domingo, abril 28, 2024

Recap ‘Chucky’ | Terceiro episódio é inesperado, mas segue com os mesmos problemas desta temporada

O segundo capítulo de Chucky correu por diferentes núcleos, o que permitiu a chegada de mais personagens, mas sofreu por não conseguir manter uma sequência para a construção do terror que causasse o mínimo de incômodo. Na verdade, os assassinatos do bonequinho encapetado foram muito mais por sugestão, mas sem manter a tensão no ar. O terceiro episódio reduz um pouco a variação dos núcleos e foca mais no trio principal. O que é bom, mesmo que fique uma pequena frustração pela não aparição de Glen e Glenda, como fora sugerido no capítulo anterior.

O ápice do episódio é, sem dúvida alguma, a sequência de tortura a qual os meninos impõem ao boneco sequestrado previamente. Não suportando mais as falas de Chucky, que ficava tentando as crianças ou ofendendo seus sequestradores incessantemente, o brinquedo mexe com a cabeça dos protagonistas, que pensam em matá-lo, pensam em mutilá-lo até chegarem à conclusão que um boneco assassino sádico não sofreria realmente com cortes e desmembramentos. Afinal, ele já matou e foi morto uma dezena de vezes, e sempre retornou mais maluco do que antes.

Então, a solução encontrada é submetê-lo a uma sessão de reprogramação cerebral ao melhor estilo Laranja Mecânica. Transformando o ‘Chucky Espião’ num tipo de Cão de Pavlov de plástico, Jake e seus amigos o amarram com os olhos abertos e direcionados para uma tela, onde foram exibidas horas de imagens e vídeos de mortes, desmembramentos e trechos de filmes de terror gore. Em seguida, eles exibiam desenhos animados inocentes e puro. Após uma certa resistência, Chucky acabou se rendendo, passando mal diversas vezes até que seu cérebro cria total aversão a assassinatos e sadismo.

Porém, por se tratar de um boneco assassino, as crianças não compram muito essa ideia do Chucky agora ser um brinquedo amigável, curioso e educado. Chega a ser engraçado ouvir a voz de Brad Dourif proferindo palavras educadas e não uma série de xingamentos e maldições. Inclusive, por ter assumido uma personalidade infantil, se portando como uma criança curiosa, o ‘Chucky fofinho’ acaba mexendo com o psicológico da Lexy (Alyvia Alyn Lind), perguntando sobre o ex-namorado dela, que foi manipulado e morto pelo próprio boneco na temporada anterior.

Falando na Lexy, ela é o destaque do elenco humano desse episódio. Isso porque seu vício em drogas começa a afetá-la, fazendo com que a abstinência mexa diretamente com sua cabeça e seu corpo. Esse efeito do vício deixa Lexy cada vez mais insegura e paranoica, o que dá para ver até mesmo pela aparência da menina, que está mais pálida e com olheiras. Ela também passa a se arriscar para tentar roubar remédios da farmácia do internato, o que não dá muito certo e a pinta como um alvo para a freira que coordena o departamento feminino e a farmácia da igreja.

Esse vício também a coloca na mira do valentão do antigo colégio, que se mostra um grande babaca exatamente como antes. Ele já estava marcando firme em cima da Lexy desde que ela chegou lá. Sedento por vingança, ele foi agindo de forma mentirosa para se passar por um rapaz ‘reformado’, arrependido, mas na primeira oportunidade, ele já tentou ameaçá-la e intimidá-la. Ele só não lembrava que a própria Lexy era uma Bully na escola. Então, ela vira o jogo contra ele, que se mete em confusão.

Não deixe de assistir:

A construção desse valentão estava sendo bem interessante, estabelecendo ele como uma das ameaças da temporada. Porém, ele acaba tendo um fim precoce ao cruzar o caminho do ‘Chucky parrudo’, a grande surpresa do terceiro episódio. Essa aparição foi ridiculamente inesperada e engraçada. Dono de um abdômen malhado, o boneco vem ao melhor estilo Arnold Schwarzenneger para sacrificar o ‘Chucky fofinho’. Mas claro que, sendo um Chucky, ele não perde a oportunidade de matar quem passar por sua frente. Assim, o valentão vai de base, tendo seu tórax perfurado por um socão daqueles.

Claro que a série vem tentando trazer uma pegada mais cômica até o momento, mas tem pedido a mão na hora de trazer o terror. Infelizmente, vem devendo até aqui. E um dos maiores problemas é a falta de noção dos protagonistas. Jake e Devon se beijam nos corredores de um colégio católico conhecido por seus castigos e pela rigidez, Lexy invade uma enfermaria sem checar se há gente por perto, os três matam aulas na primeira semana em que chegam, famosos por supostamente terem explodido uma criança… É como se eles fossem brilhantes para caçar o Chucky, mas quisessem ser pegos fazendo isso.

Da mesma forma, ter o trio num internato com diversos Chuckys espalhados pelo local deveria proporcionar um terror mais claustrofóbico. No entanto, o internato, mesmo sendo fechado, parece ser gigante. É como se a própria série não quisesse aproveitar um ambiente tão opressor para tratar dos temas adolescentes de forma a explorar o terror e a insegurança.

Os novos episódios da segunda temporada de Chucky estreiam toda quarta no Star+

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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