terça-feira , 24 dezembro , 2024

Os 10 Melhores Filmes de Alfred Hitchcock – 40 Anos Sem o Diretor

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Considerado o maior diretor de cinema de todos os tempos por grande parte do público, o britânico Alfred Hitchcock é uma verdadeira lenda da sétima arte. Um dos nomes mais notáveis de sua área a ter pisado neste planeta, Hitchcock é também conhecido pela alcunha “o mestre do suspense”. A última quarta-feira, dia 29 de abril, foi uma data especial para os fãs do diretor: há exatos 40 anos estamos órfãos de seu talento. O cineasta faleceu aos 80 anos de idade, em 1980, na data citada.

Dono de um currículo de mais de 70 créditos como diretor, e 5 indicações ao Oscar, Hitchocock ganhou um prêmio honorário da Academia em 1968. Mais importante que isso é o fato do artista ter sido, e seguir desta forma, influente para gerações de jovens cineastas. Sendo assim, é claro que não poderíamos deixar de homenagear um dos grandes nomes de cinema, que está diretamente atrelado à paixão de assistir a um filme.



Aqui, o CinePOP tentará uma matéria audaciosa: ranquear os 10 melhores filmes de Alfred Hitchcock. Para a ingrata tarefa – já que suas obras-primas vivem constantemente mudando posição em nossos gostos – foi feito um apanhado das notas da imprensa especializada e do grande público para tirarmos uma média. Assim, como deve ser, criando uma lista bem eclética com a voz de todos. Sem mais delongas, vamos conhecer os filmes mais amados de Alfred Hitchcock – neste momento.

10 | Festim Diabólico (1948)

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Igualmente um favorito pessoal, Rope, como é conhecido em seu título original, é baseado na peça de Patrick Hamilton. E de fato o filme se comporta justamente como uma obra teatral, passado inteiramente num único cenário: o apartamento onde ocorreu um assassinato, e logo em seguida, uma festa de aniversário para o morto.

Na trama, dois playboys sádicos (John Dall e Farley Granger) matam um colega, escondem o corpo, permanecem no local e dão uma festa de aniversário para ele. Tudo pela adrenalina de testar sua capacidade e inteligência, tripudiando dos convidados (familiares e amigos). Os dois não contavam, no entanto, com a perspicácia de um antigo professor, papel de James Stewart – usual colaborador de Hitchcock.

Além de todos os atrativos, o diretor ainda quebra paradigmas técnicos, que continua inspirando realizadores. No filme, Hitchcock cria a sensação de uma narrativa sem cortes, como se o filme fosse mesmo confeccionado como uma peça de teatro – num longo plano-sequência. Os cortes existem, mas são quase imperceptíveis.

09 | A Dama Oculta (1938)

Parte do acervo dos primeiros filmes britânicos do diretor, este é um dos mais celebrados longas desta sua fase. O filme possui elogio de gente tarimbada, como o diretor francês Fançois Truffaut (que o considerava seu filme preferido de Alfred Hitchcock) e do igualmente lendário Orson Welles, que supostamente teria assistido ao longa 11 vezes.

Na trama, baseada na história ‘The Wheel Spins’, de Ethel Lina White, a jovem Iris Henderson (Margaret Lockwood) está em viagem pela Europa, onde conhece a simpática governanta, Senhora Froy (papel da Dama May Whitty). Porém, a mulher desaparece no trem, e ninguém acredita na história de Iris de que ela estava a bordo. Assim, a jovem faz de sua missão descobrir o paradeiro da “dona que desapareceu”, como diz o título original.

Assim como todos os filmes de Hitchcock, A Dama Oculta foi usado como referência em diversas produções cinematográficas. Curiosamente, o diretor disse que a obra foi em partes baseada numa história real, ocorrida em Paris na década de 1880. A lenda diz que um famoso hotel teria “desaparecido” com uma mulher, a quem a filha estava buscando, a fim de ocultar o fato de que ela estava com a peste bubônica – evitando um potencial esvaziamento da cidade e sua falência.

