sexta-feira, abril 26, 2024

Crítica | Resident Evil 5: Retribuição

Em sua quinta edição, a franquia cinematográfica ‘Resident Evil’ se fixa como a mais bem-sucedida adaptação de games. Apesar de não agradar a todos, é inegável que a série tem suas proezas, e conquistou uma legião de fãs – arrecadando US$ 675 milhões mundialmente.

A franquia divide opiniões: os fãs dos games não aceitam o fato da protagonista ser uma personagem criada apenas para os filmes. Porém, é Milla Jovovich quem rouba a cena e se consolida como uma das maiores atrizes de ação do cinema. Sua Alice é a alma de Resident Evil, e está ainda mais à vontade na personagem. Com maestria, a atriz dá um show de atuação e girl power.

No primeiro filme, os personagens seguiam pela claustrofobia da Colmeia. Com um roteiro mais elaborado e apostando no terror para assustar a plateia com poucas doses de ação e personagens mais aprofundados, ainda é o melhor deles. Desde então, a franquia começou a trocar o terror pela ação – apostando no clichê “quanto mais, melhor”.

Resident Evil 2: Apocalipse’ mostrava uma Alice geneticamente alterada com super-poderes, andando pelas ruas noturnas de Raccoon City, lutando não só contra os zumbis, mas também contra outras aberrações mais “evoluídas” e mortais. O filme apresentou a tão querida Jill Valentine, mas não empolgou.

Em ‘Resident Evil 3: Extinção’, o diretor Russell Mulcahy conseguiu retomar as rédeas da franquia, criando um interessante mundo pós-apocalíptico e uma Las Vegas desolada. A produção foi um pouco melhor que a anterior, e apresentou Claire Redfield, no lugar deixado por Jill (sem grandes explicações).

Resident Evil 4: Recomeço‘ voltou a ser dirigido e roteirizado por Anderson, que escreveu um enredo superficial e chulo, na esperança de unir todas as cenas mirabolantes de ação com pouco diálogo. O resultado foi uma gama de personagens rasos, apostando nos efeitos em 3D. Nem a presença dos irmãos Redfield conseguiu salvar a produção.

Resident Evil 5: Retribuição‘ (Resident Evil: Retribution), novamente escrito e dirigido por Paul W. S. Anderson, consegue retomar a qualidade dos primeiros filmes, e apresenta um enredo um pouco mais evoluído que o último.

Não deixe de assistir:

O filme começa com Alice exatamente onde a vimos pela última vez ao final de Resident Evil 4: Recomeço — no convés do misterioso navio Arcadia, onde ela esperava encontrar mais sobreviventes da epidemia.

Porém, na realidade, o que a aguarda é a batalha da sua vida, quando a sua ex-aliada, Jill Valentine (Sienna Guillory), e uma esquadrilha de terríveis helicópteros V-22 da Umbrella Corporation se aproximam com ordens de atirar para matar.

Alice desperta no centro de operações clandestinas da Umbrella, e descobre mais segredos do seu passado misterioso conforme se aprofunda no complexo. Sem um porto seguro, Alice continua a caçar os responsáveis pelo vírus; uma perseguição que a leva de Tóquio a Nova York, Washington, DC e Moscou, culminando em uma revelação alucinante que irá forçá-la a repensar tudo o que ela acreditava ser verdade.

Com um ritmo frenético, todas as cenas são carregadas de zumbis, explosões, monstros, tiroteios e lutas. É difícil conseguir respirar entre uma sequência e outra, já que o ótimo 3D te leva para dentro da tela.

Este é o que mais se assemelha aos games: a Rainha Vermelha comanda a ação, anunciando para onde os protagonistas irão a seguir, separando as batalhas por fases onde os personagens precisam driblar os inimigos – como os La Plagas e os Axemen. Só falta um Joystick para você entrar na ação.

Anderson bolou uma forma engenhosa de trazer de volta personagens que tinham sofrido mortes brutais nos filmes anteriores, incluindo Rain (Michelle Rodriguez, sempre ótima e interpretando várias personagens) e Jill Valentine (Sienna Guillory em atuação fraca e cheia de frases de efeito). Carlos (Oded Fehr, ótimo), Luther West (Boris Kodjoe, bom) e Albert Wesker (Shawn Roberts) também retornam em grande estilo.

Quem dá um show é a chinesa Li BingBing (‘O Reino Proibido’), que vive Ada Wong, agente de Wesker que luta ao lado de Alice. Muito à vontade no papel, ela vai conquistar os fãs dos games e dos filmes. Johann Urb também demonstra grande talento como Leon Scott Kennedy.

A sequência em que Alice surge como uma simples dona de casa no subúrbio é a melhor, mostrando que o que falta é deixar a ação excessiva de lado e voltar para o gênero terror – que Anderson parece saber dirigir com muito mais sabedoria.

Resident Evil 5: Retribuição‘ vai agradar aos fãs da franquia e de filmes de ação, com sequências de tirar o fôlego e doses de suspense e risos voluntários – mas começa a demonstrar um certo desgaste. É desligar o cérebro e assistir um game mirabolante, sem estar no comando do Joystick.

 

 

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