domingo , 17 novembro , 2024

POLÊMICA! Dois jornalistas abandonam a associação do Globo de Ouro e acusam a organização de ser “tóxica”

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Após o bombástico anúncio de que a emissora NBC não mais faria a transmissão oficial do Globo de Ouro 2022, uma nova polêmica se instaurou dentro da Hollywood Foreign Press Association, o órgão regulador responsável pela organização da cerimônia.

Segundo a revista EW, dois jornalistas emitiram uma carta de demissão, encerrando todo e qualquer envolvimento com a organização. A decisão veio após a profunda investigação feita pelo jornal Los Angeles Times, que destrinchou um grandioso esquema de corrupção, favoritismos, benefícios e falta de representatividade racial dentro da instituição.

Em seus comunicados oficiais, os jornalistas Diederik van Hoogstraten e Wenting Xu detalharam as razões que os motivaram a abandonar a associação, onde faziam parte do corpo de votantes do Globo de Ouro.



A dupla disse que havia “apoiado a reforma” do grupo, que foi criticado pela comunidade de Hollywood por uma série de questões, incluindo a falta de diversidade de membros.

Mas de acordo com a carta, “a maioria dos membros resiste à mudanças profundas, apesar de nossos advogados e porta-vozes sugerirem o contrário publicamente. A oposição interna ao status quo foi sufocada. Vozes críticas foram amplamente ignoradas“.

Os jornalistas também alegaram que o bullying permaneceu “sem controle e sem punição” na instituição. “A importunação de talentos [atores, diretores, roteiristas…] e publicitários: idem”.

A dupla foi ainda mais além ao criticar a organização pelo que viam como problemas com eleições e “transparência interna“, relacionados à remuneração de cargos dentro da organização – algo que o LA Times destacara em sua investigação em fevereiro de 2021.

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Em resposta, o Conselho da Hollywood Foreign Press Association refutou os argumentos, sugerindo que os jornalistas estariam semeando “a divisão e a dúvida“. Em uma declaração oficial à EW, foi pontuado:

“É decepcionante que alguns membros tenham decidido fragmentar nossa organização e semear divisão e dúvida. […] Mas esmagadora maioria dos membros do grupo escolheram fazer parte da mudança. Embora alguns possam ter suas próprias agendas, o Conselho e os membros da HFPA compartilham um objetivo comum – fazer a mudança transformacional que nossa organização precisa. A Hollywood Foreign Press Association é uma organização com mais de 75 anos de história. A quantidade de mudanças que realizamos até agora é apenas o começo. Este é um momento crucial para nossa organização e estamos prontos para colaborar com nossos membros e grupos externos para tornar essa mudança uma realidade. Somos eternamente gratos aos membros que decidiram manter o curso durante este período histórico e difícil, para ajudar a tornar esta nova era uma realidade para a HFPA”.

Entenda o caso

O Globo de Ouro 2022 foi oficialmente cancelado após uma série de denuncias serem feitas contra a Hollywood Foreign Press Association, o órgão regulador da cerimônia anual de premiação.

Vários estúdios pediram que a HFPA faça reformas para incluir diversidade racial entre seus membros e coloque um fim em sua extensa e corrupta política de benefícios, chantagens e troca de presentes entre membros da associação e profissionais dos estúdios.

Tais coisas teriam contribuído diretamente para a decisão dos membros votantes na escolha dos indicados ao Globo de Ouro ao longo das décadas. A recente e inesperada indicação da série ‘Emily in Paris‘, em detrimento de outras aclamadas produções como ‘I May Destroy You‘, foi um dos grandes estopins para o início da investigação feita pelo jornal Los Angeles Times, no início de 2021.

Na ocasião, a publicação realizou uma série de entrevistas e apurações que confirmaram a troca de favores entre estúdios e jornalistas, como pagamento de viagens caras, entrega de presentes de alto custo e outros benefícios que pudessem favorecer um certo filme, série ou ator a uma indicação e possível vitória na premiação.

Além disso, a falta de representatividade racial contribuiu diretamente para a exclusão de títulos dirigidos, roteirizados e estrelados por artistas negros. A HFPA não possui sequer um jornalista negro entre os seus os seus membros votantes – o que perpetuava a marginalização de produções de autoria de pessoas pretas.

Como resposta à falta de mudanças no órgão, a NBC anunciou que não irá transmitir o Globo de Ouro em 2022.

“Continuamos a acreditar que o HFPA está comprometido com uma reforma significativa. No entanto, uma mudança dessa magnitude exige tempo e trabalho, e acreditamos fortemente que o HFPA precisa de tempo para fazê-lo da maneira certa. Como tal, a NBC não irá transmitir o Globo de Ouro de 2022. Supondo que a organização execute seu plano, temos esperança de estar em posição de transmitir o programa em janeiro de 2023.”, disse a NBC em um comunicado.

Recentemente, grandes estúdios cortaram completamente os laços com a HFPA, incluindo a Netflix, a Amazon e a WarnerMedia.

Juntando-se ao protesto contra a HFPA está o astro Tom Cruise, que ganhou três Globos de Ouro ao longo de sua carreira. De acordo com o Deadline, Cruise enviou todos os três prêmios de volta para a HFPA esta semana.

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Segundo a revista EW, dois jornalistas emitiram uma carta de demissão, encerrando todo e qualquer envolvimento com a organização. A decisão veio após a profunda investigação feita pelo jornal Los Angeles Times, que destrinchou um grandioso esquema de corrupção, favoritismos, benefícios e falta de representatividade racial dentro da instituição.

Em seus comunicados oficiais, os jornalistas Diederik van Hoogstraten e Wenting Xu detalharam as razões que os motivaram a abandonar a associação, onde faziam parte do corpo de votantes do Globo de Ouro.

A dupla disse que havia “apoiado a reforma” do grupo, que foi criticado pela comunidade de Hollywood por uma série de questões, incluindo a falta de diversidade de membros.

Mas de acordo com a carta, “a maioria dos membros resiste à mudanças profundas, apesar de nossos advogados e porta-vozes sugerirem o contrário publicamente. A oposição interna ao status quo foi sufocada. Vozes críticas foram amplamente ignoradas“.

Os jornalistas também alegaram que o bullying permaneceu “sem controle e sem punição” na instituição. “A importunação de talentos [atores, diretores, roteiristas…] e publicitários: idem”.

A dupla foi ainda mais além ao criticar a organização pelo que viam como problemas com eleições e “transparência interna“, relacionados à remuneração de cargos dentro da organização – algo que o LA Times destacara em sua investigação em fevereiro de 2021.

Em resposta, o Conselho da Hollywood Foreign Press Association refutou os argumentos, sugerindo que os jornalistas estariam semeando “a divisão e a dúvida“. Em uma declaração oficial à EW, foi pontuado:

“É decepcionante que alguns membros tenham decidido fragmentar nossa organização e semear divisão e dúvida. […] Mas esmagadora maioria dos membros do grupo escolheram fazer parte da mudança. Embora alguns possam ter suas próprias agendas, o Conselho e os membros da HFPA compartilham um objetivo comum – fazer a mudança transformacional que nossa organização precisa. A Hollywood Foreign Press Association é uma organização com mais de 75 anos de história. A quantidade de mudanças que realizamos até agora é apenas o começo. Este é um momento crucial para nossa organização e estamos prontos para colaborar com nossos membros e grupos externos para tornar essa mudança uma realidade. Somos eternamente gratos aos membros que decidiram manter o curso durante este período histórico e difícil, para ajudar a tornar esta nova era uma realidade para a HFPA”.

Entenda o caso

O Globo de Ouro 2022 foi oficialmente cancelado após uma série de denuncias serem feitas contra a Hollywood Foreign Press Association, o órgão regulador da cerimônia anual de premiação.

Vários estúdios pediram que a HFPA faça reformas para incluir diversidade racial entre seus membros e coloque um fim em sua extensa e corrupta política de benefícios, chantagens e troca de presentes entre membros da associação e profissionais dos estúdios.

Tais coisas teriam contribuído diretamente para a decisão dos membros votantes na escolha dos indicados ao Globo de Ouro ao longo das décadas. A recente e inesperada indicação da série ‘Emily in Paris‘, em detrimento de outras aclamadas produções como ‘I May Destroy You‘, foi um dos grandes estopins para o início da investigação feita pelo jornal Los Angeles Times, no início de 2021.

Na ocasião, a publicação realizou uma série de entrevistas e apurações que confirmaram a troca de favores entre estúdios e jornalistas, como pagamento de viagens caras, entrega de presentes de alto custo e outros benefícios que pudessem favorecer um certo filme, série ou ator a uma indicação e possível vitória na premiação.

Além disso, a falta de representatividade racial contribuiu diretamente para a exclusão de títulos dirigidos, roteirizados e estrelados por artistas negros. A HFPA não possui sequer um jornalista negro entre os seus os seus membros votantes – o que perpetuava a marginalização de produções de autoria de pessoas pretas.

Como resposta à falta de mudanças no órgão, a NBC anunciou que não irá transmitir o Globo de Ouro em 2022.

“Continuamos a acreditar que o HFPA está comprometido com uma reforma significativa. No entanto, uma mudança dessa magnitude exige tempo e trabalho, e acreditamos fortemente que o HFPA precisa de tempo para fazê-lo da maneira certa. Como tal, a NBC não irá transmitir o Globo de Ouro de 2022. Supondo que a organização execute seu plano, temos esperança de estar em posição de transmitir o programa em janeiro de 2023.”, disse a NBC em um comunicado.

Recentemente, grandes estúdios cortaram completamente os laços com a HFPA, incluindo a Netflix, a Amazon e a WarnerMedia.

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