08 | Interlúdio (1946)

Muitos citam as parcerias do mestre do suspense com suas famosas loiras, vide Grace Kelly e Tippi Hedren, mas esquecem que antes disso ele teve uma frutífera colaboração com uma musa morena do cinema: a sueca Ingrid Bergman (Casablanca), vencedora de 3 Oscar. A estreia da dupla foi em Quando Fala o Coração (1945) e terminou em Sob o Signo de Capricórnio (1949). Num total de três filmes juntos, Interlúdio se encaixa no meio.

Adicionado em 2006 ao registro nacional de cinema pela Biblioteca do Congresso Norte Americano, o filme tem como pano de fundo nossa cidade brasileira do Rio de Janeiro. É no local que se encontram simpatizantes nazistas que o governo americano quer prender. Para tal, o agente Devlin (papel de Cary Grant – outro grande colaborador de Hitchcock) alista a ajuda de uma mulher, Alicia (papel de Bergman). Ou devemos dizer, a obriga a espionar os nazistas no Brasil, após a prisão de seu pai – parte do grupo criminoso.

O agente e a mulher se envolvem amorosamente, e o sujeito começa a protestar sobre o uso dela, que começa a correr risco sério, para seus superiores. Interlúdio foi indicado para 2 prêmios no Oscar: melhor roteiro e ator coadjuvante para Claude Rains, que vive o vilão Alexander Sebastian.

07 | A Sombra de uma Dúvida (1943)

Outro grande trabalho influente do diretor, A Sombra de uma Dúvida foi indicado ao Oscar de melhor roteiro original. Dizemos que um pai nunca deve escolher seu filho favorito, e os filmes de um diretor são como seus filhos. Mas Hitchcock não se importava com isso, e declarou este longa como o seu favorito em seu currículo. Amor compartilhado pela protagonista da obra, a atriz Teresa Wright.

Na história, Wright interpreta uma jovem cansada de sua vida pacata junto à família, os pais e a irmã. Tudo muda quando o cosmopolita sofisticado tio Charlie (Joseph Cotten) chega para passar uma temporada. Seu charme conquista todos e a sobrinha começa a viver a melhor época de sua vida. No entanto, este é um filme de Hitchcock, e logo ela começa a desconfiar do verdadeiro caráter de seu tio, quando pistas começam a somar sobre sua possível identidade secreta como um perigoso assassino. O diretor havia cogitado seu usual colaborador Cary Grant para o papel do tio Charlie.

06 | Pacto Sinistro (1951)

Indicado ao Oscar de fotografia em preto e branco, nem precisa dizer que Pacto Sinistro é outro dos filmes muito homenageados de Alfred Hitchcock. Aqui, dois estranhos se encontram num trem, daí o título original Strangers on a Train, e um deles propõe uma troca macabra. Guy Haines é um famoso tenista com problemas com a esposa, que não quer lhe dar o divórcio apesar das inúmeras traições por parte dela. Bruno Antony, o tal estranho, o reconhece, e faz uma proposta mais que indecente: matar a mulher do famoso, em troca do tenista eliminar seu pai dominador.

Bruno Antony é na realidade um homem desequilibrado, e um dos maiores vilões num filme de Hitchcock. Convincentemente interpretado por Robert Walker, Bruno se tornou um dos grandes personagens no hall do mestre. Infelizmente, Walker viria a tirar a própria vida no mesmo ano do lançamento do filme, por não conseguir superar a separação com a mulher, a atriz Jennifer Jones, agora casada com o mega empresário David O. Selznick. O protagonista Guy é vivido por Farley Granger, de Festim Diabólico, agora fazendo um herói. Pacto Sinistro é baseado no livro da lendária autora Patricia Highsmith.

