e primo de Sofia, Nic decidiu que sua carreira seria por merecimento, e então se afastou de qualquer vantagem que o sobrenome famoso pudesse lhe oferecer, ao menos na frente das câmeras. Assim optou pelo sobrenome de um herói de quadrinhos (o ator é um aficionado), Luke Cage, e uma lenda surgia. Mas para quem acha que as bizarrices são de agora, precisa estudar melhor a filmografia do astro, e conhecer obras como Arizona Nunca Mais (1987), Feitiço da Lua (1987), Um Estranho Vampiro (1988) e Coração Selvagem (1990).
Vale dizer também que depois do Oscar, Cage se tornou um astro, estrelando algumas das superproduções mais elogiadas e rentáveis da época, vide A Rocha (1996), A Outra Face (1997) e Con Air – A Rota da Fuga (1997). Além disso, o ator viria a ser indicado ao Oscar novamente, por Adaptação (2002) – outro filme que seus fãs deveriam procurar. O icônico ator-personagem completou 54 anos de vida ontem, dia 8 de janeiro, e para homenagear esta grande figura – esperando e torcendo por uma volta por cima em sua carreira (que talvez nunca chegue), resolvemos listar para vocês os 10 filmes recentes de Nicolas Cage, lançados direto em vídeo no Brasil (e alguns que ainda nem chegaram), que talvez você não conheça. Então anote, nos diga quais já viu e o que achou.
Vingança ao Anoitecer
(Dying of the Light, 2014)
Escrito e dirigido por Paul Schrader (roteirista de Taxi Driver e Touro Indomável) – que voltaria a dirigir Cage em Cães Selvagens (2016) – o suspense dramático traz o ator grisalho na pele de agente da CIA torturado por terroristas, o que lhe causa uma doença terrível, decidindo ir atrás de seus captores. No elenco, o saudoso Anton Yelchin, falecido ainda jovem, e a francesa Irène Jacob.
Fator de Risco
(The Runner, 2015)
Depois de um Cage grisalho, ele aparece com os cabelos pintados de preto para viver um senador americano, combatendo um crime ambiental – baseado no acidente real do grande vazamento de petróleo (o mesmo apresentado no filme Horizonte Profundo, com Mark Wahlbeg) no Golfo do México, nos EUA. De idealista, sua imagem termina manchada devido a um escândalo sexual. No elenco do filme escrito e dirigido por Austin Stark (produtor do ótimo Sentimentos que Curam), estreando como diretor, temos Connie Nielsen (a Rainha Hippolyta, de Mulher Maravilha), a maravilhosa Sarah Paulson e o veterano Peter Fonda.
Regresso do Mal
(Pay the Ghost, 2015)
Nesta nova fase de sua carreira, na qual não nega sequer um papel – existem diversas brincadeiras sobre isso na internet – Cage faz de tudo, inclusive filmes de terror. É o caso com este mistério dramático, no qual ele interpreta um devoto pai de família que perde seu pequeno filho ao sair com ele numa noite para gostosuras ou travessuras no Halloween. Baseado no livro de Tim Lebbon, o filme é dirigido pelo prestigiado cineasta alemão Uli Edel, de obras como Eu, Christine F., 13 Anos, Drogada e Prostituída (1981), Noites Violentas no Brooklyn (1989) e O Grupo Baader Meinhof (2008). No elenco, Sarah Wayne Callies (a Lori Grimes de The Walking Dead) interpreta sua esposa.
A Sacada
(The Trust, 2016)
Com certeza você já viu o pôster deste filme no meme que simula a nova versão de Super Mario Bros., alterado em photoshop. Tudo porque aqui Cage porta um bigodon na pele de um policial que decide roubar um misterioso cofre de criminosos, ao lado de seu parceiro, vivido por Elijah Wood (o Frodo de Senhor dos Anéis). O filme é escrito e dirigido pelos irmãos Benjamin e Alex Brewer. Outro chamariz é a presença do lendário humorista Jerry Lewis (falecido ano passado), no papel de pai do personagem de Cage.
Homens de Coragem
(USS Indianapolis: Men of Courage, 2016)
Dá pra ver que Cage tem feito de tudo ultimamente. Bem, e o que ainda não entrou na lista? Que tal um drama de Guerra. Aceito. Dirigido por Mario Van Peebles, ator e cineasta, filho do icônico diretor Melvin Van Peebles, que tem no currículo ao menos uma obra-prima, justamente a homenagem que fez ao pai em O Retorno de Sweetback (2003). Na trama, durante a Segunda Guerra Mundial, um encouraçado da marinha dos EUA é afundado por um submarino japonês, deixando 300 homens no mar, à deriva em águas infestadas de tubarões. No elenco, além de Cage, que vive o Capitão, temos Tom Sizemore e Thomas Janes, atores do time C de Hollywood com muito orgulho.
