sexta-feira , 15 novembro , 2024

O Dilema que Cruella e Coringa enfrentarão nas Suas Continuações

Sequências poderão indicar novos caminhos para os personagens clássicos

Já faz alguns dias que a Disney disponibilizou a tão aguardada versão live action de Cruella em seu serviço de streaming. Filme esse trazendo uma nova abordagem à tão odiosa vilã da saga dos dálmatas, no qual ela é retratada como uma jovem que passou por grandes turbulências em sua vida e precisa se provar como alguém de valor para o selvagem mercado da moda dos anos 70.

Esta é uma abordagem esperada quando se trata de uma obra que tem em um conhecido vilão seu protagonista: é necessário criar quaisquer laços de identificação e compreensão entre ele e o público para que a obra como um todo seja bem aceita, principalmente em um caso onde a “heroína” é culturalmente conhecida por tentar matar filhotes em busca do casaco de pele perfeito.



Essa é uma estratégia que acaba indo de encontro com a mesma situação apresentada em Coringa (2019), quando o diretor Todd Phillips se propôs a reimaginar a origem do famoso vilão da DC Comics; porém inserido em um cenário real dos anos 80 e apresentando temas complexos relacionados à carências sociais e como elas dialogam com distúrbios mentais. Ainda assim, apesar de jamais defender as ações do protagonista, o filme se dispõe a estabelecer desde cedo um cenário que também é hostil a ele e que acaba por tornar mais compreensível a jornada do personagem.

Com uma nova história de origem, o famoso Coringa se tornou mais aceitável para o público

Ambos os filmes demonstraram ótima recepção do público, com a obra do Palhaço Príncipe do Crime chegando a postular entre os indicados a Melhor Filme do Oscar; enquanto que o departamento de figurino e maquiagem ligados ao filme da vilã desde cedo já são postos como possíveis candidatos para o próximo Oscar. 

Já na questão financeira há fatores dissonantes: enquanto que Coringa atingiu a marca do bilhão em bilheterias, Cruella teve um lançamento dividido entre cinema e o serviço premium do Disney Plus – e informações preliminares apontaram que seu desempenho de “venda” no serviço de streaming não chegou a ultrapassar o de Mulan.

Fato é que a possibilidade de ambos receberem sequências é mais do que alta, visto que seus respectivos estúdios desejam trabalhar sobre o apelo nascido das duas marcas; algo que se confirmou com a divulgação  da Disney em continuar a jornada da vilã. Dessa maneira um questionamento é inevitável: Para onde seguir com ambas as propriedades?

São vários os caminhos que Cruella pode seguir na sequência

Uma vez que o papel fundamental de qualquer sequência é expandir o cenário, tema e ou personagens apresentados na obra anterior é necessário realizar a pergunta: até onde é possível expandir um personagem popularizado como um indivíduo violento e perigoso sem que no processo seja sacrificado o senso de aceitação e identificação do público com ele?

Provavelmente o caminho tomado pelas continuações será definir o que de fato torna alguém um vilão. Seria porque ele pratica crimes no decorrer da história? Sendo assim os crimes praticados tanto por Arthur quanto Cruella são atos de vilania pura ou apenas uma reação a um ambiente naturalmente hostil? No artigo Rooting for the Bad Guys: Psychological Perspectives assinado pela trinca Richard Keen, Monica L.McCoy e Elizabeth Powell é levantada justamente essa questão.

“Existe um entendimento geral de que os caras maus quebram as regras ou convenções da sociedade… Por exemplo, Winston Smith em 1984 de Orwell viola as regras mas poucos o consideram um homem mau. Mesmo quando Winston deliberadamente infringe a lei ao cometer crimes graves e engajar em atividades ilegais, praticamente todos os leitores torcem por ele… Muitos de nós são atraídos pelo vilão e nos vemos justificando o comportamento dele ou dela.”

