domingo, abril 28, 2024

Tim Burton Completa 64 anos | Conheça os MELHORES e PIORES filmes dirigidos pelo icônico cineasta

Um dos fortes ícones do cinema Hollywoodiano dos anos 80 e 90, o diretor Tim Burton completa hoje, dia 25 de agosto, 64 invernos em preto e branco. O cineasta veterano começou sua carreira como técnico em animação para grandes estúdios como a Disney. De gosto exótico, Burton sempre foi apaixonado por filmes antigos em preto e branco, cinema de terror e de monstros, e a técnica de animação em stop-motion. Esse seu gosto particular foi colocado em prática quando ele teve a chance de realizar seus primeiros curtas, logo depois transportando-o para longas metragem de sucesso. Justamente por isso, em seu início de carreira Tim Burton chamaria atenção pelo estilo gótico na arquitetura de seus cenários, direção de arte, figurinos e maquiagem de seus personagens e filmes.

Tudo isso fez dele o candidato perfeito para comandar a superprodução da Warner que adaptou para as telonas os quadrinhos de um dos personagens mais queridos da cultura pop, o sombrio Batman. Bem, podemos dizer que foi Burton e seu estilo visual que trouxeram Batman novamente para as sombras – já que suas iterações na época (quadrinhos, desenhos animados e até mesmo o seriado “Soc, Pow, Bam”) estavam bem coloridas. Burton decidiu voltar às raízes do personagem, num filme de tom monocromático e uma atmosfera extremamente melancólica. Batman (1989) foi um grande sucesso e uma verdadeira febre. Para o segundo filme, Burton recebeu carta branca do estúdio para fazer o que quisesse, logo depois os mesmos executivos decidiram que ele havia ido longe demais com Batman – O Retorno (1992).

Esse estilo inicial de Tim Burton, que fez seu nome, talvez tenha se perdido em seus mais recentes trabalhos – todos muito coloridos e repletos de efeitos especiais de computadores, que tiram um pouco de sua tão badalada identidade visual. Isso andou resultando em obras que o público sequer consegue reconhecer como sendo do diretor. Porém, nem tudo está perdido para Burton, já que ainda este ano ele lançará sua primeira série na Netflix – e uma que tem tudo a ver com o Burton old school: Wednesday, série da Família Addams focada na Wandinha. Mal podemos esperar pelo programa, mas enquanto ele não estreia seguimos daqui homenageando o diretor e apresentando seus melhores e piores filmes (somente os que dirigiu) de acordo com os críticos e o grande público. Confira.

MELHORES

05 | A Noiva Cadáver (2005)

Muita gente pode até confundir e achar que o cultuado O Estranho Mundo de Jack (1993) é um filme dirigido por Tim Burton, já que o nome do cineasta é usado para vender a animação em stop-motion. Mas tanto Jack quanto James e o Pêssego Gigante (1996) são filmes apenas produzidos por Burton, com direção do colaborador Henry Selick. Tudo bem que no filme de 1993 Burton também criou a história e os personagens, mas a primeira animação em longa-metragem dirigida por ele foi mesmo este A Noiva Cadáver. E que estreia com os dois pés direitos. A história é tão impactante que consegue transcender ser “um filme para crianças”, sem a necessidade de algum dia surgir um remake com atores reais.

04 | Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (2007)

Primeiro e único musical da carreira de Tim Burton, Sweeney Todd foi o retorno do diretor a um clima mais soturno de seu início de carreira. Baseado num famoso musical dos palcos, a história tem tudo a ver com Burton e parece ter sido criado para o cineasta levar ao cinema realmente. Na trama, Johnny Depp vive um barbeiro de Londres preso injustamente após se ver no caminho de poderosos corruptos. Após cumprir sua pena, ele faz um pacto macabro com uma fabricante de tortas de quem aluga um quarto. Assim, o sujeito começa a usar sua barbearia para fazer justiça sangrenta, enquanto sua cúmplice cozinha tortas inusitadas, que começam a fazer muito sucesso.

