domingo , 22 dezembro , 2024

‘Os Novos Mutantes’ | 5 motivos que o tornam o pior filme da franquia ‘X-Men’

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Após ter sido chamado de “o pior de todos os filmes da franquia X-Men” pelo crítico Scott Mendelson, Os Novos Mutantes (The New Mutants) poderia estrear diretamente via on demand no Brasil, mas a Disney acaba de lançar o filme nos cinemas. Sim, depois de três anos de adiamentos, já é possível finalmente assistir a produção.

Com os brasileiros Alice Braga (Eduardo e Mônica) e Henry Zaga (da série 13 Reason Why e Trinkets) no elenco, a Fox aposta na curiosidade do público em conferir os 90 minutos insossos da produção.



Crítica | Os Novos Mutantes – Uma ‘Malhação’ com poderes especiais

Se você quer saber a razão do adjetivo anterior, o CinePOP te apresenta cinco motivos. 

Assista também:
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Já se prepare para as decepções de um promissor elenco e até mesmo da direção do aclamado Josh Boone, responsável pelo adorável A Culpa é das Estrelas (2014). Se você achou que Fênix Negra (2019) tinha sido um equívoco, imagine cinco adolescentes trancados em um hospital abandonado sem aventura, conflito ou uma boa razão que justifique a marca X-Men relacionada ao projeto.

5. A Incompatibilidade de Gêneros 

Quando vendido para os estúdios, o projeto Os Novos Mutantes era a ideia de O Clube dos Cinco (1985), de John Hughes, dentro de uma atmosfera de horror com o chamariz de ser um spin-off da franquia X-Men. Apoiado em dois elementos bem sucedidos anteriormente, a produção prometia audiência. Primeiro, X-Men: Primeira Classe (2011) tinha sido um sucesso de público e crítica, o que levou a produção de mais três, já questionáveis, filmes. Segundo, o mesmo enredo de amadurecimento e horror tornou-se um fenômeno estrondoso com It: A Coisa (2017). 

Ou seja, o diretor e roteirista Josh Boone fez o pitch certo para os produtores, no entanto, a resultado não saiu conforme a encomenda. A Fox ficou tão descontente com o corte inicial que o estúdio discutiu uma refilmagem total. A tal fantasia sombria adolescente foi vítima também da fusão do estúdio e das incertezas sobre o que seria um filme da Disney. Com certeza, não é isso.

4. Não é Assustador 

Uma das premissas da produção era o lado sombrio com direito a pulos dos espectadores da cadeira, tal como o já mencionado, It: A Coisa (2017), de Andy Muschietti. Infelizmente, nada no filme é aterrorizante, os personagens são perseguidos por seus piores medos, isto é, seus traumas. Algo que a gente já viu em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (2004). No terceiro filme da saga, o Professor Lupin (David Thewlis) ensina aos alunos como enfrentar o Bicho-Papão, que, por sua vez, transforma-se no medo de quem olha para ele. 

Portanto, para acabar com o “vilão” de Os Novos Mutantes era só pegar uma varinha e gritar o feitiço Riddikulus. Brincadeiras à parte, a sensação é de que os adolescentes não correm nenhum perigo e não têm nenhum verdadeiro desafio a não ser fugir do confinamento. A Dra. Reyes (Alice Braga) é a personagem mais inócua do filme e não representa um grande obstáculo aos adolescentes tal como é pressuposto no roteiro.

3. Super-Heróis Não Existem 

Rahne Sinclair (Maisie Williams), Illyana Rasputin (Anya Taylor-Joy), Sam Guthrie (Charlie Heaton) e Roberto da Costa (Henry Zaga) são quatro adolescentes confinados em um hospital sem nenhuma atividade aparente, a não ser terapia em grupo. Isto é, não é um cenário acadêmico como o do Professor Xavier, que os próprios personagens citam no filme. Os jovens não se desafiam, não treinam e, no máximo, a novata do grupo sofre bullying de boas-vindas. 

O objetivo do confinamento é fazer com que os jovens conheçam os seus poderes e não ofereçam riscos à sociedade. Neste ambiente decadente, é inserida a jovem Danielle Moonstar (Blu Hunt), única sobrevivente de um cataclisma que destruiu toda sua comunidade. O parco mistério do filme é descobrir qual o poder da menina e o combate final é mais vergonhoso do que o de Esquadrão Suicida (2016). Sem ameaças, sem heroísmos.

2. Melodrama Adolescente fantasiado de Aventura

Como dito antes, o principal erro de lançamento desta história é a sua vinculação à saga X-Men. Jovens mutantes são vistos em outras aspirantes obras, como Mentes Sombrias (2018), Poder Sem Limites (2012) e Os Incríveis (2004). Normalmente, os protagonistas enfrentam os dilemas de lidar com os seus poderes, as responsabilidades sociais e suas consequências, contudo, essas questões são retiradas do roteiro de Josh Boone e Knate Lee para dar espaço ao passado dos personagens em razão de explicar os pesadelos de cada um deles.

Um ponto positivo do filme é o desenvolvimento romance lésbico entre Danielle e Rahne, no entanto, ele toma grande parte da trama de 1h30 e torna-se o gatilho emocional para a confusa batalha final. É a única ação que ocorre no tempo presente, porque os outros personagens parecem pouco interessados no presente ou futuro. Eles vivem com os fantasmas do passado sem saber como lidar, exceto Illyana Rasputin.

1.Personagens Pouco Empáticos, exceto Rasputin

Apesar dos atores serem conhecidos de séries e filmes famosos, os seus personagens são distantes de seres excepcionais ou, ao menos, carismáticos em Os Novos Mutantes. Podemos traçar um paralelo com o desapontamento do filme Vidro (2019), de M. Night Shyamalan, em que bons personagem no somatório de uma história sem auge deu bastante errado. A atuação de Anya Taylor-Joy em Fragmentado (2017) foi maravilhosa, contudo em Vidro, a sua personagem Cassidy soou assombrosamente deslocada.

Na produção da Fox, Anya Taylor-Joy se sobressai por apresentar uma personagem mais instigante, isto é, a única que conseguiu criar um plano de fuga para os seus temores através do seu fantoche, o qual revela-se uma boa surpresa no final. Seus poderes são mais fortes que os dos demais e a sua personalidade mais altiva. É possível que um enredo em que Illyana Rasputin fosse realmente a grande vilã seria mais interessante. Melhor nem mencionar o quanto os personagens masculinos são sonolentos. 

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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Com os brasileiros Alice Braga (Eduardo e Mônica) e Henry Zaga (da série 13 Reason Why e Trinkets) no elenco, a Fox aposta na curiosidade do público em conferir os 90 minutos insossos da produção.

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Se você quer saber a razão do adjetivo anterior, o CinePOP te apresenta cinco motivos. 

Já se prepare para as decepções de um promissor elenco e até mesmo da direção do aclamado Josh Boone, responsável pelo adorável A Culpa é das Estrelas (2014). Se você achou que Fênix Negra (2019) tinha sido um equívoco, imagine cinco adolescentes trancados em um hospital abandonado sem aventura, conflito ou uma boa razão que justifique a marca X-Men relacionada ao projeto.

5. A Incompatibilidade de Gêneros 

Quando vendido para os estúdios, o projeto Os Novos Mutantes era a ideia de O Clube dos Cinco (1985), de John Hughes, dentro de uma atmosfera de horror com o chamariz de ser um spin-off da franquia X-Men. Apoiado em dois elementos bem sucedidos anteriormente, a produção prometia audiência. Primeiro, X-Men: Primeira Classe (2011) tinha sido um sucesso de público e crítica, o que levou a produção de mais três, já questionáveis, filmes. Segundo, o mesmo enredo de amadurecimento e horror tornou-se um fenômeno estrondoso com It: A Coisa (2017). 

Ou seja, o diretor e roteirista Josh Boone fez o pitch certo para os produtores, no entanto, a resultado não saiu conforme a encomenda. A Fox ficou tão descontente com o corte inicial que o estúdio discutiu uma refilmagem total. A tal fantasia sombria adolescente foi vítima também da fusão do estúdio e das incertezas sobre o que seria um filme da Disney. Com certeza, não é isso.