05 | Um Corpo que Cai (1958)

Considerado por muitos como o melhor filme de Hitchcock, Vertigo, no seu título original, chega em quinto lugar de nossa lista. Agora começamos a adentrar o terreno dos filmes unânimes do diretor, e que fazem parte dos preferidos do grande público no IMDB. Um Corpo que Cai é o filme de número 90 dentre os favoritos de todos os tempos. O filme foi indicado para 2 Oscar: melhor direção de arte e som.

Baseado no livro francês “D’Entre Les Morts”, de Pierre Boileau e Thomas Narcejac, o filme faz menção a elementos sobrenaturais – como possessão espiritual – em sua história. Curiosamente conhecido como A Mulher que Viveu Duas Vezes em Portugal, que é um grande spoiler em sua trama, Um Corpo que Cai é protagonizado mais uma vez por James Stewart, que interpreta o detetive particular Scottie. Ele é contratado por um antigo colega para seguir sua esposa, quem ele acredita que tenha sido possuída pelo espírito de uma parente falecida.

Após o aparente suicídio da mulher, o detetive se depara com uma sósia dela, a quem ele começa a investigar. Ah sim, um dos fortes temas da obra, como diz seu título original, é o medo de altura, ou vertigem, o que leva o protagonista a abandonar a força policial, num acidente em que quase cai do telhado em uma perseguição. Co-protagonizando ao lado de Stewart, Kim Novak é a musa de Hitchcock que possui a oportunidade de interpretar dois papeis no mesmo filme – ou quase. Em Um Corpo que Cai, o diretor tem a chance de criar novas técnicas de filmagem inovadoras, que dão forte senso de profundidade, além da famosa “viagem psicodélica” do personagem principal.

04 | Psicose (1960)

O que dizer sobre Psicose que já não tenha sido muito dito. Este suspense/terror é o filme mais famoso da carreira do diretor e o que vem imediatamente à cabeça de todos os fãs de cinema. Seja por sua trilha sonora marcante, criada por Bernard Hermann, ou pela icônica cena do chuveiro (muito homenageada, falada e satirizada), Psicose é o filme favorito de muitos amantes do suspense, e pode ser considerada uma das obras definitivas do gênero. O longa é baseado no livro de Robert Block e usou como fonte o psicopata da vida real Ed Gein.

Psicose foi indicado para 4 Oscar: melhor diretor, atriz coadjuvante para Janet Leigh, fotografia em preto e branco e direção de arte. A famosa casa dos Bates é uma das construções mais reconhecíveis da sétima arte e se encontra até hoje no lote da Universal Pictures. A trama todos conhecem, e fala sobre uma mulher roubando uma grande quantia de seu chefe, e se deparando com o Bates Motel numa estrada. Ela se hospeda e no local encontra seu fatídico destino ao cruzar caminho com os donos do estabelecimento, Norman Bates (Anthony Perkins) e sua “mãe”.

Psicose gerou três sequências, uma refilmagem e duas séries de TV, demonstrando a abrangência desta história. Psicose é o filme de número 40 de todos os tempos na preferência do grande público.

03 | Rebecca – A Mulher Inesquecível (1940)

Algumas obras de Alfred Hitchcock já ganharam refilmagens declaradas (além das inúmeras “cópias”, referências e homenagens). Nem todas são ruins, como a que Disque M para Matar (1954) recebeu na forma de Um Crime Perfeito (1998). Outras, no entanto, são dispensáveis, vide o próprio Psicose (1998), de Gus Van Sant. Resta saber em qual categoria recairá o remake de Rebecca, programado para o lançamento neste ano. O filme será protagonizado por Lily James e Armie Hammer, e tem direção de Ben Wheatley (Sightseers, 2012). O remake usará como base o livro de Daphne Du Maurier, assim como o original.