03 | Os Fantasmas se Divertem (1988)

Essa lista é baseada na opinião dos críticos e do grande público. Caso fosse unicamente a opinião deste amigo que vos fala, provavelmente Batman – O Retorno (1992) entraria neste top 5 dos melhores filmes de Tim Burton. Mas como nem eu, nem ninguém do CinePOP, teve dizer na formulação de ambos os top 5, Beetlejuice terminou conquistando a medalha de bronze dos melhores longas do diretor. Nada contra, adoramos o filme. Não sei se necessariamente entraria no meu ranking pessoal. Mas está bem longe também de figurar no ranking dos piores. Aqui, nesse segundo filme de Tim Burton para o cinema, e o primeiro “autoral”, o cineasta resolve investir num conto de fantasmas numa mansão mal-assombrada. Ah sim, trata-se de uma comédia. E também um dos filmes mais queridos dos anos 80. Burton tenta tirar uma continuação do papel há tempos.

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02 | Edward Mãos de Tesoura (1990)

Conquistando a medalha de prata está a versão de Tim Burton para o clássico Frankenstein. Assim como o conto mórbido de Mary Shelley, o diretor cria sua própria história sobre um homem nascido de forma artificial, montado por um inventor, que termina sem conseguir ensiná-lo sobre a vida e suas dinâmicas sociais. Edward é um filme extremamente cultuado em parte devido à sua forte veia romântica, que relata um amor proibido entre uma adolescente angelical (Winona Ryder) e um monstro bonzinho e de coração doce (Johnny Depp) com tesouras no lugar das mãos. Esse talvez seja o primeiro filme de Tim Burton a misturar diversas sensações e emoções, sendo de certa forma uma obra mais humana do que suas comédias e filmes de ação que vieram antes.

01 | Ed Wood (1994)

Com a medalha de ouro fica Ed Wood, e nisso o grande público, os críticos e eu concordamos. Talvez se dependesse de mim criar uma lista com os 5 melhores filmes de Tim Burton, eu mudaria algumas posições, deixaria alguns que apareceram aqui de fora, e incluiria alguns outros não mencionados. Porém, numa coisa em que concordamos é sobre a primeira posição do top 5, ele precisa ser de Ed Wood. Não tem jeito, esse é realmente o melhor filme de Tim Burton. Isso porque funciona em variados âmbitos. Primeiro, é o filme mais sério e maduro do cineasta, um que não possui elementos fantásticos e um que as crianças que geralmente gostam de seus filmes não se identificariam tanto. Segundo, não esquece as esquisitices de Burton, mesmo sendo um filme mais adulto, ainda é todo criado em preto e branco, retratando um “mundo bizarro”. E terceiro, funciona como baita homenagem à sétima arte e a paixão por filmes, sendo a biografia do sujeito considerado o pior diretor de todos os tempos. A cara de Burton.

PIORES

05 | Marte Ataca! (1996)

Começamos a lista do fundo do poço de Tim Burton justamente com o filme que ele fez a seguir do que é considerado o melhor filme de sua carreira, o item acima. Aqui irei parafrasear o grande crítico Roger Ebert quando deu seu veredito sobre Marte Ataca! – “Tim Burton fez um filme sobre Ed Wood, e com seu trabalho seguinte parece querer se tornar Ed Wood”. Afinal, o “pior diretor de todos os tempos” ficou famoso por seu filme extraterrestre totalmente B. Tim Burton também fez o seu, mas usando muitos milhões de dólares no orçamento. Muito comparado a uma versão cômica de Independence Day por terem sido lançados no mesmo ano, Marte Ataca! é na verdade baseado numa série de figurinhas da década de 60, daí sua falta de substância. É um prazer culposo cult.