4. Não é Assustador 

Uma das premissas da produção era o lado sombrio com direito a pulos dos espectadores da cadeira, tal como o já mencionado, It: A Coisa (2017), de Andy Muschietti. Infelizmente, nada no filme é aterrorizante, os personagens são perseguidos por seus piores medos, isto é, seus traumas. Algo que a gente já viu em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (2004). No terceiro filme da saga, o Professor Lupin (David Thewlis) ensina aos alunos como enfrentar o Bicho-Papão, que, por sua vez, transforma-se no medo de quem olha para ele. 

Portanto, para acabar com o “vilão” de Os Novos Mutantes era só pegar uma varinha e gritar o feitiço Riddikulus. Brincadeiras à parte, a sensação é de que os adolescentes não correm nenhum perigo e não têm nenhum verdadeiro desafio a não ser fugir do confinamento. A Dra. Reyes (Alice Braga) é a personagem mais inócua do filme e não representa um grande obstáculo aos adolescentes tal como é pressuposto no roteiro.

3. Super-Heróis Não Existem 

Rahne Sinclair (Maisie Williams), Illyana Rasputin (Anya Taylor-Joy), Sam Guthrie (Charlie Heaton) e Roberto da Costa (Henry Zaga) são quatro adolescentes confinados em um hospital sem nenhuma atividade aparente, a não ser terapia em grupo. Isto é, não é um cenário acadêmico como o do Professor Xavier, que os próprios personagens citam no filme. Os jovens não se desafiam, não treinam e, no máximo, a novata do grupo sofre bullying de boas-vindas. 

O objetivo do confinamento é fazer com que os jovens conheçam os seus poderes e não ofereçam riscos à sociedade. Neste ambiente decadente, é inserida a jovem Danielle Moonstar (Blu Hunt), única sobrevivente de um cataclisma que destruiu toda sua comunidade. O parco mistério do filme é descobrir qual o poder da menina e o combate final é mais vergonhoso do que o de Esquadrão Suicida (2016). Sem ameaças, sem heroísmos.

2. Melodrama Adolescente fantasiado de Aventura

Como dito antes, o principal erro de lançamento desta história é a sua vinculação à saga X-Men. Jovens mutantes são vistos em outras aspirantes obras, como Mentes Sombrias (2018), Poder Sem Limites (2012) e Os Incríveis (2004). Normalmente, os protagonistas enfrentam os dilemas de lidar com os seus poderes, as responsabilidades sociais e suas consequências, contudo, essas questões são retiradas do roteiro de Josh Boone e Knate Lee para dar espaço ao passado dos personagens em razão de explicar os pesadelos de cada um deles.

Um ponto positivo do filme é o desenvolvimento romance lésbico entre Danielle e Rahne, no entanto, ele toma grande parte da trama de 1h30 e torna-se o gatilho emocional para a confusa batalha final. É a única ação que ocorre no tempo presente, porque os outros personagens parecem pouco interessados no presente ou futuro. Eles vivem com os fantasmas do passado sem saber como lidar, exceto Illyana Rasputin.

1.Personagens Pouco Empáticos, exceto Rasputin

Apesar dos atores serem conhecidos de séries e filmes famosos, os seus personagens são distantes de seres excepcionais ou, ao menos, carismáticos em Os Novos Mutantes. Podemos traçar um paralelo com o desapontamento do filme Vidro (2019), de M. Night Shyamalan, em que bons personagem no somatório de uma história sem auge deu bastante errado. A atuação de Anya Taylor-Joy em Fragmentado (2017) foi maravilhosa, contudo em Vidro, a sua personagem Cassidy soou assombrosamente deslocada.

Na produção da Fox, Anya Taylor-Joy se sobressai por apresentar uma personagem mais instigante, isto é, a única que conseguiu criar um plano de fuga para os seus temores através do seu fantoche, o qual revela-se uma boa surpresa no final. Seus poderes são mais fortes que os dos demais e a sua personalidade mais altiva. É possível que um enredo em que Illyana Rasputin fosse realmente a grande vilã seria mais interessante. Melhor nem mencionar o quanto os personagens masculinos são sonolentos. 

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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