quinta-feira, março 28, 2024

Rio2C | Coletiva de imprensa com Charlie Brooker e Annabel Jones, criador e produtores de Black Mirror

Entre os dias 23 e 28 de abril aconteceu, na Cidade das Artes, localizado na Barra da Tijuca, a Rio Creative Conferente, conhecida como Rio2C. Durante o evento o criador e produtores da série de sucesso Black Mirror, Charlie Brooker (Dead Set) e Annabel Jones (Cunk on Britain), realizaram uma palestra em que falaram sobre a criação da série, o filme Bandersnatch, o que acreditam ser uma inovação no universo audiovisual, entre outros assuntos, para em seguida conversar um pouco com a imprensa.

O CinePOP esteve presente na coletiva de imprensa e eu, Karolen Passos, fiz uma pergunta para os mesmos sobre como Bandersnatch foi e continua sendo uma inovação para o entretenimento em streaming. Portanto, será que os fãs podem esperar outro filme ou episódio interativo de Black Mirror?

“Quando estávamos fazendo Bandersnatch, por muitas vezes, olhamos um para o outro e dissemos: nós nunca faremos isso de novo. E acho que, eu não fiz o milagre de parir uma criança, mas entendo que é doloroso. E ainda sim, as pessoas esquecem quão horrível foi e querem outro filho. Então, ao final de Bandersnatch, eu disse: ‘oh, eu tenho uma outra ideia que podemos fazer’. Portanto, podemos fazer isso. Mas temos outras histórias que chegarão que chamamos de tradicionais, porque histórias regulares são histórias que as pessoas ainda querem.”, disse Brooker. Enquanto Annabel respondeu, “Eu esqueci a dor do parto, mas não esqueci a dor de Bandersnatch. Mas acredito que se tivermos uma ideia que poderia ser ajustada/melhorada com interatividade, então, nós revisitaríamos. Mas precisamos realmente possuir o direito de usar interatividade para contar a história.”

Os dois estavam muito confortáveis e também comentaram a respeito da construção de um roteiro. O criador disse que o primeiro rascunho, na maioria das vezes, será horrível, mas está tudo bem, enquanto a produtora falou para não desistir. Quando questionados sobre a dificuldade de estar fora do universo digital e se isso sequer existe, Charlie contou sobre o fato de que costumava ser um fumante muito viciado, que chegava a fumar dentro do banho, “(…) costumava acordar e a primeira coisa que pegava eram os cigarros, antes de abrir meus olhos, e agora faço isso com meu celular. Então, é muito difícil não ser seduzido por esses aparelhos tecnológicos. Em algum nível, achamos isso (celulares) mais interessantes que o mundo real”.Jones, “É difícil quando se tem diversos aparelhos que envolvem te ajudar com tudo na vida. Alarme, relógio, tudo. Está interligado com cada minuto do nosso dia. Então, se você ficar longe tornará sua vida mais difícil”, e completou “Tudo está mudando tão rápido e a tecnologia está em nossas vidas tão recentemente que ainda estamos aprendendo a ter um relacionamento com isso, então, acredito que todos ainda precisam encontrar seu equilíbrio pessoal e acho irônico que agora nossos celulares nos dizem para coloca-los de lado.”

Em relação a utilização de avatares de pessoas no futuro, como no episódio ‘USS Callister’, o primeiro da quarta temporada, Brooker disse acreditar que já vivemos neste futuro, afinal, todos possuem um personagem que interpretam nas redes sociais, que é como uma espécie de jogo baseado em adquirir seguidores e curtidas. Já Annabel brincou falando que acredita sim e se fossem eles fazendo a coletiva de imprensa seria muito melhor. No quesito cineastas, filmes e videogames que os inspiraram para criar Black Mirror, o criador disse Twilight Zone foi uma grande inspiração para a série, além de tudo. Porque quanto mais eu lia sobre The Twilight Zone, mais eu ficava interessado no criador daquela série. Porque ele queria escrever sobre coisas que não era permitido falar sobre na TV nos 1950 e 1960 como racismo, etc. E achei isso fascinante, porque se fizéssemos essa série agora do que falaríamos e tecnologia foi a resposta.”

Sobre o processo de produção e quanto tempo leva da primeira ideia até o produto finalizado, “Depende da ideia. Às vezes, a ideia vem rápido e o roteiro também segue esse ritmo. Tendo a escrever bem rápido quando sei qual será o final. E às vezes, fico preso por anos e preciso colocar o roteiro de lado por meses. Então, depende muito. Bandersnatch levou muito tempo até levarmos para a tela da primeira ideia até a conclusão.”, disse Charlie Brooker ao que Annabel concluiu, “como fazemos para a TV não é o mesmo que um filme que se tem um ano, até dois anos para desenvolver, muitos rascunhos, os planos do diretor, treinamento dos atores, etc, não temos esse luxo. Uma vez que começamos, é isso, temos que continuar, por isso é tão difícil de fazer.”

A coletiva durou cerca de vinte minutos, e ambos foram muito simpáticos e, por vezes, brincalhões com a imprensa que se encontrava presente. A quinta temporada de Black Mirror ainda não possui uma data certa para estrear.

Mais notícias...

Siga-nos!

2,000,000FãsCurtir
370,000SeguidoresSeguir
1,500,000SeguidoresSeguir
183,000SeguidoresSeguir
158,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS