Black Lightning is back!
O retorno de uma série de TV normalmente tende a vir com um ritmo mais lento, reapresentando aos moradores (ou telespectadores) o universo criado, assim como seus personagens, as consequências do que aconteceu na temporada anterior e os aspectos que virão a ser explorados nesta nova etapa. No caso de Black Lightning, a produção da DCTV criada por Salim Akil (The Game) e Mara Brock Akil (Being Mary Jane), já chegou mostrando tudo isso, contudo, recheado de tiro, porrada e bomba (e diálogos para refletir).
A criação de Akil é, de longe, a mais madura, com conteúdo mais voltado para o público adulto da DCTV. Neste primeiro episódio da segunda temporada, o telespectador é levado para o pós-ataque de Tobias Whale (Marvin ‘Krondon’ Jones III) à família de super-heróis, os Pierce, e as consequências que disso proveio. Ademais, são mostrados diversos jovens negros sendo assassinados pela polícia por causa do uso da droga Green Light e também a revelação dos testes governamentais nos jovens nas câmaras.
A narrativa da season premiere veio poderosíssima, em falta de uma palavra para melhor classifica-la, se Raio Negro já era bom antes, tenho certeza que irá surpreender o público com este retorno. Incisivo e sem medo de colocar o dedo na ferida, a série já abre com diálogos excelentes a respeito de preconceitos, em especial, o racismo. Sem contar que o desenvolvimento dos personagens pós-primeira temporada, exibindo amadurecimento e ainda mais camadas naqueles que já são conhecidos, só subiu mais ainda de nível.
É preciso destacar Jennifer Pierce (China Anne McClain), a filha mais nova de Jefferson (Cress Williams), cujos poderes estão se manifestando cada vez mais fortes. É interessante acompanhar essa jornada de uma pessoa que não aceita bem o “dom” que possui e precisa lidar com toda esta força ainda incontrolável. Acredito que se bem explorado durante esta etapa, o plot de Jennifer será um dos melhores para acompanhar. Sem contar que ela exibe habilidades que parecem maiores que a da irmã, talvez se igualando as do pai.
E por falar em Anissa (Nafessa Williams), a militante poderosa que você respeita, está prontíssima para se tornar uma espécie de Robin Hood de Freeland. Só quero ver até quando isto vai durar sem a família descobrir e a polícia implicar. Apesar de todos os conflitos devido aos recentes acontecimentos, é agradável ver como os Pierce não deixam de se unir. Além da família, Bill Henderson (Damon Gupton) protagoniza uma cena de muita importância neste arco da season premiere, sendo esta capaz de abalar relações futuras.
No quesito técnico, Black Lightning subiu absurdamente o nível de coreografia de suas lutas, passando mais veracidade nas mesmas, com uma direção qualificada e uma trilha sonora para empolgar o espectador a assistir. Inclusive, são elementos que merecem destaque e pontos positivos não só pelos momentos de ação, mas também pelo episódio como um todo. A qualidade da primeira temporada só aumentou neste período de pausa.
Este começo de segunda etapa é como se Salim Akil e Mara Brock Akil continuassem mantendo todos os detalhes que só acrescentaram em positivo para a série e melhorassem tudo aquilo que foi criticado e estava em baixa. Agora resta torcer para manterem o desenvolvimento, amadurecimento e narrativa da história. Falta bem pouco para classificarmos Raio Negro como a melhor série da DCTV no ar atualmente. Vamos aguardar pelos próximos capítulos!