Os Melhores Álbuns do Ano (Até Agora)

Fiona AppleDua LipaMandy Moore.

O que esses três nomes têm em comum? Voltaram a nos conquistar com seus incríveis álbuns, aumentando nossas expectativas para os lançamentos de 2020 e para o retorno glorioso da música ao patamar que tinha no começo da década passada.

É claro que o ano ainda está longe de acabar, mas não pudemos deixar de mencionar as melhores produções fonográficas até agora. Por isso, confira nossa breve lista abaixo e conte para nós qual o seu favorito:

7. HIGH ROAD, Kesha

“De fato, o impactante classicismo do começo da década passada deixa de existir em prol de uma fusão do pop com um rap mais brando e lapidado, por assim dizer. Em outras palavras, a bem-vinda brutalidade encontra um equilíbrio com a cândida (e irreverente, não se deixem enganar) personalidade da lead singer“My Own Dance”, por exemplo, nos recorda em ritmo e em visual da polêmica era Bangerz de Miley Cyrus, ao passo que se situa em um nicho único. Na verdade, as quatro primeiras tracks pulsam com esteroides sintéticos, desconstruindo e reconstruindo dentro de seus próprios termos um respaldo que outrora acharíamos saturado – o que é interessante, visto que grande parte dos cantores e compositores agora se rendeu à ascensão inexplicável do trap music.” – Thiago Nolla

6. SILVER LANDINGS, Mandy Moore

“Ainda que repetitivo no ouvido de certos fãs, Silver Landings deixa claro que sua identidade é a mais pura possível, por vezes utilizando-se de instrumentais familiares; porém, a condução de Moore e das vozes secundárias é competente o bastante para nos arrebatar logo no primeiro refrão, como acontece no dramático escopo de “Fifteen” e “Easy Target”, que compartilham uma progressão similar, ainda que tragam letras complementares e antitéticas. Mesmo assim, o que nos mais chama a atenção é a delicadeza com a qual a equipe técnica trata todas as tracks, prezando pela expansão vocal da lead singer e por rendições que oscilam do naturalismo blasé até à comovente teatralidade cultivada por uma arte mais sinestésica que meramente consumível.” – Thiago Nolla

5. AVES DE RAPINA (OST), Vários Artistas

“A proeminência de Doja Cat abre a produção com a incrível “Boss Bitch” que, mesmo seguindo uma construção já ouvida antes (ainda mais quando pensamos na transição dos anos 2000 para os 2010), transborda com um delicioso rap guiado por sintetizadores do electro e do dance-pop, entregando uma rendição frenética e inebriante ao extremo – sabendo o momento certo de recuar para um instrumental mais densa e de utilizar os familiares moduladores de voz. Pouco depois, é a vez de Charlotte Lawrence brilhar com as samples emprestadas de Nina Simone em “Joke’s On You”, ganhando um espaço mais que merecido e pavimentando uma trajetória rumo a uma discografia de bastante sucesso.” – Thiago Nolla

4. AFTER HOURS, The Weeknd

“A produção é essencialmente guiada pelas tendências vanguardistas dos anos 1970 e 1980, aproveitando esse revolucionário momento para imprimir características próprias e que ficaram em segundo em plano em meio ao crescimento do pop com nomes como Madonna e Michael Jackson. Enquanto as lendas da música ficaram a encargo de auxiliar Dua Lipa e Lady Gaga a resgatarem esse sentimento nostálgico em suas obras, a banda britânica A.R. Kane serviu como mote para que o performer desse vida a catorze novas faixas que beiram a perfeição. O CD parte da premissa imersiva do dream-pop, logo de cara nos convidando a uma sinestésica viagem que se inicia com a enriquecida e preliminar “Alone Again” – um título um tanto quanto curioso para dar início a essa jornada, mas que funciona em todos os seus aspectos e cultiva um misticismo sonoro levado com solidez para o restante das canções.” – Thiago Nolla

3. SAWAYAMA, Rina Sawayama

SAWAYAMA, como fica conhecido o CD, começa de um jeito bastante inesperado. Apesar de rotulado como o gênero pop – que faz sentido, considerando as canções promocionais -, as iterações se aproximam muito mais de um heavy metal e de um nu-metal vibrante, colorido, permeado por guitarras impactantes e rendições vocais que se assemelham à perfeição operística de Tarja Turunen e que rendem explorações diversas conforme nos deliciamos com treze irretocáveis faixas. “Dynasty” dá a abertura com um ressonante órgão antes de se dispersar em uma letra romântico-épica que cresce a cada nova batida e mergulha numa atmosfera dark e envolvente após o primeiro refrão. Logo de cara, percebemos que a iteração entra em uma teatral contradição com “Snakeskin”, balada que se constrói apenas através do piano e dos sintetizadores muito bem colocados.” – Thiago Nolla

2. FUTURE NOSTALGIA, Dua Lipa

Dua Lipa prova que veio para ficar – e que está pronta para fazer parte das A-Lists da esfera musical. Ao longo de onze canções unidas em um mesmo pano de fundo e convergindo para uma homenagem aplaudível àquilo que a inspira desde sempre, a cantora representa uma urgência coletiva, um pastiche cultural que é canalizado sem qualquer presunção (e era de se esperar que alguém recuperasse a união de vários segmentos, visto que há tempos não víamos isso com tanta expressividade no panorama geral). “Cool”, por exemplo, exala as repetições clássicas de bandas como Pearl Jam e mostra como alinhar os acordes retumbantes da bateria eletrônica e os bruscos cortes antes de voltar ao seu escopo onírico; “Physical” faz uma impactante e sexy declaração de amor a Olivia Newton-John e nos convida para dançar como se não houvesse amanhã; e “Break My Heart”, último single divulgado, deixaria Diana Ross muito orgulhosa.” – Thiago Nolla

1. FETCH THE BOLT CUTTERS, Fiona Apple

“Durante os meses que antecederam o lançamento do CD, Apple deixou bem claro que construiria uma perspectiva bastante manufaturada e pessoal; não é surpresa que tenha trabalhado grande parte em um estúdio caseiro em Venice Beach (o mesmo lugar que inspiraria Lana Del Rey a dar vida às suas idílicas composições), utilizando instrumentos bastante simples e transgredindo as sonoridades do piano, do baixo e da guitarra em rendições espetaculares, extremamente vanguardistas e que misturam elementos de inúmeros gêneros sem ao menos se aproximar de algum deles – algo extremamente difícil de se fazer. A faixa inicial, “I Want You To Love Me”, parece ser tirado de uma das suits de comédias dramáticas indies e que giram em torno de donas de casa, girando em torno de um poderoso piano que mergulha num mundo único e transbordando em aventuresco potencial.” – Thiago Nolla

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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