Army of One (2016)
Algumas das ideias destes filmes parecem saídas diretamente dos mais alucinados sonhos, ou quem sabe pesadelos. Imagine isto: Nicolas Cage barbudo, sentando num jegue, saindo em missão de eliminar Osama Bin Laden. Pois bem, agora acorde, e você tem Army of One. O pior, é baseado numa história real, o que faz do longa uma biografia. Ao menos não se leva a sério e é tanto uma comédia também. Ah, tem mais. Sua missão é dada através de um encontro com Deus, sim, ele mesmo, personificado aqui pelo humorista britânico Russell Brand, cuja estrela também já decaiu. O roteiro é de Rajiv Joseph (da série Nurse Jackie) e Scott Rothman (do ótimo A Grande Escolha, com Kevin Costner), e a direção é de Larry Charles (produtor da comédia Seinfeld).
Arsenal (2017)
Talvez nenhum outro filme da lista traga um Cage tão insano quanto aqui. Você já deve ter visto o ator personificado como o mafioso Eddie King (sim, aqui ele é o vilão), com seu cabelinho que lembra Anton Chigurh (Javier Bardem) de Onde os Fracos Não Tem Vez (2007), e prótese no nariz. A imagem é perturbadora, mas como se não bastasse, ainda temos Cage tomado na doidera extrema que permeou seu início de carreira – pense em Um Estranho Vampiro. Na trama, JP (Adrian Grenier) precisar ajudar o irmão mais velho, agora um traficante de drogas, papel de Johnathon Schaech, a se livrar de uma dívida com um mafioso – papel de Cage. No filme temos ainda a presença de outro ator em baixa, John Cusack, vivendo um policial. O filme é dirigido por Steven C. Miller, do vindouro Rota de Fuga 2, com Sylvester Stallone.
Uma História de Vingança
(Vengeance: A Love Story, 2017)
Em uma época de combate ao abuso contra mulheres, chega o novo filme de Nicolas Cage, cuja temática é exatamente esta. Uma jovem mãe sai para se divertir à noite numa festa na praia com sua filha pequena, e é atacada por homens que a estupram e deixam para morrer. Mistura de Acusados (1988) e Tempo de Matar (1996), os responsáveis são presos pelo detetive vivido por Cage e inocentados pela justiça. Indignado com a situação, e sabendo da culpa dos marginais, o protagonista decide agir por conta própria. O filme traz Don Johnson (veterano da série Miami Vice) na pele do desprezível advogado que solta os criminosos, e Deborah Kara Unger (Crash – Estranhos Prazeres). Uma História de Vingança é baseado no livro da autora Joyce Carol Oates, e dirigido por Johnny Martin, de Hangman, novo e execrado filme de Al Pacino.
Inconceivable (2017)
Bem, Cage já interpretou quase todos os tipos de papeis nesta nova fase da vida, mas aqui neste clone de A Mão que Balança o Berço (1992) é suprida a falta do coroa seduzido pela gatinha. No filme ele vive um feliz pai de família, casado com a personagem de Gina Gershon (Showgirls). Até a chegada da nova babá, com idade para ser sua filha, papel de Nicky Whelan – com quem Cage já havia dividido a tela em O Apocalipse (2014). A jovem psicótica não irá descansar enquanto não pegar para si a família da personagem de Gershon, incluindo o maridão Cage. Aaaah, Cage, seu fanfarrão. O elenco conta ainda com a veteraníssima Faye Dunaway. A direção é do estreante Jonathan Baker.
The Humanity Bureau (2017)
Que tal uma ficção científica agora? Sabemos que Cage é bom com elas, é só olhar para O Vidente (2007). Só que não. Aqui, a história se passa no ano de 2030, onde num futuro distópico o mundo se encontra num estado permanente de resseção econômica. Além disso, os problemas ambientais também chegaram ao seu ápice devido ao aquecimento global. Estão vendo amigos, quem disse que Nicolas Cage não sinônimo de crítica mundial também. Aqui ele contracena com a jovem Sarah Lind. O filme é dirigido por Rob W. King, seja lá quem ele for.
Bônus:
Mom and Dad (2017)
Escrito e dirigido pelo ótimo Brian Taylor (Adrenalina e Adrenalina 2), este filme de terror diferente traz Cage e Selma Blair (Segundas Intenções) como devotos pais de um casal de adolescentes. Durante um surto inexplicável, papais e mamães são tomados por uma histeria em massa que lhes faz agir de forma extremamente violenta em relação aos filhos. Mom and Dad fez parte do acervo do Festival de Toronto deste ano. Nossa colaboradora Letícia Alassë conseguiu assistir ao longa e garante, é divertidíssimo. A crítica sai em breve.