Na trama, Joan Fontaine interpreta uma mulher humilde (papel que será de James) que se apaixona pelo aristocrata Max de Winter – papel de Laurence Olivier, que será vivido por Hammer no remake – e os dois iniciam um relacionamento, logo se casando. Como a Sra. de Winter, a protagonista é levada para sua nova propriedade ao lado do marido. No local, ela começa a reparar a grande sombra que a ex-mulher do sujeito, morta em um acidente de barco no ano anterior, ainda faz em todos, inclusive no próprio, que não a esqueceu.

Rebecca foi indicado para nada menos que 11 Oscar, incluindo diretor, roteiro e atores para Olivier e Fontaine; e levou os de Melhor Filme do ano e fotografia em preto e branco. Apesar de muito antigo, ainda consta como número 227 dentre os 250 preferidos do grande público atual no IMDB.

02 | Intriga Internacional (1959)

Inspiração para thrillers de ação e espionagem, como a franquia 007 no cinema, Intriga Internacional evoca um tema recorrente na filmografia de Alfred Hitchcock: o homem errado no lugar errado. Aqui, Cary Grant recobra novamente a parceria com o mestre, no papel de um bon vivant publicitário de Nova York que tem a vida transformada num verdadeiro inferno após ser confundido como um agente por espiões internacionais. Outro uso recorrente das tramas do diretor era o subtexto da Guerra Fria.

O caminho do sujeito se cruza com uma bela loira femme fatale, como igualmente não poderia deixar de ser, a dúbia Eve Kendall, papel da vencedora do Oscar Eva Marie Saint. Este é o melhor filme do cineasta a abordar tais temas, e o que os resume de forma mais eficiente. O longa é inclusive dono de algumas das cenas mais memoráveis e grandiosas do cinema, como a perseguição do avião no milharal e o clímax no monumento Mount Rushmore.

Intriga Internacional é o filme de número 99 de todos os tempos na preferência do grande público, e recebeu 3 indicações ao Oscar: melhor roteiro original, direção de arte e edição.

E o melhor filme de Alfred Hitchcock é…

01| Janela Indiscreta (1954)

Talvez o segundo filme mais famoso da filmografia de Alfred Hitchcock, atrás somente de Psicose (1960), Janela Indiscreta chega em primeiro lugar da nossa lista. Como dissemos no início, a apuração foi baseada no gosto do grande público somado a avaliação dos críticos. Tenha em mente também, que a cada geração estas avaliações mudam, e certos filmes sobem, enquanto outros descem no gosto geral. Tudo varia de acordo com o período pelo qual nossa sociedade passa nestes momentos.

Atualmente, o paladar geral optou por eleger este suspense, que traz novamente James Stewart como protagonista. Curiosamente, este é o filme que mais tem a ver com o momento pelo qual estamos passando com a crise do coronavírus. Assim como a população mundial, o protagonista L.B. Jeffries (Stewart) passa por uma reclusão social imposta, não devido a um vírus, mas sim a uma perna quebrada num acidente de trabalho – ele é fotógrafo.

Naquela época, no entanto, não existia Instagram, Smartphones ou sequer Internet. Nem ao menos Netflix, canais de streaming ou TV a cabo. Já imaginou ficar em casa assim? Tudo o que resta para este sujeito de espírito aventureiro, que adora sua liberdade, é espionar os vizinhos, já que a janela traseira (daí o título original) de seu apartamento dá de frente para um condomínio, no qual começa a viver o dia a dia de cada morador. Ah sim, as constantes visitas de sua namorada da alta sociedade também ajudam, ainda mais quando ela possui as formas de Grace Kelly – musa definitiva do diretor.

Tudo ia bem e monótono, até que o sujeito começa a suspeitar que um dos vizinhos possivelmente tenha assassinado a própria esposa. E daí começa um eletrizante jogo de mistério, que é um dos grandes filmes de suspense da história do cinema. Janela Indiscreta é o filme de número 52 no IMDB, e foi indicado para 4 Oscar: diretor, roteiro, fotografia e som.

