Como o berço da cultura pop no audiovisual, os anos 80 foram definitivamente inesquecíveis. Tanto que hoje, ainda muito celebrados na cultura pop, existe um grande movimento nostálgico que vive retornando para esta década. Diversos resistentes produtores de mídia física apostam em coleções do período, com obras mais cult e não tão badaladas, mas que marcaram época para os que nela viveram. E até mesmo a rede Globo aderiu ao movimento presenteando os fãs na TV aberta todo sábado com alguma obra do período.
‘Curtindo a Vida Adoidado’, ‘Top Gun’, ‘Um Tira da Pesada’, ‘Os Caça-Fantasmas’, ‘Indiana Jones’, ‘De Volta para o Futuro’, ‘Star Wars’, ‘Mad Max’, ‘E.T.’, ‘Rambo’, ‘Karatê Kid’ e ‘Os Goonies’ são alguns dos títulos mais emblemáticos do período, por exemplo. Mas existe também o lado B da coisa. Ou seja, aqueles filmes que quase ninguém lembra ou comenta. E pior ainda, que muitos sequer sabiam que existem. Abaixo selecionamos alguns dos mais obscuros para você ampliar seu repertório e quem sabe procurar para assistir. Confira.
Lua de Mel Assombrada (1986)
‘Wonka’ com Timothée Chalamet está atualmente em cartaz nos cinemas pelo mundo, encantando plateias com seu teor família, que casa muito bem com o feriado de fim de ano. Mas, como os cinéfilos sabem bem, o primeiro Willy Wonka das telonas foi o saudoso gênio cômico Gene Wilder em ‘A Fantástica Fábrica de Chocolate’.
Voltando 37 anos no passado, encontrávamos Wilder protagonizando, dirigindo e roteirizando essa comédia com tintas de terror sobrenatural, sobre uma mansão assombrada. No filme, ele faz par com sua esposa da vida real, a também humorista Gilda Radner.
Mande Lembranças para Broad Street (1984)
Quando pensamos em filmes de 1984, automaticamente lembramos de ‘Um Tira da Pesada’, ‘Os Caça-Fantasmas’, ‘Indiana Jones’, ‘Karatê Kid’ e ‘O Exterminador do Futuro’. Mas você sabia que o eterno Beatle Paul McCartney também estreava nos cinemas no mesmo ano?
Com roteiro escrito pelo próprio, ‘Mande Lembranças para Broad Street’ é uma aventura com o cantor interpretando ele mesmo, em busca da fita de sua mais recente gravação, que desapareceu. Vale, é claro, pela trilha sonora, que inclui a apaixonante ‘No More Lonely Nights’.
O Homem das Cavernas (1981)
Por falar na maior banda de todos os tempos, os Beatles, não foi apenas o líder Paul McCartney que lançou um filme nos anos 1980. Três anos antes do frontman, o baterista Ringo Starr estrelava essa comédia escrachada sobre um homem das cavernas disputando o amor de uma mulher das cavernas com um pretendente mais forte. O filme tem participação de Dennis Quaid, Shelley Long e da esposa de Starr, Barbara Bach (de ‘O Espião que me Amava’), e muitos dinossauros em stop-motion.
Batendo de Frente (1989)
Os anos 1980 ficaram marcados no cinema, entre inúmeras outras produções lendárias, pela franquia ‘Karatê Kid’. O filme ganhou até mesmo um desenho animado e uma linha de bonecos. Afinal, ninguém jamais esquecerá o eterno mestre Sr. Miyagi. Mas você lembra de algum outro papel do intérprete do personagem, Pat Morita? No mesmo ano do terceiro ‘Karatê Kid’, ele vivia um policial neste buddy cop movie, no qual faz uma parceria inusitada com o apresentador e humorista queixudo Jay Leno.
Bicicletas Voadoras (1983)
Hoje, Nicole Kidman é uma das maiores estrelas de Hollywood, dona de inúmeros sucessos de bilheteria e de sua própria estatueta do Oscar. Mas, voltando 40 anos no passado, quando ainda era uma ilustre desconhecida, uma Nicole Kidman bem jovenzinha estrelou essa produção de sua terra natal, a Austrália, que serviu para divulgar as bicicletas BMX e mostrar o quanto podiam ser radicais. Um produto tipicamente dos anos 80.
