quinta-feira, março 28, 2024

Ranking | Do pior ao melhor álbum de Madonna

Madonna é a rainha do pop por inúmeros motivos: seja pela revolução estética imprimida na arte musical, seja por competentes e memoráveis álbuns (que, até mesmo dentro de suas limitações, não falharam em se tornar conhecidos pelo mundo inteiro), a performer está na ativa desde 1983, com a estreia de seu CD homônimo. Quase quatro décadas mais tarde, é quase impossível encontrar alguém que tenha se equiparado em tantos recordes quebrados e tanta importância para o entretenimento mundial.

Depois de termos atravessado sua icônica e sólida jornada musical, fizemos uma breve lista ranqueando todas as suas obras – da pior à melhor.

Confira abaixo nossa lista e conte para nós se você concorda ou não.

14. MDNA (2012)

Nota: 4.0

“Esse deslize, talvez proposital, talvez acidental, mantém-se como o único elemento que une as outras duas partes da obra. Em “Gang Bang”Madonna jura vingança contra um enlace romântico que lhe trouxe dúvidas e mágoas e que, agora, vai pagar por seus pecados até mesmo no Inferno – em um cíclico espectro que não tem fim. Em “Give Me All Your Luvin’”, o apreço pelos anos 1980 reflete as inspirações em Toni Basil, instigando uma suposta crítica que é pincelada pela momentânea presença de Nicki Minaj e M.I.A. (colocando-as ou tirando-as, o produto final seria o mesmo: infantiloide e datado). Em “I Fucked Up”, a progressão é exatamente a mesma, apesar do mid-tempo ser usado como força-motriz e encobrir com um teor reflexivo e apologético; “B-Day Song” é apenas mais uma reciclagem de tudo que ouvimos não apenas aqui, mas sim nos primeiros anos de sua carreira, procurando buscar os soubrettes ecoantes de Like a Virgin.” – Thiago Nolla.

13. HARD CANDY (2008)

Nota: 5.0

“Em abril de 2008, nasceu ‘Hard Candy’. Composto por treze faixas originais (e aqui incluo a versão deluxe que recentemente foi disponibilizada nas plataformas de streaming), a performer procurava se aventurar em mais uma amálgama exuberante de diversos gêneros musicais, da mesma forma que já havia feito anos antes. Entretanto, o tiro saiu pela culatra e, com exceção de breves iterações cujo potencial não é explorado como deveria, o resultado final é, por falta de outro adjetivo, apático: do começo ao fim, sentimos apenas centelhas da energia e da originalidade que Madonna nos apresentara tantas vezes, nunca alcançando o que deveria e preferindo se render aos convencionalismos do mainstream em vez de buscar por algo novo.” – Thiago Nolla

12. AMERICAN LIFE (2003)

Não deixe de assistir:

Nota: 6.0

“À época de seu lançamento, em abril de 2003, a obra foi duramente criticada e, até hoje, é considerada como uma das grandes manchas da discografia de Madonna. Diferente de Erotica, que promoveu uma revolução estética na arte fonográfica, American Life insere-se em uma complicada constatação política que tenta ser mais do que consegue e, eventualmente, dá uma sensação de reciclagem absurda que estende-se ao longo de onze faixas, grande parte delas esquecíveis e algumas que cumprem aquilo o que prometem. Não demorou muito para que os fãs revisitassem o álbum, clamando por seu poder e por sua ousadia de enfrentar o status quo e criticar o intocável “sonho americano” promulgado desde sempre pelo imperialismo estadunidense.” – Thiago Nolla

11. REBEL HEART (2015)

Nota: 7.0

“A artista também é sagaz ao criar retratos íntimos de sua própria carreira, seja na forma de construções recuadas e movidas pelo classicismo do piano, como a poética e marchante “HeartBreakCity” (que viria a influenciar Mark Ronson anos mais tarde) ou o country-dance da faixa-título, que merecia maior reconhecimento por sua simplicidade comovente e por sua mensagem inspiradora. Madonna também viaja para os anos 1960, remodelando a memorável “House of the Rising Sun” às modernizações sintéticas do novo século e, enfim, gerando a narcótica e blasfema “Devil Pray”. Com menos clareza, ela também desconstrói os preceitos elegíacos engessados na música para acrescentar comoção e emoção a “Wash All Over Me”.” – Thiago Nolla