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Os 10 Melhores Filmes de Alfred Hitchcock – 40 Anos Sem o Diretor

Considerado o maior diretor de cinema de todos os tempos por grande parte do público, o britânico Alfred Hitchcock é uma verdadeira lenda da sétima arte. Um dos nomes mais notáveis de sua área a ter pisado neste planeta, Hitchcock é também conhecido pela alcunha “o mestre do suspense”. A última quarta-feira, dia 29 de abril, foi uma data especial para os fãs do diretor: há exatos 40 anos estamos órfãos de seu talento. O cineasta faleceu aos 80 anos de idade, em 1980, na data citada.

Dono de um currículo de mais de 70 créditos como diretor, e 5 indicações ao Oscar, Hitchocock ganhou um prêmio honorário da Academia em 1968. Mais importante que isso é o fato do artista ter sido, e seguir desta forma, influente para gerações de jovens cineastas. Sendo assim, é claro que não poderíamos deixar de homenagear um dos grandes nomes de cinema, que está diretamente atrelado à paixão de assistir a um filme.

Aqui, o CinePOP tentará uma matéria audaciosa: ranquear os 10 melhores filmes de Alfred Hitchcock. Para a ingrata tarefa – já que suas obras-primas vivem constantemente mudando posição em nossos gostos – foi feito um apanhado das notas da imprensa especializada e do grande público para tirarmos uma média. Assim, como deve ser, criando uma lista bem eclética com a voz de todos. Sem mais delongas, vamos conhecer os filmes mais amados de Alfred Hitchcock – neste momento.

10 | Festim Diabólico (1948)

Igualmente um favorito pessoal, Rope, como é conhecido em seu título original, é baseado na peça de Patrick Hamilton. E de fato o filme se comporta justamente como uma obra teatral, passado inteiramente num único cenário: o apartamento onde ocorreu um assassinato, e logo em seguida, uma festa de aniversário para o morto.

Na trama, dois playboys sádicos (John Dall e Farley Granger) matam um colega, escondem o corpo, permanecem no local e dão uma festa de aniversário para ele. Tudo pela adrenalina de testar sua capacidade e inteligência, tripudiando dos convidados (familiares e amigos). Os dois não contavam, no entanto, com a perspicácia de um antigo professor, papel de James Stewart – usual colaborador de Hitchcock.

Além de todos os atrativos, o diretor ainda quebra paradigmas técnicos, que continua inspirando realizadores. No filme, Hitchcock cria a sensação de uma narrativa sem cortes, como se o filme fosse mesmo confeccionado como uma peça de teatro – num longo plano-sequência. Os cortes existem, mas são quase imperceptíveis.

09 | A Dama Oculta (1938)

Parte do acervo dos primeiros filmes britânicos do diretor, este é um dos mais celebrados longas desta sua fase. O filme possui elogio de gente tarimbada, como o diretor francês Fançois Truffaut (que o considerava seu filme preferido de Alfred Hitchcock) e do igualmente lendário Orson Welles, que supostamente teria assistido ao longa 11 vezes.

Na trama, baseada na história ‘The Wheel Spins’, de Ethel Lina White, a jovem Iris Henderson (Margaret Lockwood) está em viagem pela Europa, onde conhece a simpática governanta, Senhora Froy (papel da Dama May Whitty). Porém, a mulher desaparece no trem, e ninguém acredita na história de Iris de que ela estava a bordo. Assim, a jovem faz de sua missão descobrir o paradeiro da “dona que desapareceu”, como diz o título original.

Assim como todos os filmes de Hitchcock, A Dama Oculta foi usado como referência em diversas produções cinematográficas. Curiosamente, o diretor disse que a obra foi em partes baseada numa história real, ocorrida em Paris na década de 1880. A lenda diz que um famoso hotel teria “desaparecido” com uma mulher, a quem a filha estava buscando, a fim de ocultar o fato de que ela estava com a peste bubônica – evitando um potencial esvaziamento da cidade e sua falência.

