‘Stranger Things‘ se tornou a série sensação da Netflix, encantando e divertindo os fãs, mas também partindo o coração de muitos. Já foram três temporadas desde que encontramos Eleven, Will, Mike, Dustin, Lucas e companhia pela primeira vez. Neste meio tempo, nos deparamos com muita nostalgia dos anos 80 e com uma trama focada na aventura e na amizade entre as crianças.
Criada pelos irmãos Ross Duffer e Matt Duffer, Stranger Things é uma das maiores séries da atualidade. Em quatro anos de existência, recebeu nada menos que 31 indicações ao Emmy e quatro indicações ao Globo de Ouro, sem contar o prêmio de Melhor Elenco no SAG Awards. Como a Netflix não divulga regularmente os números de audiência, não dá para se ter uma dimensão exata do sucesso da série, mas está bem claro que estamos diante de um fenômeno da cultura pop.
Inspirada livremente nos universos de Steven Spielberg, John Carpenter, Stephen King, dentre outros grandes nomes, a série entregou, até aqui, três boas temporadas, embora seja possível reconhecer alguns problemas aqui acolá, além de altos e baixos. Pensando nisso, o CinePOP decidiu fazer um ranking das temporadas até o momento, da pior à melhor.
Confira como ficou a nossa ordem.
04 – Segunda Temporada (2017)
Não é como se a segunda temporada de Stranger Things fosse uma completa perda de tempo. Temos coisas bem legais e a introdução de personagens pra lá de cativantes. Mas é impossível não reconhecer que foi a temporada mais problemática até aqui, com direito ao famoso sétimo episódio, completamente dispensável e desinteressante, que até hoje é criticado pelos fãs.
Pontos positivos:
O desenvolvimento do Steve e sua amizade com Dustin; a introdução de novos personagens como Max, Erica e Bob (#RIPBob); a manutenção do clima nostálgico e referencial; e momentos delicados, seja na relação entre Eleven e Hopper, seja entre as crianças, como no belo baile que fecha a temporada.
Pontos negativos:
O sétimo episódio (o que foi aquilo?) e a tentativa frustrada de fazer algo meio X-Men; o mau desenvolvimento de Billy, que surge como uma espécie de vilão, mas que é sempre raso e desinteressante; a sensação de estarmos diante de uma “temporada-ponte”, cuja única função é traçar o caminho para o que vem a seguir, sem oferecer algo realmente muito especial.
03 – Primeira Temporada (2016)
Não foi fácil tomar a decisão de colocar a temporada inicial na segunda colocação do nosso ranking, afinal foi a responsável por introduzir personagens maravilhosos e um universo realmente fascinante. Não foi por acaso que Stranger Things se tornou um fenômeno cultural e boa parte das razões estão presentes no primeiro ano da produção.
Pontos positivos:
Clima de nostalgia e ótimo aproveitamento da relação afetiva das pessoas com os anos 80; elenco infantil carismático selecionado com precisão; elenco de apoio talentoso, com direito a retomada da carreira de Winona Ryder; roteiro envolvente que mescla aventura e ficção científica, e remete aos clássicos dos anos 80, como Conta Comigo, Goonies, ET e companhia; trilha sonora e direção de arte primorosas.
Pontos negativos:
Trama um pouco arrastada nos primeiros episódios; abordagem bizarra do Jonathan no início, especialmente em seu momento stalker escondido tirando fotos de Nancy; exagera um pouco no número de referências e easter eggs.
02 – Quarta Temporada (2022)
A quarta temporada do fenômeno Stranger Things deu o que falar. Isso porque pela primeira vez desde a estreia do programa lá em 2016, a Netflix resolveu aderir ao formato de episódios espaçados, ao invés de entregar a temporada inteira de uma tacada só. Esse foi o formato de consumir séries implementado inicialmente pela Netflix, que terminou por popularizar o conceito de “maratonar” seus seriados. Três anos após a terceira temporada, a série volta com uma atmosfera muito mais sombria e que se inclina para múltiplas referências cinematográficas, desde os alívios cômicos e autoconscientes com ‘Halloween’ até a estrutura cenográfica de ‘A Hora do Pesadelo’ (que se estende, inclusive, para a caracterização de Vecna). Porém, enquanto o impecável visual contribui para nos engatar na nova história, o roteiro é o que mais sofre problemas por oscilar entre um arrasto narrativo e um frenesi conclusivo. Os dois últimos episódios são aprazíveis em sua completude e já nos dão o tom do quinto ano.
Pontos positivos:
A grandiosidade. A série conquistou status cinematográfico com um investimento maior em visual, já que temos um clima hollywoodiano nas cenas de ação e de terror. É visível como a Netflix caprichou nos efeitos especiais e práticos, incluindo a caracterização espetacular do vilão Vecna, além de começar a amarrar os pontos soltos da trama.
Pontos negativos:
Ao dividir a série em três núcleos, o roteiro ganha um ritmo anticlimático, que se arrasta por vezes quando algumas tramas não possuem a mesma urgência das outras. Apesar do visual espectacular e do ótimo desenvolvimento dos personagens, o ritmo da trama não se mantém tão bem quanto nas temporadas anteriores.
01 – Terceira Temporada (2019)
Após as derrapadas no segundo ano, a série está cada vez mais madura, sem perder na inocência e no clima de nostalgia. Conseguiu manter a dinâmica aventura/ficção científica e ainda pôde acrescentar novos elementos, como a intriga política entre Estados Unidos e União Soviética – algo clássico dos filmes dos anos 80. A evolução dos personagens também é notória e a divisão por grupos funciona, principalmente por causa do surgimento de um novo quarteto maravilhoso.
Pontos positivos:
Boa construção do suspense; ótima relação entre Max e Eleven, que deixa para trás o clima de competitividade da segunda temporada; introdução da Robin; dinâmica perfeita no núcleo Dustin-Steve-Robin-Erica; melhor desenvolvimento de Billy; clima de filmes de espionagem dos anos 80; final cativante de partir o coração; cliffhanger instigante para a quarta temporada.
Pontos negativos:
Trama um pouco arrastada nos primeiros episódios; dinâmica entre Joyce e Hopper parece exagerada, embora com bons momentos; Billy segue prejudicado por uma atuação acima do tom de Dacre Montgomery, por mais que o personagem ganhe novas camadas; trilha sonora excessiva.