domingo , 22 dezembro , 2024

Panorama Suíço | Animais (Tiere) – Surreal e macabro à la ‘Twin Peaks’

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Se há algo que amamos no cinema, sem dúvida é a estranheza. Quanto mais enigmática a obra, mais nos envolvemos em uma busca incessante para encontrar seus significados ocultos e resolver seus mistérios, alguns até surreais demais, conceituais demais, para que possamos encontrar um significado. E é nesse clima de surrealista que o longa-metragem ‘Animais’ (‘Tiere’) construí sua narrativa.

O thriller, dirigido pelo diretor polonês, Greg Zglinski, começa tenso e se mantém dentro de sua loucura ao longo de toda a trama. Com situações à la Twin Peaks, a trama apresenta um casal austríaco, o prestigiado chef de cozinha Nick (Philipp Hochmair) e a autora infantil Anna (Birgit Minichmayr), que partem para uma estadia prolongada em um chalé remoto nos Alpes suíços. Eles deixam seu apartamento em Viena sob os cuidados de Mischa (Mona Petri), uma estranha doppelganger para a amante secreta de Nick, Andrea, que mora no mesmo prédio. Logo, coisas estranhas começam a acontecer.



E é nessa premissa típica de qualquer filme de terror convencional que a viagem alucinante se desenvolve, filmada de maneira esplêndida, mérito do diretor, que não teve medo de mergulhar na estranheza do roteiro, auxiliado pela ótima trilha score, que ajuda a tensão a crescer conforme vai se aproximando do final. Além desses fatores, claro, o trio de protagonistas conseguem se sair bem tanto em momentos dramáticos quanto em cenas cômicas ou mesmo assustadoras.

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Por falar em assustador, há muitas passagens macabras, tanto visuais quanto sonoras, remetendo vagamente à Anticristo, de Lars von Trier, principalmente por manter o casal “preso” em uma casa isolada e cercada de alucinações obscuras e, assim como o filme de Trier, explora metáforas e simbolismos, além de propor uma profunda reflexão sobre a natureza e a religião.

Apesar disso, a ritmo é o ponto fraco. Mesmo o roteiro levando a trama para frente, é de forma lenta e, muitas vezes, confusa, necessitando maior envolvimento com o longa para que não haja dispersão, algo que seria solucionado se o filme tivesse alguns minutos a menos. Porém, não chega a atrapalhar o clima de suspense.

‘Animais’ assusta quando se propõe a assustar e nos intriga quando apresenta seu suspense. Algumas cenas ficam presas em nossa mente até mesmo após o final, nos fazendo refletir e buscando compreender tudo que acabamos de assistir. Se gosta dos mundos inexplicáveis criados por David Lynch, dificilmente não vai apreciar esse filme.

No Brasil, o longa-metragem estará no Panorama de Cinema Suíço Contemporâneo, que ocorrerá em São Paulo, no CineSesc, à partir do dia 09 de maio.

Para mais informações, acesse o site do Festival.

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Thiago Munizhttp://cinepop.com.br/
Carioca, 26 anos, apaixonado por Cinema. Venho estudando e vivendo todas as partes da sétima arte à procura de conhecimento da área. Graduando no curso de Cinema e influenciador cinematográfico no Instagram.

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Se há algo que amamos no cinema, sem dúvida é a estranheza. Quanto mais enigmática a obra, mais nos envolvemos em uma busca incessante para encontrar seus significados ocultos e resolver seus mistérios, alguns até surreais demais, conceituais demais, para que possamos encontrar um significado. E é nesse clima de surrealista que o longa-metragem ‘Animais’ (‘Tiere’) construí sua narrativa.

O thriller, dirigido pelo diretor polonês, Greg Zglinski, começa tenso e se mantém dentro de sua loucura ao longo de toda a trama. Com situações à la Twin Peaks, a trama apresenta um casal austríaco, o prestigiado chef de cozinha Nick (Philipp Hochmair) e a autora infantil Anna (Birgit Minichmayr), que partem para uma estadia prolongada em um chalé remoto nos Alpes suíços. Eles deixam seu apartamento em Viena sob os cuidados de Mischa (Mona Petri), uma estranha doppelganger para a amante secreta de Nick, Andrea, que mora no mesmo prédio. Logo, coisas estranhas começam a acontecer.

E é nessa premissa típica de qualquer filme de terror convencional que a viagem alucinante se desenvolve, filmada de maneira esplêndida, mérito do diretor, que não teve medo de mergulhar na estranheza do roteiro, auxiliado pela ótima trilha score, que ajuda a tensão a crescer conforme vai se aproximando do final. Além desses fatores, claro, o trio de protagonistas conseguem se sair bem tanto em momentos dramáticos quanto em cenas cômicas ou mesmo assustadoras.

Por falar em assustador, há muitas passagens macabras, tanto visuais quanto sonoras, remetendo vagamente à Anticristo, de Lars von Trier, principalmente por manter o casal “preso” em uma casa isolada e cercada de alucinações obscuras e, assim como o filme de Trier, explora metáforas e simbolismos, além de propor uma profunda reflexão sobre a natureza e a religião.

Apesar disso, a ritmo é o ponto fraco. Mesmo o roteiro levando a trama para frente, é de forma lenta e, muitas vezes, confusa, necessitando maior envolvimento com o longa para que não haja dispersão, algo que seria solucionado se o filme tivesse alguns minutos a menos. Porém, não chega a atrapalhar o clima de suspense.

‘Animais’ assusta quando se propõe a assustar e nos intriga quando apresenta seu suspense. Algumas cenas ficam presas em nossa mente até mesmo após o final, nos fazendo refletir e buscando compreender tudo que acabamos de assistir. Se gosta dos mundos inexplicáveis criados por David Lynch, dificilmente não vai apreciar esse filme.

No Brasil, o longa-metragem estará no Panorama de Cinema Suíço Contemporâneo, que ocorrerá em São Paulo, no CineSesc, à partir do dia 09 de maio.

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