Dessa forma um caminho a ser seguido pelas muito prováveis sequências de ambos deve ser o de consolidar a figura do\a protagonista como uma força de resistência frente a um enredo que constantemente irá atacá-los, até mesmo como consequência dos acontecimentos dos filmes anteriores, pois dessa maneira seus atos possivelmente criminosos dentro das convenções sociais do enredo não seriam interpretados como tal pela audiência e a conexão amigável previamente estabelecida não correria risco.

 

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Esta é uma abordagem esperada quando se trata de uma obra que tem em um conhecido vilão seu protagonista: é necessário criar quaisquer laços de identificação e compreensão entre ele e o público para que a obra como um todo seja bem aceita, principalmente em um caso onde a “heroína” é culturalmente conhecida por tentar matar filhotes em busca do casaco de pele perfeito.

Essa é uma estratégia que acaba indo de encontro com a mesma situação apresentada em Coringa (2019), quando o diretor Todd Phillips se propôs a reimaginar a origem do famoso vilão da DC Comics; porém inserido em um cenário real dos anos 80 e apresentando temas complexos relacionados à carências sociais e como elas dialogam com distúrbios mentais. Ainda assim, apesar de jamais defender as ações do protagonista, o filme se dispõe a estabelecer desde cedo um cenário que também é hostil a ele e que acaba por tornar mais compreensível a jornada do personagem.

Com uma nova história de origem, o famoso Coringa se tornou mais aceitável para o público

Ambos os filmes demonstraram ótima recepção do público, com a obra do Palhaço Príncipe do Crime chegando a postular entre os indicados a Melhor Filme do Oscar; enquanto que o departamento de figurino e maquiagem ligados ao filme da vilã desde cedo já são postos como possíveis candidatos para o próximo Oscar. 

Já na questão financeira há fatores dissonantes: enquanto que Coringa atingiu a marca do bilhão em bilheterias, Cruella teve um lançamento dividido entre cinema e o serviço premium do Disney Plus – e informações preliminares apontaram que seu desempenho de “venda” no serviço de streaming não chegou a ultrapassar o de Mulan.

Fato é que a possibilidade de ambos receberem sequências é mais do que alta, visto que seus respectivos estúdios desejam trabalhar sobre o apelo nascido das duas marcas; algo que se confirmou com a divulgação  da Disney em continuar a jornada da vilã. Dessa maneira um questionamento é inevitável: Para onde seguir com ambas as propriedades?

São vários os caminhos que Cruella pode seguir na sequência

Uma vez que o papel fundamental de qualquer sequência é expandir o cenário, tema e ou personagens apresentados na obra anterior é necessário realizar a pergunta: até onde é possível expandir um personagem popularizado como um indivíduo violento e perigoso sem que no processo seja sacrificado o senso de aceitação e identificação do público com ele?

Provavelmente o caminho tomado pelas continuações será definir o que de fato torna alguém um vilão. Seria porque ele pratica crimes no decorrer da história? Sendo assim os crimes praticados tanto por Arthur quanto Cruella são atos de vilania pura ou apenas uma reação a um ambiente naturalmente hostil? No artigo Rooting for the Bad Guys: Psychological Perspectives assinado pela trinca Richard Keen, Monica L.McCoy e Elizabeth Powell é levantada justamente essa questão.

“Existe um entendimento geral de que os caras maus quebram as regras ou convenções da sociedade… Por exemplo, Winston Smith em 1984 de Orwell viola as regras mas poucos o consideram um homem mau. Mesmo quando Winston deliberadamente infringe a lei ao cometer crimes graves e engajar em atividades ilegais, praticamente todos os leitores torcem por ele… Muitos de nós são atraídos pelo vilão e nos vemos justificando o comportamento dele ou dela.”

Dessa forma um caminho a ser seguido pelas muito prováveis sequências de ambos deve ser o de consolidar a figura do\a protagonista como uma força de resistência frente a um enredo que constantemente irá atacá-los, até mesmo como consequência dos acontecimentos dos filmes anteriores, pois dessa maneira seus atos possivelmente criminosos dentro das convenções sociais do enredo não seriam interpretados como tal pela audiência e a conexão amigável previamente estabelecida não correria risco.

 

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