Aparição do icônico personagem voltou a especulação durante segunda temporada
A segunda temporada de O Mandaloriano pode ser considerada bem farta no que consta a referências do universo de Star Wars, plantando aqui e ali certos conceitos não abordados nos filmes (mas conhecidos de fãs de longa data) para que futuramente eles possam render novas produções. Um deles foi a apresentação da ex-jedi Ashoka Tano, uma das protagonistas de Clone Wars, anos após sua expulsão e já trilhando um caminho independente das filosofias da antiga ordem.
Após uma missão para libertar uma cidade conduzida por ela e Din (o protagonista), Ashoka interroga o líder do comando local, Morgan Elsbeth. Ela então questiona onde está o mestre de Morgan; este sendo ninguém menos que o Grande Almirante Thrawn. O almirante da raça chiss, caracterizado por sua pele de cor azul e olhos vermelhos, é por sua vez um dos personagens mais importantes do cânone de Star Wars depois da queda do Império.
Antes de estabelecer o personagem é interessante lembrar o contexto em que ele surge. Os acontecimentos pós O Retorno de Jedi foram, na melhor das hipóteses, o início de um momento de transição na galáxia. Do status quo vigente em que o Império era a força dominante e que basicamente concentrava toda a autoridade para si veio então uma nova ordem pluralizada simbolizada pela Nova República.
Logo, os mecanismos democráticos da antiga República voltaram, com cada um deles tendo uma inédita voz ativa na administração da galáxia ao mesmo tempo em que exerciam a diplomacia nas negociações. Nesse meio tempo, a Nova Ordem Jedi conduzida por Luke Skywalker ainda tentava não só recrutar novos seguidores como também se definir enquanto grupo; até aonde ela seria fiel aos preceitos tradicionais dos jedi e o que ela poderia oferecer de novo à sociedade?
Do outro lado do espectro, há a presença dos derrotados. Como em qualquer cenário de pós-guerra, àqueles que são tidos como “perdedores” recebem a alcunha de criminosos e muitas vezes são levados a julgamentos ou execuções sumárias. Sendo Star Wars, pelo menos originalmente, uma fantasia abertamente inspirada em acontecimentos reais, não é surpreendente que um tratamento similar tenha sido dado aos remanescentes do Império.
Sem a estrutura de outrora e com uma cadeia de comando debilitada, os Herdeiros do Império voltaram sua lealdade para o Grande Almirante Thrawn, último comandante de alta patente. A mente estrategista de Thrawn também se mostra importante para seu sucesso inicial pois dessa forma ele consegue antever as movimentações da República e prorrogar a sobrevivência de sua frota.
O personagem em si foi criado por Timothy Zahn em 1991 para o livro Herdeiros do Império, o primeiro capítulo da assim chamada Trilogia Thrawn focado em dar prosseguimentos ao até então “final de Star Wars” apresentado no Episódio VI. George Lucas ainda viria a explorar o universo nos anos seguintes mas somente nas infames prequels.
Os livros então se baseiam em pelo menos dois núcleos diferentes: o primeiro sendo os imperiais liderados por Thrawn enquanto descobrem um meio de burlar a manipulação da força dos jedi enquanto que o outro segue o trio protagonista lidando não só com os desafios de restabelecer a democracia mas também em seus relacionamentos, principalmente aquele entre Han e Leia.
O almirante ainda teve participação marcante na fase final de Star Wars Rebels, se estabelecendo como uma das principais ameaças para Ezra Bridger e sua equipe. É bem provável que conforme o universo de Star Wars na Disney Plus se expanda venha acompanhado com isso a uma presença maior do icônico vilão.