08 | Interlúdio (1946)

Muitos citam as parcerias do mestre do suspense com suas famosas loiras, vide Grace Kelly e Tippi Hedren, mas esquecem que antes disso ele teve uma frutífera colaboração com uma musa morena do cinema: a sueca Ingrid Bergman (Casablanca), vencedora de 3 Oscar. A estreia da dupla foi em Quando Fala o Coração (1945) e terminou em Sob o Signo de Capricórnio (1949). Num total de três filmes juntos, Interlúdio se encaixa no meio.

Adicionado em 2006 ao registro nacional de cinema pela Biblioteca do Congresso Norte Americano, o filme tem como pano de fundo nossa cidade brasileira do Rio de Janeiro. É no local que se encontram simpatizantes nazistas que o governo americano quer prender. Para tal, o agente Devlin (papel de Cary Grant – outro grande colaborador de Hitchcock) alista a ajuda de uma mulher, Alicia (papel de Bergman). Ou devemos dizer, a obriga a espionar os nazistas no Brasil, após a prisão de seu pai – parte do grupo criminoso.

O agente e a mulher se envolvem amorosamente, e o sujeito começa a protestar sobre o uso dela, que começa a correr risco sério, para seus superiores. Interlúdio foi indicado para 2 prêmios no Oscar: melhor roteiro e ator coadjuvante para Claude Rains, que vive o vilão Alexander Sebastian.

07 | A Sombra de uma Dúvida (1943)

Outro grande trabalho influente do diretor, A Sombra de uma Dúvida foi indicado ao Oscar de melhor roteiro original. Dizemos que um pai nunca deve escolher seu filho favorito, e os filmes de um diretor são como seus filhos. Mas Hitchcock não se importava com isso, e declarou este longa como o seu favorito em seu currículo. Amor compartilhado pela protagonista da obra, a atriz Teresa Wright.

Na história, Wright interpreta uma jovem cansada de sua vida pacata junto à família, os pais e a irmã. Tudo muda quando o cosmopolita sofisticado tio Charlie (Joseph Cotten) chega para passar uma temporada. Seu charme conquista todos e a sobrinha começa a viver a melhor época de sua vida. No entanto, este é um filme de Hitchcock, e logo ela começa a desconfiar do verdadeiro caráter de seu tio, quando pistas começam a somar sobre sua possível identidade secreta como um perigoso assassino. O diretor havia cogitado seu usual colaborador Cary Grant para o papel do tio Charlie.

06 | Pacto Sinistro (1951)

Indicado ao Oscar de fotografia em preto e branco, nem precisa dizer que Pacto Sinistro é outro dos filmes muito homenageados de Alfred Hitchcock. Aqui, dois estranhos se encontram num trem, daí o título original Strangers on a Train, e um deles propõe uma troca macabra. Guy Haines é um famoso tenista com problemas com a esposa, que não quer lhe dar o divórcio apesar das inúmeras traições por parte dela. Bruno Antony, o tal estranho, o reconhece, e faz uma proposta mais que indecente: matar a mulher do famoso, em troca do tenista eliminar seu pai dominador.

Bruno Antony é na realidade um homem desequilibrado, e um dos maiores vilões num filme de Hitchcock. Convincentemente interpretado por Robert Walker, Bruno se tornou um dos grandes personagens no hall do mestre. Infelizmente, Walker viria a tirar a própria vida no mesmo ano do lançamento do filme, por não conseguir superar a separação com a mulher, a atriz Jennifer Jones, agora casada com o mega empresário David O. Selznick. O protagonista Guy é vivido por Farley Granger, de Festim Diabólico, agora fazendo um herói. Pacto Sinistro é baseado no livro da lendária autora Patricia Highsmith.