10. LIKE A VIRGIN (1984)

Nota: 7.0

“Em sua segunda obra, a artista buscava uma maior autonomia produtiva, porém não conseguiu o aval da produtora de seus discos. Por essa razão, Madonna aventurou-se em uma autodescoberta de independência ao lado de Nile Rodgers, confiando nele para tornar real a possibilidade de diversos sucessos, ainda mais considerando que Rodgers já havia trabalhado com o lendário David Bowie. O resultado, mesmo não chegando no mesmo patamar que o disco anterior, foi bastante aprazível e permitiu que ela marcasse mais uma vez em um árduo trabalho – que gerou canções revisitadas por diversos outros nomes, conterrâneos ou futuros.” – Thiago Nolla

9. MUSIC (2000)

Nota: 7.0

“No geral, seu oitavo álbum de estúdio é competente o bastante para nos manter entretidos, seja pela forte presença dos sintetizadores, dos drills e do proposital autotune – que seria reavido diversas vezes nos anos seguintes. Entretanto, intrigante (e um tanto quanto frustrante) é o seu resultado final: assemelhando-se a uma gigantesca colcha de retalhos, Madonna exibe estampas instrumentais diversas e um apreço pela ressonância explosiva que nunca, de fato, encontra um único caminho para seguir.” – Thiago Nolla

8. MADAME X (2019)

Nota: 8.0

Madonna vive por suas próprias regras. Desde que conquistou fama e excelência no final da década de 1980 e retornou às glórias nos primeiros anos do novo milênio, a artista mostrou para o mundo que não precisa mais se provar para ninguém. A icônica rainha do pop continua a influenciar diversos cantores e, mesmo com os problemáticos ‘Hard Candy’ e MDNA, nunca deixou de experimentar coisas novas e se afastar dos convencionalismos da indústria musical. E partindo desse princípio, ela retorna quatro anos depois de seu último lançamento com o bizarro e envolvente Madame X, atirando para todos os lados e, eventualmente, alcançando uma beleza musical que oscila do visceral ao cínico – ainda que enfrente alguns obstáculos no meio do caminho.” – Thiago Nolla

7. MADONNA (1983)

Nota: 8.0

Madonna, como ficou intitulado, é um ótimo álbum cujo único pecado é ter apenas oito faixas. É claro que, levando em consideração a época em que foi lançado, uma cantora feminina não clamaria por mais protagonismo, principalmente se pensarmos que, assim como todas as outras esferas criativas da história, a música também era dominada por homens. Porém, por ter um respaldo de John Benitez, seu namorado na época. Logo, não é muita surpresa que a primeira track, chamada “Lucky Star” seja uma singela declaração amor movida pelos trejeitos já conhecidos de um brutal disco aglutinado com dançantes sintetizadores que, apesar de aparecerem por mais de cinco minutos, em momento algum nos deixam entediados.” – Thiago Nolla

6. EROTICA (1992)

Nota: 8.0

“Foi pensando nisso, em colaboração com as críticas que recebia por seu aparente “calculismo” para compor as músicas, que Madonna aventurou-se em uma nova perspectiva, dando-nos o ótimo Erotica. Seu quinto álbum de estúdio, logo na primeira track, soa muito diferente de suas investidas anteriores e opta por uma atmosfera mais obscura e mais sensual, conversando diretamente com o título supracitado. Unindo elementos do dance e do disco-pop dentro de um escopo que passa de longe de ser datado. É claro que, numa perspectiva mais generalizada, a obra em questão não esbarra nem perto das revoluções causadas por sua investida de 1989, mas não perde brilho em momento algum – nem mesmo com os perceptíveis deslizes.” – Thiago Nolla