04 | Alice no País das Maravilhas (2010)

Você pode até dizer que Alice de Tim Burton é um filme mirado para crianças bem pequenas, mas precisamos levar em conta que isso não justifica a falta de qualidade de certos filmes infantis, afinal temos excelentes representantes do gênero – como E.T. (1982), por exemplo. Ou seja, um filme para crianças não significa automaticamente um filme ruim para adultos. E Alice, embora seja um dos maiores sucessos financeiros da filmografia do diretor, simplesmente carece de imaginação, bons personagens (tirando a Rainha Louca de Helena Bonham Carter) e termina parecendo que Burton não teve muito espaço para fazer do filme uma obra sua – talvez a Disney o tenha restringido demais. Se não soubéssemos que esse é um filme seu jamais diríamos. Agora pense como seria bom ver verdadeiramente um Alice no País das Maravilhas pelas mãos do Tim Burton raiz – ou seja um filme estranho e levemente perturbador.

03 | Dumbo (2019)

Exatamente tudo o que foi dito de Alice no País das Maravilhas no item acima pode ser dito deste Dumbo, uma nova versão em live-action de uma famosa animação da mesma Disney. A sensação com estes filmes é que Tim Burton foi extremamente podado, sem poder deixar fluir sua verdadeira essência. Nove anos depois das severas críticas sofridas por Alice, Tim Burton se vê novamente sem autonomia e nesse período não fez nada de verdadeiramente significativo. É como se ele tivesse se tornado apenas um diretor de aluguel, obedecendo aos mandos e desmandos de produtores e executivos do estúdio para que entregasse o filme que eles queriam e não o que Burton queria. O resultado: um filme que qualquer um poderia ter feito, sem qualquer sensação da pegada Burton de outrora. Mais uma vez, teria sido muito bom ver Dumbo receber o tratamento Tim Burton raiz, num filme sombrio, melancólico e para lá de insano com doses perturbadoras – mas ainda com grande coração e encantamento.

02 | Planeta dos Macacos (2001)

Por mais que Marte Ataca! não tenha funcionado da maneira planejada, ainda podemos sentir em cada frame as mãos de Tim Burton e suas esquisitices. Aqui foi onde as coisas começaram a sair dos trilhos na carreira do diretor. Quando Tim Burton foi oficializado como diretor do remake de Planeta dos Macacos para a Fox, os fãs vieram à loucura, imaginando que seria um filme no estilo de seus Batman, Edward Mãos de Tesoura e Ed Wood, ainda mais que seu trabalho anterior havia sido A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça (1999), um conto gótico de terror que tem a cara e a alma de Burton. O que recebemos, no entanto, foi um filme de ação que qualquer um poderia ter dirigido. Logo de cara percebemos que esse não seria muito um Planeta dos Macacos de Tim Burton quando o maquiador Rick Baker disse que só faria o filme se os macacos fossem realistas e não “macacos de Tim Burton”, ou seja, surrealistas. E aí começaram os problemas de falta de identidade…

01 | Sombras da Noite (2012)

 

Três dos quatro itens acima são filmes que não possuem “a cara de Tim Burton”. Os filmes do diretor não são reconhecíveis somente pelo visual (que inclui direção de arte, figurinos e maquiagem), embora esse seja sim um dos grandes componentes. Existe também um clima bem específico com o qual o cineasta gosta de trabalhar. Em sua essência, Burton coloca um teor melancólico em sua narrativa. O que acontece é que esse clima termina casando perfeitamente com o visual proposto. Talvez Burton tenha iluminado seus dias e decidido que a vida agora é bela e diurna. Esse não é verdadeiramente o problema dos itens acima. Afinal, um filme pode “não ter a cara de Tim Burton” e ser bom, como Peixe Grande (um dos melhores de seu repertório). Assim como outros podem ser totalmente a sua cara e não prestarem muito. Esse é o caso com Sombras da Noite, o pior “filme Tim Burton” de Tim Burton. Por anos o astro Johnny Depp visava tirar sua novela preferida das telinhas e leva-la para as telonas. Ao lado de Burton, o que era para ser um rival à altura de A Família Addams ficou devendo muito no que diz respeito a um roteiro mais enxuto e também mais (bem mais) substancial.

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