05 | Um Corpo que Cai (1958)

Considerado por muitos como o melhor filme de Hitchcock, Vertigo, no seu título original, chega em quinto lugar de nossa lista. Agora começamos a adentrar o terreno dos filmes unânimes do diretor, e que fazem parte dos preferidos do grande público no IMDB. Um Corpo que Cai é o filme de número 90 dentre os favoritos de todos os tempos. O filme foi indicado para 2 Oscar: melhor direção de arte e som.

Baseado no livro francês “D’Entre Les Morts”, de Pierre Boileau e Thomas Narcejac, o filme faz menção a elementos sobrenaturais – como possessão espiritual – em sua história. Curiosamente conhecido como A Mulher que Viveu Duas Vezes em Portugal, que é um grande spoiler em sua trama, Um Corpo que Cai é protagonizado mais uma vez por James Stewart, que interpreta o detetive particular Scottie. Ele é contratado por um antigo colega para seguir sua esposa, quem ele acredita que tenha sido possuída pelo espírito de uma parente falecida.

Após o aparente suicídio da mulher, o detetive se depara com uma sósia dela, a quem ele começa a investigar. Ah sim, um dos fortes temas da obra, como diz seu título original, é o medo de altura, ou vertigem, o que leva o protagonista a abandonar a força policial, num acidente em que quase cai do telhado em uma perseguição. Co-protagonizando ao lado de Stewart, Kim Novak é a musa de Hitchcock que possui a oportunidade de interpretar dois papeis no mesmo filme – ou quase. Em Um Corpo que Cai, o diretor tem a chance de criar novas técnicas de filmagem inovadoras, que dão forte senso de profundidade, além da famosa “viagem psicodélica” do personagem principal.

04 | Psicose (1960)

O que dizer sobre Psicose que já não tenha sido muito dito. Este suspense/terror é o filme mais famoso da carreira do diretor e o que vem imediatamente à cabeça de todos os fãs de cinema. Seja por sua trilha sonora marcante, criada por Bernard Hermann, ou pela icônica cena do chuveiro (muito homenageada, falada e satirizada), Psicose é o filme favorito de muitos amantes do suspense, e pode ser considerada uma das obras definitivas do gênero. O longa é baseado no livro de Robert Block e usou como fonte o psicopata da vida real Ed Gein.

Psicose foi indicado para 4 Oscar: melhor diretor, atriz coadjuvante para Janet Leigh, fotografia em preto e branco e direção de arte. A famosa casa dos Bates é uma das construções mais reconhecíveis da sétima arte e se encontra até hoje no lote da Universal Pictures. A trama todos conhecem, e fala sobre uma mulher roubando uma grande quantia de seu chefe, e se deparando com o Bates Motel numa estrada. Ela se hospeda e no local encontra seu fatídico destino ao cruzar caminho com os donos do estabelecimento, Norman Bates (Anthony Perkins) e sua “mãe”.

Psicose gerou três sequências, uma refilmagem e duas séries de TV, demonstrando a abrangência desta história. Psicose é o filme de número 40 de todos os tempos na preferência do grande público.

03 | Rebecca – A Mulher Inesquecível (1940)

Algumas obras de Alfred Hitchcock já ganharam refilmagens declaradas (além das inúmeras “cópias”, referências e homenagens). Nem todas são ruins, como a que Disque M para Matar (1954) recebeu na forma de Um Crime Perfeito (1998). Outras, no entanto, são dispensáveis, vide o próprio Psicose (1998), de Gus Van Sant. Resta saber em qual categoria recairá o remake de Rebecca, programado para o lançamento neste ano. O filme será protagonizado por Lily James e Armie Hammer, e tem direção de Ben Wheatley (Sightseers, 2012). O remake usará como base o livro de Daphne Du Maurier, assim como o original.