Palco de Ilusões (1988)
O astro Tom Hanks ficará para sempre marcado em nossos corações como ‘Forrest Gump’ – no qual atuou ao lado de Sally Field, que interpretou sua mãe. Porém, essa não foi a primeira colaboração da dupla. Seis anos antes, Field (que é só 10 anos mais velha que Hanks) vivia uma dona de casa aspirante a humorista, no melhor estilo ‘Maravilhosa Sra. Maisel’, que recebe ajuda de um comediante experiente (papel de Hanks), mas logo se vê competindo com ele por uma vaga na TV.
Um Frio Corpo Sem Alma (1985)
Agora temos um filme de terror na lista. Mas não um filme qualquer, e sim um dirigido por um verdadeiro mestre do gênero: Wes Craven. Como sabemos, o cineasta foi o responsável pela criação de dois ícones da sétima arte e do cinema de gênero: Freddy Krueger em ‘A Hora do Pesadelo’ e Ghostface em ‘Pânico’. Um ano depois de criar Freddy, o saudoso realizador lançava esse filme feito para a TV, sobre um rico executivo que, após morrer, é congelado em um experimento revolucionário e revivido. Porém, retorna sem alma. Está aí um filme que merecia uma nova versão.
O Pequeno Mágico (1982)
Quando pensamos em Francis Ford Coppola, é claro que a trilogia ‘O Poderoso Chefão’ é a primeira coisa que nos vem à mente. Logo em seguida podemos citar ‘Apocalipse Now’, ‘A Conversação’ e até ‘Drácula de Bram Stoker’. Mas um que definitivamente ninguém irá mencionar é ‘O Pequeno Mágico’, filme produzido por Coppola e lançado no mesmo ano de sucessos como ‘E.T. – O Extraterrestre’, ‘Rambo’ e ‘Blade Runner’. O longa conta com Raul Julia e Teri Garr no elenco, mas quem protagoniza é Griffin O’Neal, no papel do menino Danny Masters, filho de um grande ilusionista que desafiava a morte em fugas impossíveis. O menino deseja seguir os passos do falecido pai.
PK & Companhia (1987)
Não dá para falar nos anos 80, sem lembrar de Molly Ringwald. A ruivinha mais famosa da década foi a estrela de produções de John Hughes ainda muito queridas, como ‘Clube dos Cinco’, ‘Gatinhas e Gatões’ e ‘A Garota de Rosa-Shocking’. Mas nem todos os filmes de Ringwald no período são famosos. Como, por exemplo, o caso com este drama ‘PK & Companhia’, no qual interpreta a personagem título e que aborda temas pesados como o abuso sexual e o estupro.
Ela foge de casa pois é constantemente assediada pelo padrasto. E encontra abrigo com Kid (Paul Le Mat), que está a caminho de uma competição de queda de braço. Sim, nos anos 80 isso era uma coisa real, que o diga ‘Falcão – O Campeão dos Campeões’, com Sylvester Stallone, lançado no mesmo ano deste.
A Ilha de Tanya (1980)
Deixamos o item mais bizarro para o final. Muitos podem não saber ou lembrar, mas a bela figura da morena Vanity marcou os anos 80. Também modelo e cantora, a bela Vanity faleceu em 2016 aos 57 anos. A atriz marcou a década com participações em filmes cult como ‘O Último Dragão’, ‘O Trem do Terror’, ‘Nenhum Passo em Falso’, ‘Operação Stargrove’, ‘Ilusão Fatal’ e ‘Action Jackson’, além de séries como ‘Miami Vice’, ‘Loja do Terror’ (a série de ‘Sexta-Feira 13’) e ‘Contos da Cripta’.
Mas o primeiro trabalho da então modelo como atriz foi em ‘A Ilha de Tanya’, na qual interpreta a personagem principal – e aparece bem à vontade, nua em quase todo o filme (algo que o trabalho como modelo a facilitou). Em uma espécie de ‘A Lagoa Azul’ bizarro, imagine uma mistura de ‘King Kong’ e ‘Um Hóspede do Barulho’ com soft porn. Um casal viaja para uma ilha paradisíaca, e no logo encontra um gorila humanoide que se afeiçoa pela mulher.