5. BEDTIME STORIES (1994)

Nota: 9.0

“Como forma de “limpar” sua imagem, Madonna viria a dar um passo para atrás, mas não do jeito que todos pensavam. Com Bedtime Stories, seu sexto álbum de estúdio, a cantora e compositora iria se afastar do costumeiro pop exuberante de suas investidas anteriores e até mesmo do dance-noir de seu CD predecessor, abrindo espaço para incursões intimistas e bastante pessoas do R&B que trariam colaborações inesperadas e infalíveis – principalmente partindo de uma performer que não tinha medo de explorações grandiosas e arriscadas. No geral, a poderosa lírica é mascarada com uma espécie de dream-pop fabulesco que cria pequenos universos independentes e que, em uma simbiose fônica, unem-se uns aos outros em confissões declamatórias e críticas que nos envolvem ao longo de quase uma hora.” – Thiago Nolla

4. CONFESSIONS ON A DANCE FLOOR (2005)

Nota: 9.0

“Dois anos mais tarde, Madonna fez o que ninguém esperava: retornou à forma. Com diversos veículos falando sobre o fim da veia artística da popstar, o público começava a duvidar de que a performer conseguiria resgatar as raízes que a colocaram no topo do mundo – mas foi exatamente o que ela fez. Em 2005, a cantora e compositora mergulhou de cabeça na nostalgia oitentista de seus primeiros anos com Confessions on a Dance Floor, seu CD mais bem produzido depois de Ray of Light. Aliando-se a Stuart Price (um conhecido nome da música contemporânea que, em 2020, trabalhou com Dua Lipa em uma das obras-primas do ano) e chamando novamente as ousadas mãos de Mirwais Ahmadzaï, as doze longas faixas se comprimem em um set dançante, vibrante, colorido e incansável que reitera o status imbatível de uma das mulheres mais poderosas de todos os tempos.”

3. TRUE BLUE (1986)

Nota: 9.0

“Em seu terceiro álbum de estúdio, Madonna resolve mergulhar com ainda mais força nos temas que já havia explorado em investidas anteriores e, eventualmente, culmina em uma de suas melhores obras, intitulada True Blue. Dedicado, à época, ao seu marido Sean Penn, o escopo musical traz uma premissa otimista e reconfortante que estende-se ao longo de nove belíssimas faixas, procurando, em cada uma delas, encontrar um pano de fundo diferenciado e aglutinando diversos estilos em um mesmo lugar. É claro que, considerando que a multiplicidade narrativa poderia culminar em um saturado disco, a artista também encontrou gigantesco sucesso pela fluidez tanto de sua voz quanto pelos hits dançantes e envolventes.”

2. LIKE A PRAYER (1989)

Nota: 10.0

“A quarta rendição de Madonna é, sem sombra de dúvida, um divisor de águas em sua discografia e até mesmo na história da música pop – afinal, esta foi uma das primeiras vezes em que o gênero em questão alcançou um patamar aplaudível, raspando na perfeição fonográfica. Não é surpresa, pois, que a artista se valha de seus melhores vocais e performances que oscilam do proposital melodramático ao puro cinismo, conversando em uma deliciosa contradição com o CD anterior. ‘Like a Prayer’, inclusive, serviria de inspiração para inúmeras construções contemporâneas e ressurgiria com mais força em futuros álbuns da lead singer – caso prestemos atenção, alguns versos são bastante familiares com os de compilações como ‘Confessions on the Dancefloor’ (2005) e ‘MDNA’ (2012).” – Thiago Nolla

1. RAY OF LIGHT (1998)

Nota: 10.0

“Considerado por muitos, inclusive por esse que vos fala, como o melhor álbum da rainha do popRay of Light foi lançado em 1998 e representa um dos ápices do fin-du-siècle. O sucesso do CD foi tamanho que Madonna foi indicada a nada menos que seis categorias do Grammy Awards, levando para casa quatro estatuetas (as primeiras nas categorias musicais de Madonna); mais do que isso, a obra carrega um legado tão extenso quanto Like a Prayer, lançado em 1989, e, segundo a própria artista, é uma de suas evoluções mais satisfatórias. E não é por menos: em um momento em que as boybands e os girlgroups ganhavam força, e com a insurgência de nomes como Christina Aguilera e Britney Spears no cenário adolescente, Madonna precisava manter-se ativa e, depois de seu sétimo lançamento de estúdio, credita-se a ela a globalização da música eletrônica, que, até então, restringia-se às inventivas inflexões europeias.” – Thiago Nolla

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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