Na trama, Joan Fontaine interpreta uma mulher humilde (papel que será de James) que se apaixona pelo aristocrata Max de Winter – papel de Laurence Olivier, que será vivido por Hammer no remake – e os dois iniciam um relacionamento, logo se casando. Como a Sra. de Winter, a protagonista é levada para sua nova propriedade ao lado do marido. No local, ela começa a reparar a grande sombra que a ex-mulher do sujeito, morta em um acidente de barco no ano anterior, ainda faz em todos, inclusive no próprio, que não a esqueceu.

Rebecca foi indicado para nada menos que 11 Oscar, incluindo diretor, roteiro e atores para Olivier e Fontaine; e levou os de Melhor Filme do ano e fotografia em preto e branco. Apesar de muito antigo, ainda consta como número 227 dentre os 250 preferidos do grande público atual no IMDB.

02 | Intriga Internacional (1959)

Inspiração para thrillers de ação e espionagem, como a franquia 007 no cinema, Intriga Internacional evoca um tema recorrente na filmografia de Alfred Hitchcock: o homem errado no lugar errado. Aqui, Cary Grant recobra novamente a parceria com o mestre, no papel de um bon vivant publicitário de Nova York que tem a vida transformada num verdadeiro inferno após ser confundido como um agente por espiões internacionais. Outro uso recorrente das tramas do diretor era o subtexto da Guerra Fria.

O caminho do sujeito se cruza com uma bela loira femme fatale, como igualmente não poderia deixar de ser, a dúbia Eve Kendall, papel da vencedora do Oscar Eva Marie Saint. Este é o melhor filme do cineasta a abordar tais temas, e o que os resume de forma mais eficiente. O longa é inclusive dono de algumas das cenas mais memoráveis e grandiosas do cinema, como a perseguição do avião no milharal e o clímax no monumento Mount Rushmore.

Intriga Internacional é o filme de número 99 de todos os tempos na preferência do grande público, e recebeu 3 indicações ao Oscar: melhor roteiro original, direção de arte e edição.

E o melhor filme de Alfred Hitchcock é…

01| Janela Indiscreta (1954)

Talvez o segundo filme mais famoso da filmografia de Alfred Hitchcock, atrás somente de Psicose (1960), Janela Indiscreta chega em primeiro lugar da nossa lista. Como dissemos no início, a apuração foi baseada no gosto do grande público somado a avaliação dos críticos. Tenha em mente também, que a cada geração estas avaliações mudam, e certos filmes sobem, enquanto outros descem no gosto geral. Tudo varia de acordo com o período pelo qual nossa sociedade passa nestes momentos.

Atualmente, o paladar geral optou por eleger este suspense, que traz novamente James Stewart como protagonista. Curiosamente, este é o filme que mais tem a ver com o momento pelo qual estamos passando com a crise do coronavírus. Assim como a população mundial, o protagonista L.B. Jeffries (Stewart) passa por uma reclusão social imposta, não devido a um vírus, mas sim a uma perna quebrada num acidente de trabalho – ele é fotógrafo.

Naquela época, no entanto, não existia Instagram, Smartphones ou sequer Internet. Nem ao menos Netflix, canais de streaming ou TV a cabo. Já imaginou ficar em casa assim? Tudo o que resta para este sujeito de espírito aventureiro, que adora sua liberdade, é espionar os vizinhos, já que a janela traseira (daí o título original) de seu apartamento dá de frente para um condomínio, no qual começa a viver o dia a dia de cada morador. Ah sim, as constantes visitas de sua namorada da alta sociedade também ajudam, ainda mais quando ela possui as formas de Grace Kelly – musa definitiva do diretor.

Tudo ia bem e monótono, até que o sujeito começa a suspeitar que um dos vizinhos possivelmente tenha assassinado a própria esposa. E daí começa um eletrizante jogo de mistério, que é um dos grandes filmes de suspense da história do cinema. Janela Indiscreta é o filme de número 52 no IMDB, e foi indicado para 4 Oscar: diretor, roteiro, fotografia e som.

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